A manhã de domingo do Mariliense desperta mais triste e ao mesmo tempo com a preocupação altamente elevada. O que já era prevista acabou ocorrendo na noite de ontem, sábado ( 9), a transferência do primeiro paciente de Covid-19 em estado grave para outra cidade da região por falta de leitos na cidade que possui 3 hospitais e duas faculdades.

O fato ocorreu por volta das 21:00H no Pronto Atendimento da zona sul da cidade. Segundo as informações, o paciente chegou na unidade já dificuldades respiratórias sendo atendido prontamente pelos plantonistas de equipe de enfermagem. Infectado pela Covid-19, paciente do sexo masculino e com 46 anos de idade. Como agravante o mesmo também tinha um quadro asmático.

Pelos registros, ele deu entrada no P.A. ZONA SUL por volta das 15h30min com dispnéia intensa e esforço respiratório. O paciente foi conduzido à sala de emergência onde foram feitas as medicações de resgate.

Devido ao estado grave do paciente a equipe do P.A. inseriu prontamente o nome do paciente na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), sendo aceito pela Santa Casa de Paraguaçu Paulista ( distante 78,7 quilômetros de Marília) por volta das 20 horas. Lembrando que antes havia sido disponibilizado leitos em Adamantina ( distante 141 quilômetros ).

O paciente foi entubado pelo médico plantonista ainda no P.A. ZONA SUL e transportado pela equipe do SAMU às 21 horas com destino a referida cidade. Até o momento da publicação desta matéria, nenhuma nota havia sido divulgada pela unidade hospitalar daquela cidade.

O próprio secretário da saúde, Cássio Pinto, divulgou uma nota via redes sociais. Confira o teor da mesma;

A T E N Ç Ã O ! ! !

Com a taxa de ocupação total dos Leitos de UTI Covid-19 nos três Hospitais de Marília, hoje foi necessária a primeira transferência de paciente mariliense para outro município da região. Paciente infectado pela Covid-19, sexo masculino, 46 anos, asmático, deu entrada no P.A. ZONA SUL por volta das 15h30min com dispnéia intensa e esforço respiratório. O paciente foi conduzido à sala de emergência onde foram feitas as medicações de resgate. A equipe do P.A. inseriu prontamente o nome do paciente na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), sendo aceito pela Santa Casa de Paraguaçu Paulista às 20 horas de hoje. Paciente foi intubado pelo médico plantonista ainda no P.A. ZONA SUL e transportado pela equipe do SAMU às 21 horas com destino a cidade de Paraguaçú Paulista.

Marília registra novamente 4 óbitos em 48 horas e deverá atingir 10 mil casos nesta semana.

Em um momento tão crítico, nas redes sociais já viralizam as trocas de farpas entre os internautas na procura dos responsáveis ou irresponsáveis por um cenário que aponta uma tendência de agravamento para os próximos dias em virtude das festas de fim de ano.

Fato é que, houve sim displicência de muitas pessoas que se aglomeraram em portas de bares e lanchonetes e festas clandestinas em chácaras, além claro das pessoas que mesmo contaminadas insistiram em fugir do isolamento e se misturar a outras pessoas principalmente no transporte coletivo em um ato insano de irresponsabilidade.

No entanto, seria hipocrisia ou tapar o sol com a peneira não admitir que a administração municipal também tem a sua cota de responsabilidade por ações e medidas que não foram adotadas para se prevenir a proliferação do maldito vírus.

Algumas medidas como a implantação de barreiras sanitárias nas principais vias de acesso e no terminal urbano e rodoviário; a realização de testes em massa em um numero maior de pessoas utilizando centro comunitários, igrejas e outros locais públicos de grande concentração de pessoas; a falta de uma fiscalização mais rigorosa e punitiva para se coibir aglomerações nos ônibus de transporte coletivo e multando se necessário; a falta de uma blitz em horários noturnos e a implantação do toque de recolher; a ausência de mais austeridade na fiscalização em ruas com grande fluxo de pessoas com multa não apenas para os comerciantes, mas, para as pessoas inconsequentes; a falta de totens de álcool gel em pontos estratégicos da cidade e a distribuição contínua de máscaras no terminal urbano são algumas das iniciativas que poderiam inibir a proliferação do vírus da maneira como está ocorrendo.

