A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) novas altas nos preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras. A partir de amanhã, a gasolina vai subir nas refinarias de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,18%. Com o diesel, o preço por litro terá alta de R$ 4,91 para R$ 5,61, o que equivale a a um reajuste 14,26%.

A última vez que a gasolina foi reajustada nas refinarias foi no dia 11 de março, quando subiu 18,7%, passando de R$ 3,25 para R$ 3,86. Ou seja, é a primeira alta em 98 dias. É ainda o terceiro reajuste do ano.

A alta foi tema de discussão em reunião extraordinária do Conselho de Administração da Petrobras na véspera. O órgão deu sinal verde para o aumento dos combustíveis.

Ações da Petrobras caem mais de 10% após anúncio de novo reajuste 

Como se fosse em uma jogada orquestrada o resultado não poderia ser outro. Perto das 14h51, as ações da Petrobras recuavam mais de 10% após a estatal anunciar nova alta nos preços dos combustíveis. Hoje, a empresa anunciou um aumento de 5,18% no preço na gasolina e de 14,26% no diesel.

Nesta sexta-feira (17), os mercados globais reagem negativamente à disputa em relação à Petrobras. A alta, por sinal, vai na contramão dos preços do petróleo nesta sexta: lá fora, caíam cerca de 5%, para uma mínima de 3 semanas, pressionados por uma queda nos contratos futuros de gasolina dos EUA, já que os aumentos das taxas de juros dos principais bancos centrais alimentaram as preocupações com uma forte desaceleração econômica.

Os investidores ainda repercutem as altas, na última quarta-feira (15), das taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos. Nos EUA, o Federal Reserve decidiu subir os juros em 0,75 ponto percentual – a maior elevação desde 1994 – para a faixa entre 1,5% e 1,75%. O reajuste acima do que havia sido sinalizado pelo Fed na reunião anterior mostra que será intensificada apolítica monetária para combate à inflação americana.

Por aqui, o Banco Central brasileiro elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25%, após a inflação ter desacelerado em maio e o BC ter sinalizado na ata da reunião de maio um ajuste adicional de menor magnitude em relação ao ritmo de elevação de 1 ponto percentual adotado até então.

Bolsonaro critica Petrobras: “É traição para com o povo brasileiro. O presidente, seus diretores e seu conselho traíram o povo”
e defende criação de CPI para investigar os aumentos abusivos.

Bolsonaro Petrobras traição povo brasileiro

Na tarde desta sexta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro criticou o presidente da Petrobras, os diretores e o conselho da estatal. Segundo o chefe do Executivo, eles “traíram o povo brasileiro”.

A declaração foi feita pelo presidente durante entrevista à rádio 96 FM, do Rio Grande do Norte, ao comentar sobre o novo reajuste nos combustíveis anunciado pela Petrobras.

“É traição para com o povo brasileiro. O presidente, seus diretores e seu conselho traíram o povo. O lucro da Petrobras é algo estúpido. Ela lucra seis vezes mais que a média das petroleiras de todo o mundo. Petroleiras fora do Brasil reduziram margem de lucro para atender os anseios da sua população num momento de crise”, disse Bolsonaro na entrevista.

Em entrevista à rádio 96 FM, do Rio Grande do Norte, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que articula com o presidente da Câmara, Arthur Lira, a criação de uma CPI para investigar presidente e diretores da Petrobras.

“Conversei há poucos minutos com o Arthur Lira, ele está nesse momento reunindo com líderes partidários. A ideia nossa é propor uma CPI para investigarmos o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o conselho administrativo e fiscal. Queremos saber se tem algo errado na conduta deles, porque é inconcebível se conceder um reajuste com crise e lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo”, prosseguiu o presidente.

O mandatário afirmou que o novo reajuste destrói a economia brasileira, leva à inflação e à perda do poder aquisitivo e é “irracional”. Bolsonaro disse ainda que o conselho da Petrobras está “boicotando” o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, ao não se reunir para votar as novas indicações feitas pelo governo para o comando da empresa.

“A coisa mais importante é trocar o presidente e os diretores da Petrobras. Esperamos poder conseguir fazer isso nos próximos dias, porque não depende de uma canetada do ministro, tem que negociar com o conselho”, disse o presidente.

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