Em uma das pegadinhas, alunos dão rasteira na vítima que cai de costas e, na outra, uma adolescente chegou a morrer no Rio Grande do Norte

Com a recente volta às aulas, duas “brincadeiras” de mau gosto nas escolas  do Brasil chamam a atenção e deixam os pais em alerta. Os vídeos mais recentes que circulam nas redes sociais mostram estudantes adolescentes derrubando os outros colegas de costas, com uma rasteira. A “brincadeira”, segundo especialistas, pode causar lesões, desmaios, traumatismos cranianos e levar até mesmo à morte.

A outra “brincadeira” é de novembro do ano passado e voltou a circular agora nas redes sociais. Ela ficou conhecida como “roleta humana”. Nela, a pessoa é girada como uma roleta e bate a cabeça no chão. Uma estudante de 16 anos do Rio Grande do Norte morreu nesse desafio em novembro do ano passado.  

Rasteira 

Em um dos vídeos mais recentes aparecem estudantes do Colégio Marista de Natal. Nas imagens, duas meninas dão um pulo e incentivam uma colega, que fica no meio, a pular depois. Quando a terceira aluna dá o pulo sozinha, as outras duas que já pularam a derrubam, chutando cada um dos seus pés, dando uma rasteira. A vítima fica sem defesa e cai totalmente de costas. Em todos os vídeos os estudantes que provocam a queda riem bastante.

“Brincadeira” pode matar 

Para especialistas a brincadeira não tem nada de engraçado e pode causar lesões muito graves. “Fiquei chocado com esse tipo de ‘brincadeira’. São bem diferentes das brincadeiras da minha época de infância. Não tem nada de sadio e o risco de traumatismo cranioencefálico (TCE) é imenso, pois os participantes caem no solo com choque direto da parte posterior do crânio sem chances de defesa ou reação. Seguramente, os riscos de lesões no crânio são imensas”, alertam os ortopedistas.

A chance de morte é alta. “A consequência mais severa seria a morte por traumatismo cranioencefálico. As lesões no traumatismo cranioencefálico variam de acordo com as áreas atingidas, podendo ficar sequelas, tais como dificuldade para caminhar, falar, enxergar e ouvir, além de trazer dificuldades para movimento com os membros superiores e inferiores”. 

Esse tipo de brincadeira  preocupa muito os médicos, pois ela pode trazer lesões graves às vítimas. “Durante a queda, a pessoa  perde totalmente o equilíbrio e cai desprotegida  no chão, o que pode provocar traumas crânio-encefálicos, lesões e fraturas na coluna, além de fraturas nos membros inferiores como nas mãos,  punhos e  cotovelos”. 

Após a queda se houver alteração  de consciência e dor na coluna,  a vítima deve  ficar imóvel no chão e uma ambulância dos serviços de saúde deve ser acionada para a remoção correta da criança ou adolescente para um atendimento especializado.

Bom exemplo

Na contramão dos alunos que passam a rasteira no colega e acham muito engraçado, três estudantes do Colégio Batista fizeram um vídeo contrário à “brincadeira” e dando um bom exemplo. A imagem também começa a viralizar na internet e nas redes sociais.

Nas imagens, eles insinuam que vão fazer dar a rasteira, mas quando a suposta vítima vai pular para levar a rasteira, um dos alunos pede para ele não pular e explica que a brincadeira é de mau gosto e está circulando na internet. 

Ele diz que muitas pessoas estão se machucando com o ato e que no Colégio Batista isso não acontece, porque os estudantes se importam com os colegas. Os três se abraçam. 

“Brincadeira” é feita fora das escolas também 

Além de se tornar comum entre os alunos de escolas, a “brincadeira”  da rasteira já ganhou a internet e muitas pessoas, até mesmo adultos, estão a fazendo em casa. Um vídeo mostra um homem que desmaia durante o desafio. 

Dois jovens incentivam um homem mais velho a pular e, quando ele é derrubado, desmaia. Os que deram a rasteira o arrastam desmaiado e ficam rindo da situação. Até o fim das imagens, o homem não acorda.

Em Marília, felizmente nenhum caso ainda foi registrado.

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