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O que vínhamos alertando desde o primeiro feriadão prolongado do período da pandemia, ocorrido em abril de 2020, está realmente acontecendo, ou seja; a falta de leitos de UTI para pacientes da Covid-19 já é uma realidade. O colapso no sistema de saúde em Marília chegou.

A falta de uma política mais rígida, sem com isso penalizar os comerciantes e o melhor uso das verbas federais enviadas para o combate ao coronavírus associadas a uma parte da população que insiste em não adotar as medidas preventivas podem ser apontadas como as principais razões para a proliferação do vírus na cidade de uma maneira tão rápida.

Os números assustam e pelo andar da carruagem, poderemos fechar o mês de janeiro com aproximadamente 10 mil casos. Elencamos alguns dos prováveis motivos para esta situação que poderá se tornar um caos inédito no município;

  • A falta da implantação de um hospital de campanha montado em outras cidades exclusivamente para o tratamento de pacientes com Covid-19 que, em muito ajudaria neste momento crucial.
  • A não implantação de barreiras sanitárias, principalmente nos feriados prolongados, mesmo sabendo que a cidade possui muitas industrias e um comércio atuante com grande fluxo de caminhoneiros e vendedores.
  • A falta de uma fiscalização mais eficiente pelas ruas comerciais da cidade, orientando pedestres e checando medidas preventivas nos estabelecimentos.
  • A não realização de testes em massa na população, principalmente nas empresas de médio e grande porte e locais públicos com grande fluxo de pessoas, como por exemplo o terminal urbano.
  • A falta de fiscalização e leis com limite de passageiros nos ônibus de transporte coletivo que aglomeram passageiros em quase todas linhas, principalmente nos horários de pico, devido a redução da quantidade de linhas.

A situação é gravíssima e, só para se ter uma ideia, dos 56 leitos de UTI reservados no Sistema Único de Saúde (SUS) local, chegaram a ser ocupados 55 nos últimos dois dias, ou seja, com os abusos ocorridos em razão das festas de final de ano, com certeza faltará leito para pacientes.

Com este cenário nada favorável, a administração municipal foi obrigada a deixar de sobreaviso a empresa responsável pelo transporte de pacientes para outros municípios. Em outras palavras, marilienses contaminados e, considerados graves, serão transferidos para cidades como Presidente Prudente, Bauru, Jaú e outras.

Fontes extra oficiais, garantem que já foi necessário emprestar dois respiradores da cidade de Pompéia para o atendimento a pacientes aqui em hospitais de Marília. Convém acrescentar que, a cidade foi uma das mais agraciadas com recursos do governo federal para o combate ao Covid-19.

Na manhã desta segunda feira (4), a Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, confirmou mais uma morte por Covid-19, chegando a 107 óbitos pela doença no município.

O óbito é de um homem, de 64 anos, portador de diabetes e doença cardiovascular crônica. Ele iniciou sintomas respiratórios no dia 4 de dezembro e foi internado no HC (Hospital de Clínicas) no dia 9, onde foi coletado exame no mesmo dia, com liberação de resultado positivo para Covid-19 no dia 10. O óbito aconteceu no dia 31 de dezembro, sendo que a Vigilância Epidemiológica de Marília foi informada desse óbito através de e-mail do Setor de Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HC.

Os casos positivos de coronavírus seguem disparando na cidade e chegaram a 8636 no último boletim divulgado por volta das 11H30 desta manhã. Casos suspeitos também estão em alta, somando 2677, sendo que internados são 98 e existem 221 casos em transmissão circulando pela cidade. Fatalmente a cidade caminha a passos largos para aproximadamente 10 mil casos até o final deste mês e infelizmente com falta de leitos de UTI, mesmo com verba enviada pelo governo federal.

Nosso jornalismo não preza pelo sensacionalismo ou, pelo quanto pior melhor, mas sim, pela busca de resultados nas ações que venham a beneficiar o povo. Para nossa redação é consenso que é melhor sugerir do que criticar e, para tanto, frisa que ainda há tempo de se evitar o pior com a adoção de medidas mais severas no combate ao covid-19. Bem entendido que seja, distante do fechamento do comércio penalizando patrões e empregados e que nada resolve, mas, com um conjunto melhor elaborado para se evitar a proliferação e o colapso eminente, utilizando com modelo, outras cidades consideradas exemplo na conduta preventiva.

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