As contratações temporárias de funcionários para as vendas no Natal se aceleram no próximo mês com oferta de salários um pouco mais altos do que no ano passado, mas número menor de vagas. Projeção divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) estima a abertura de 70 mil vagas, número 19,7% menor que o de 2019.

A última projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que o Brasil alcançou 14 milhões de desempregados  no mês de setembro. Situação agravada neste ano pela pandemia do novo coronavírus. Entre abril e setembro, a taxa de desocupados saltou de 10,5% para 14,4%.

E é a crise sanitária quem motiva também a redução nos postos temporários, na visão do presidente da CNC, José Roberto Tadros. Apesar da projeção de aumento no volume de vendas em 2,2%, alcançando total de R$ 37,5 bilhões, a análise é de que a recuperação após a flexibilização ainda é lenta. “A intensificação de ações de vendas online pelos comerciantes tem ajudado na recuperação gradual do varejo nos últimos meses e também será um dos impulsionadores das vendas para o Natal. Porém, as vendas em shopping centers vêm registrando retrações, e isso impacta diretamente o número de temporários contratados, em especial os vendedores.”

Lojas de vestuário e calçados, que historicamente lideram a oferta de temporárias, devem disponibilizar 30,7 mil vagas, pouco mais da metade dos 59,2 mil de 2019.

A CNC explica que, desde a crise de 2015, o varejo deixou de iniciar as contratações temporárias em setembro, concentrando a disponibilidade entre novembro e dezembro.

O salário médio de admissão deverá ser de
R$ 1.319, valor 4,6% maior em comparação com o período do ano passado. Os maiores salários serão pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.618) e pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos
(R$ 1.602) – contudo, estes segmentos deverão responder por apenas 7% das vagas.

A CNC acredita que a taxa de efetivação dos funcionários temporários também deve ser impactada pelas incertezas da crise sanitária, alcançando 16,3%, menor indíce desde 2015. No ano passado, ele foi de 29,1%.

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