Não é apenas com isolamento social que uma administração pública encara a pandemia. Em momentos como o que vivemos, as prefeituras precisam voltar suas políticas para proteger a vida de sua população e a economia local, evitando assim o aumento da pobreza, do desemprego e dos moradores em situação de rua.

Marília, que há muitos anos havia diminuído a pobreza de sua população, vê agora, de forma mais clara pelo vazio das ruas, a proliferação de pessoas vivendo abaixo da extrema pobreza. Basta para isto passar pelas praças da região central, Avenida Brasil, semáforos nos mais diversos cruzamentos para confrontar com a realidade.

Entre os anos de 1992 e 2010, Marília experimentou uma considerável redução no percentual da população que vivia abaixo da linha da extrema pobreza de acordo com os critérios utilizados pela Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE. Nesse período, que coincide com as administrações progressistas e democráticas que marcaram a cidade na década de 90 e no início dos anos 2000, a cidade reduziu o percentual da população que vivia nessa faixa de renda.

O Brasil hoje, bate recordes com milhões de pessoas vivendo abaixo da linha extrema pobreza. Essa marca só foi possível pela inversão de prioridades do governo federal, já percebida durante os dois anos de Michel Temer e que agora se agrava em partes com o governo Bolsonaro. A lógica de um Estado mínimo para a população mais pobre e um Estado grande para atender aos interesses dos poderosos, nunca se fez tão evidente.

Enquanto países capitalistas desenvolvidos fortalecem os papéis das políticas públicas, sobretudo para a geração de emprego e renda, como forma de encarar a pandemia e fazer crescer suas economias, Bolsonaro e Paulo Guedes propõem privatizar as empresas públicas e cortar investimentos sociais, enterrando qualquer possibilidade de um desenvolvimento autônomo do país. O auxilio emergencial não é solução, é apenas um anestésico.

O mesmo se encarapuça para Marília que, fez chover cestas básicas durante o segundo semestre de 2020, mas, não apresentou nenhum projeto social para a geração de emprego e renda ou de sustentabilidade social de alto impacto para a população de baixa renda.

Marília é uma das cidades que mais se arrecada no estado de São Paulo, porém, não adianta os cofres do município estarem verdes e a população viver no vermelho, sem emprego, sem renda, sem moradia digna, sem obras para conter enchentes, com passagens de ônibus caras, além de uma cidade mal cuidada.

Marília precisa voltar a ser uma cidade democrática, inclusiva, vanguardista e libertária. Precisa se preparar para uma nova e difícil realidade no pós-pandemia, em que as demandas por emprego, renda e pelos serviços públicos serão maiores. Como sempre lembramos, estamos prestes a completar 100 anos e a pergunta que fica é: será esta a cidade que queremos ???

Miséria não se combate com arrogância, nem tampouco negando as estatísticas. Faltam projetos, faltam politicas direcionadas para se atrair empresas e incentivar as que aqui já estão para gerar empregos e impulsionar a economia. É preciso ter sensibilidade social e noção de prioridade política para tirar Marília da porta de entrada do corredor da fome do interior paulista. Até o momento, muito discurso, mas, nenhuma ação efetiva. EU SOU KAÍTO JUNIOR, O ombro amigo dos bairros !!!

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