O que já se comentava nos corredores políticos após a reunião ocorrida com representantes de bares e restaurantes, realmente acabou acontecendo, ou seja; o prefeito Daniel Alonso alterou as regras do plano São Paulo de combate ao coronavírus no que diz respeito ao funcionamento dos referidos estabelecimentos.

Pelas regras o governo paulista atualizou o Plano São Paulo na última sexta feira (8) e as regiões de Marília, Sorocaba, Registro e Presidente Prudente foram reclassificadas para a fase laranja da quarentena. Em determinação específica, todos os estabelecimentos devem encerrar as atividades às 20h e o consumo local em bares é proibido. 

No entanto, mesmo com os números desfavoráveis, o prefeito Daniel Alonso já publicou novo decreto onde a Prefeitura de Marília permite o funcionamento de bares mesmo durante a vigência da fase laranja do Plano São Paulo.

Pelo acordado os estabelecimentos deverão seguir as regras como ocupação reduzida a 40% e distanciamento, com a obrigatoriedade da oferta de álcool em gel e uso de máscaras pelos funcionários.

Houve também alteração no horário de atendimento. Esses estabelecimentos deverão encerrar suas atividades baixando as portas até 23h, sendo que, após as 22h deverá ocorrer encerramento do atendimento aos clientes e as comandas devem ser fechadas.

A medida é um verdadeiro afronte ao Plano São Paulo que determina o encerramento das atividades comerciais às 20H, além de proibir de forma expressa o funcionamento de bares.

Aliás, outra decisão que chamou a atenção foi que, bares e restaurantes em que há música ao vivo, a atração está autorizada, porém, será tolerado apenas um único artista solo com seu instrumento.

Uma medida arriscada para a condução do plano de combate a proliferação do coronavírus, mas, que não é novidade, se levarmos em consideração as aglomerações que ocorrem nos ônibus de transporte coletivo com total omissão da administração municipal.

O preço do risco pode sair caro, se levarmos em consideração os últimos números divulgados pela secretaria da saúde, onde não há vagas nas UTI’s e os casos disparando assustadoramente nos quatro cantos da cidade. Convém lembrar que; o governador João Doria prometeu publicamente penalizar os municípios que não seguirem as normas do plano São Paulo.

Prefeito de Ourinhos também quebra a regra, mas, preocupado com a população determina a volta à fase vermelha por sua conta.

Justiça condena prefeito de Ourinhos a pagar multa de R$ 50 mil por  improbidade administrativa | Bauru e Marília | G1

Sem leitos de UTI, Ourinhos é a única cidade da região e do estado, que fechará tudo.

O prefeito de Ourinhos, Lucas Pocay (PSD), após anunciar em entrevista a Rádio Band FM de Santa Cruz do Rio Pardo, afirmou que Ourinhos vai regressar a fase vermelha, por pelo mesmo 7 dias, após um novo decreto que foi publicado hoje (12).

Ele comentou em suas redes sociais que está seguindo uma recomendação do MP (Ministério Publico do Estado de São Paulo), que orientou “o endurecimento das medidas restritivas e o regresso à fase vermelha do Plano SP. Caso a orientação não seja seguida, o Poder Executivo poderá ser judicialmente penalizado”. Na postagem ele complementa ainda:

“A recomendação considera o aumento expressivo de casos registrados no município, a alta taxa de ocupação dos leitos hospitalares, falta de vagas na UTI, além da falta de conscientização da população em relação a importância das medidas preventivas.

Na fase vermelha, só podem funcionar os serviços considerados essenciais nas áreas de abastecimento, segurança, transporte e saúde como mercados, farmácias, postos de combustível, padarias e lavanderias.

Com essa volta à fase vermelha, shoppings, bares, comércio de rua, academias, restaurantes, concessionárias, escritórios, eventos culturais e salões de beleza não poderão funcionar nestes dias”.

Marília registra mais 3 óbitos em 48 horas e 331 casos em apenas 24 horas, caminhando para 10 mil registros com colapso no atendimento e falta de leitos na UTI.

A situação na região é crítica, conforme mostra o mapa que apresentamos no inicio da matéria e na capital nacional do alimento é ainda mais grave com o anuncio de óbitos todos os dias.

A Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, confirmou na manhã de ontem, segunda-feira, dia 11 de janeiro, mais duas mortes por Covid-19.

O primeiro óbito foi de uma mulher, de 53 anos, com diagnóstico de asma e obesidade como condição de risco. Ela iniciou sintomas no dia 29 de dezembro, como tosse, dificuldade de respirar, coriza e dor de cabeça. Procurou atendimento na Santa Casa para avaliação clínica, onde colheu exame no dia 3 de janeiro com resultado positivo para Covid, permanecendo internada até o óbito, que ocorreu no domingo, dia 10.

O segundo óbito foi de um homem, de 77 anos, com diagnóstico de diabetes mellitus e doença cardiovascular. Ele teve início de sintomas no dia 21 de novembro, como febre, tosse e cansaço. Procurou atendimento na USF Liliana dia 23 de novembro para avaliação clínica e condução do caso, necessitando ser encaminhado para à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da zona norte. Um dia depois foi internado no ABHU para acompanhamento da clínica, tendo colhido, com liberação do resultado positivo para Covid dia 26 de novembro, permanecendo internado até ontem, segunda-feira, dia 11, quando veio a óbito.

Já na manhã desta terça-feira, dia 12 de janeiro, a terceira morte por Covid-19 em dois dias, chegando a 123 óbitos pela doença no município.

Trata-se de uma mulher, de 95 anos, com diagnóstico de diabetes e hipertensão arterial como condição de risco. Ela iniciou sintomas no dia 27 de dezembro, como vômitos e queda do estado geral. Colheu exame privado em 30 de dezembro com resultado positivo para Covid. Procurou atendimento no ABHU dia 9 de janeiro, para avaliação e condução clínica, indo a óbito no último domingo, dia 10, sendo que a Vigilância Epidemiológica foi comunicada da internação e do óbito na segunda-feira, dia 11. Esse óbito era um dos que estavam em investigação no Boletim Epidemiológico. Há ainda 2 óbitos em investigação.

Com isso, a cidade de Marília registra oficialmente 9.661 testes positivos desde o início da pandemia, sendo que, 313 somente de ontem para hoje. 

Para piorar ainda mais o cenário, existem 2.999 casos suspeitos aguardando o resultado o que pode fatalmente ultrapassar a casa dos 10.000 casos antes de fecharmos a primeira quinzena do ano 2021. Para fechar, nos hospitasi estão internados 118 pacientes sendo que 68 estão positivados para o maldito vírus da Covid-19.

OPINIÃO

O comércio realmente não é o culpado da proliferação do vírus na cidade e tampouco do colapso no sistema de saúde. Essa conta deve ser paga pela omissão da administração no principal vetor de transmissão do coronavírus que é justamente o transporte coletivo.

No que diz respeito aos bares, compreendemos perfeitamente a dificuldade de seus proprietários, mas, sabendo-se do momento crítico em que vivemos, será que não seria possível o senso de coerência por mais alguns dias respeitando o horário a nível estadual ?

Fica a pergunta ; Se não há fiscais suficientes para fiscalizar os ônibus de transporte coletivo, haverá para fiscalizar todos os bares ? QUAL SERÁ O PREÇO A SER PAGO POR ESTA DECISÃO ????

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