Argumento contido em correspondência apontava que o sindicalista Luciano Cruz, juntamente com mais três servidores, teriam provocado ‘danos’ em aparelhos e atingido pessoas com ovos durante sessão

Enquanto o teatro dos vampiros ocorria plenária adentro, lá fora a democracia era colocada prova mais uma vez. Com a mesma argumentação utilizada por reiteradas vezes, o acesso as galerias foi limitado e muitos munícipes que compareceram para assistir a sessão camarária ficaram pelo lado de fora do prédio da câmara municipal expostos a chuva e tudo mais.

Pois, bem, aconteceu de novo! Servidores municipais e populares que foram até a Câmara Municipal para assistir a sessão ordinária foram impedidos de entrar, sob argumento de respeitar o distanciamento devido a pandemia. Mas, por trás da medida havia um propósito, e aliás o mais grave, ou seja: quatro servidores, um deles líder sindical, foram impedidos por meio de uma “correspondência” da diretora da Câmara Municipal, sob ordem do presidente, vereador Marcos Santana Rezende (PSD).

O Diretor jurídico do Sindimmar (Sindicatos dos Trabalhadores nos Serviços Públicos Municipais de Marília), Luciano Cruz, foi barrado junto com os(as) servidores(as) Rafael Teixeira, Denise Lopes e Margareth Albuquerque. Conforme a “correspondência” nº 277 assinada pela diretora da Câmara, Carla Fernanda Vasques Farinazzi, os quatro são acusados de supostamente terem arremessado ovos durante a sessão do dia 03 de novembro.

“Foram atingidos os servidores Carla Fernanda Vasques Farinazzi, Luis Henrique Albertoni e Bruno Henrique Francisco, além da vereadora Professora Sílvia Daniela D’Ávila (PL)”, consta no documento.

“Correspondência” aponta ainda que “foram causados também danos a computadores, mouses, celulares pessoais dos servidores e ao carpete do Plenário, que necessitou passar por limpeza. Informo que já foi registro Boletim de Ocorrência”, indica a decisão.

Cruz afirmou que tais acusações e o impedimento de sua entrada, além dos demais servidores e até da população que foi até a Câmara nesta segunda-feira é uma afronta à democracia. “Eu frequento a Câmara a pelo menos 13 anos e nunca vi nada igual. O que está acontecendo é uma afronta a democracia, uma truculência e um desrespeito”, mencionou.

Medida acontece sem que haja amparo legal

O diretor jurídico do Sindimmar, Luciano Cruz, aponta ainda que não houve uma sindicância, inquérito ou processo com trânsito em julgado, onde pudesse ter tido a ampla defesa, sobre as acusações de que ele teria arremessado os ovos que causaram danos e atingiram pessoas. Em entrevista concedida ele declarou; “ O Departamento jurídico do Sindimmar vai analisar a situação para ver que providência deveremos tomar, para garantir o livre trânsito dos servidores mencionados na ‘correspondência’”, explicou.

O assessor do Sindimmar esteve no Legislativo e constatou que entrada das pessoas estava seguindo a ordem de entrega de senhas. No interior das galerias havia um número considerável de cargos comissionados e com isso, a lotação máxima permitida, devido a pandemia, foi atingida. Dois policiais militares chegaram a entrar no Legislativo e observar como estava o movimento. Dois carros da Polícia Militar ficaram estacionados na praça Saturnino de Brito, em frente à Prefeitura de Marília.

SESSÃO =Servidores municipais se mobilizaram para participar da sessão de ontem, quando foram votados projetos que ampliam o número de cadeiras, passando de 13 para 17 parlamentares; reajuste salarial dos próprios vereadores, dos secretários municipais, do vice e do prefeito, variando entre 25% e 36%.

Além disso, também há uma movimentação em torno do plano de carreira dos trabalhadores do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília), do qual o diretor jurídico do Sindimmar, Luciano Cruz, faz parte.

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