Se o carnaval de 2022 para uns será de apreensão devido ao conflito envolvendo Russia e Ucrânia e para outros de lamentação pelos tempos difíceis em função da pandemia, não podemos dizer o mesmo dos quase já vinte cargos nomeados pelo Prefeito Municipal Daniel Alonso somente nos últimos dias. No dia de ontem foram mais cinco cargos que com certeza, passarão o carnaval já comemorando a nomeação e os pomposos salários pagos com o dinheiro do povo.

A ultima enxurrada de nomeações ocorreu em dezembro de 2020 quando foi encerrado o período eleitoral, e logo na sequência foi retomado o festival de nomeações no conhecido trem da alegria. Apenas para recordar o Diário Oficial do Município do dia 19 de dezembro daquele ano trouxe a publicação de 24 indicações políticas para cargos de comissão assinadas pelo prefeito reeleito Daniel Alonso (PSDB).

Segundo a assessoria, eram cargos que apenas estavam sendo renomeados e quem teriam sido afastados devido ao processo eleitoral. Desta feita, as nomeações realizadas nos últimos dias, estão sendo realizadas com pelo menos seis meses antes do período eleitoral, visto que, dos nomeados, nenhum irá se afastar para ser candidato a cargo eletivo, apenas e claramente contratados para se jogar um papel político pré e durante a campanha.

Desta feita não iremos elencar o nome dos nomeados, afinal, foram convidados e aceitaram participar da festança. Para checar, basta acessar o Diário Oficial do Município e checar se você conhece alguém. Nota-se que as nomeações foram efetuadas de forma cirúrgica objetivando a eleição de 2022 com nomes conhecidos por ocupar cargos em ações de marketing de campanha, coordenação de ruas, esposa de ex- vereadores, pastores e até filho de jornalista, fora outros com papel também importante no transcorrer de processos eleitorais. O que se estranha é que boa parte pertence até então a um grupo político pseudo oposicionista, porém, que já conta com o discurso favorável do atual prefeito “Marilia precisa eleger dois deputados estaduais”. Estranho não ?!?!?!?

Falta dinheiro para remédios mas, sobra para uma despesa de quase 1 milhão à mais ao final deste ano somente com as nomeações efetuadas

A inquietação motivacional que gerou a ideia para esta matéria , foi a constante, desnuda e reiterada observação da prática que aqui é abordada e sempre acontece durante os períodos eleitorais, presenciados por este jornalista, em nossa cidade também em outras gestões, onde o debate sobre politica e escolha de candidatos fica apenas restrito a pequenas e torpes desavenças esdruxulas e mesquinhas adotadas pelos eleitores, onde a ideologia, propostas de governo, habilidades de gestão e aptidão politica ficam em segundo plano, sendo o capital politico mais importante que o capital social e organizacional de modelos de politicas públicas corretas e éticas.

O que revolta a maioria da população e justifica o assunto é o próprio gestor que se auto denomina “expertise” em administração e em um vídeo da campanha de 2016 que voltou a circular nas redes sociais, reitera o seu posicionamento de ser contrário a nomeação de cargos comissionados na administração municipal. Em outras palavras está realizando aquilo que antes condenava e criticava com todas as forças. Os tempos mudam ?

Correlacionando com os princípios da administração pública, conceito sobre os cargos em comissão, aplicação de democracia e algumas orientações trazidas em lei sobre o que é vedado em período de campanha, demonstramos aqui como realmente uma disputa eleitoral pode ser manipulada pela distribuição de cargos em comissão, tendo por base preceitos secundários para tal direcionamento das funções, que não aqueles que obedecem e o que se é desejável e o que se espera de uma administração pública coerente, ética e profissional.

Em outras palavras, o nobre gestor “expertise” mais uma vez se mostrou um espertão em afirmar em discurso de campanha um compromisso de honra, mas, na prática pós eleito, realizar outra, afinal, o grande sonho do mesmo é eleger sua filha como deputada estadual. Para isso, precisará sem dúvida nenhuma montar uma super equipe de trabalho, e é o que ele esta fazendo às custas do contribuinte mariliense.

Outra estratégia utilizada é a cooptação de veículos de comunicação. A página Marília do Bem por reiteradas vezes tem publicado a relação de veículos comunicação que recebem via agência da cidade de Bauru, empenho no balcão ou através de fornecedores da prefeitura indicados de uma forma digamos “generosa”. Na relação, consta nome de emissoras de rádio, Jornais impressos, Grandes portais de noticias da cidade ( inclusive com pendência jurídica ), páginas e pequenos portais que faturam apenas nas campanhas, mas, também para manter o silêncio sobre os problemas da cidade e claro, grandes canais de TV aberta de outras cidades.

Em verdade leitores (as ) do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, a democracia, nas eleições aqui em Marília e em qualquer lugar, é afetada no momento da escolha dos representantes políticos por parte de uma parcela da população, que é abonada com cargos vinculados à administração pública direta. Em relação a esses cargos, o gestor público pode dispor da maneira que bem entender, sem obedecer a princípios e normas pré-estabelecidas por lei para o devido funcionamento da administração pública.

A precariedade do cargo muitas vezes impõe aos empregados que acompanhem, por meio do voto, o candidato da gestão que o concedeu emprego. Isso acontece para que esses funcionários se mantenham nos lugares que ocupam, o que, consequentemente, poderá colocar candidatos de conduta duvidosa no comando da administração pública, por terem sido eleitos não por suas propostas, e sim por meras conveniências interpessoais.  A manutenção do sistema de poder é o grande desafio. 

Assim, termina sendo formado um corpo de funcionários que às vezes não tem preparação técnica para exercer as funções que é obrigado a cumprir. Com isso, dá-se continuidade, em Marília, a um círculo sem fim de má administração pública, prejudicando, como sempre, a população, como estamos vendo nas ruas esburacadas, na falta de medicamentos nos farmácias e na extinção de UBS’s, na falta de planejamento para captação de recursos principalmente na área de mobilidade urbana, turismo e etc…

O debate sobre o tema ocorrerá transpassa os princípios basilares da administração pública, tais como: moralidade; legalidade; impessoalidade; supremacia do interesse público, refletindo sobre como esses princípios são afetados com referida prática. Esta matéria, como você acaba de ler, não deixa de se posicionar sobre ética, corrupção e democracia, tanto no âmbito eleitoral como no da administração pública. Pode ser legal, mas, é imoral. Em síntese, isto É UMA VERGONHA, aos olhos inertes e omissos da câmara municipal de Marilia, afinal, nas nomeações sempre tem uma indicação de algum edil. Como sempre afirmamos; “AQUI NÃO TEM TECLADO DE ALUGUEL, NOSSA LIBERDADE NÃO TEM PREÇO QUANDO A A PAUTA É A DEFESA DA CIDADE E OS INTERESSES DA POPULAÇÃO .

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