Aliado a estas iniciativas, a compra de ventiladores mecânicos e a implantação de uma UTI ( Unidade de Terapia Intensiva ) de campanha instalada nos inúmeros prédios públicos ou sem atividades eliminaria o risco de uma viagem quilométrica e pelo menos manteria os pacientes de Marília, próximo aos seus familiares.

Velocidade de novos casos e mortes por Covid-19 dispara no ES | A Gazeta
foto meramente ilustrativa

O número de mortes aumentou assustadoramente e pelos últimos boletins apresentados 4 vida foram ceifadas nas últimas horas. Na manhã da última sexta-feira, dia 8 de janeiro, mais três mortes foram registradas pelo Covid-19 no município.

O primeiro óbito foi de um homem, de 72 anos, hipertenso. Ele iniciou sintomas respiratórios no dia 28 de dezembro. Foi atendido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da zona norte, onde foi realizado manejo. Dia 4 de janeiro realizou exame com resultado positivo para Covid. No dia 6 apresentou agravamento do quadro e foi levado à UPA, onde após tentativa de reanimação, veio a óbito.

O segundo óbito foi de uma mulher, de 98 anos, portadora de doença neurológica crônica. Essa senhora iniciou sintomas respiratórios dia 29 de dezembro, foi avaliada e manejada por médico que já a acompanhava. Devido ao agravamento foi atendida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), indo a óbito. Foi coletado exame no dia 5, sendo que o resultado saiu dia 7 como positivo para Covid.

O terceiro óbito foi de uma mulher, de 68 anos, portadora de doenças cardiovascular e neurológica crônicas, diabetes mellitus e obesidade. Ela teve início de sintomas no dia 26 de dezembro, sendo atendida no PA (Pronto Atendimento) Sul e encaminhada ao Pronto Socorro da Santa Casa. Posteriormente foi internada no HC (Hospital de Clínicas) no dia 31 de dezembro. Foi coletado exame com resultado positivo para Covid liberado no dia 6 de janeiro, indo a óbito nesta sexta-feira, dia 8.

Na manhã de ontem, sábado (9), a Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, informou mais uma morte ocorrida por Covid-19, chegando ao total de 117 óbitos pela doença no município. Números que infelizmente poderão ser alterados no transcorrer desta semana com a probabilidade de chegarmos aos 120 casos.

Trata-se de uma mulher, de 91 anos, portadora de pneumopatia crônica. Ela apresentou sintomas respiratórios no dia 20 de dezembro. No dia 05 de janeiro internou na Santa Casa, onde colheu exame, com liberação do resultado positivo para Covid-19 no dia 06. A paciente permaneceu internada até a data do óbito que ocorreu nesta sexta-feira (8).

A realidade trágica de números galopantes.

O boletim informativo de numero 314 apenas alicerça a realidade da gravidade da situação de Marília que, só não ficou na fase vermelha pelos critérios do governo do estado porque a analise é feita pelo conjunto das cidades ao seu redor, senão, fatalmente a decisão seria uma só; o fechamento de todas as atividades na cidade.

No momento, segundo a vigilância epidemiológica, a cidade registra 9.336 casos e 125 pessoas estão internadas com 65 já positivadas. Para piorar o cenário existem 2952 casos suspeitos e aguardando resultado e 345 casos em transmissão. Em síntese, o pior está por vir. e se faz necessário a cota de colaboração de parte da população que ainda não se conscientizou da gravidade do caso, mas, também, está na hora da administração municipal arregaçar as mangas como na pose da foto da campanha de 2016 e que nesta hora é de fundamental importância para salvar vidas e não apenas para ficar na moldura.

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