Se condenados em segunda instância, bicheiros podem ser presos.
O julgamento dos recursos de três integrantes da cúpula do jogo do bicho no Rio e outros 20 réus teve início na tarde desta quarta-feira, na 2ª instância da Justiça Federal do Rio. Os acusados foram condenados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, além de formação de quadrilha, em sentença de março de 2012. O julgamento das apelações já havia sido marcado outras três vezes, mas acabou adiado.
São julgados os recursos dos bicheiros Aniz Abraão David, o Anísio, condenado a 47 anos, 1 mês e 9 vinte dias de prisão, Aílton Guimarães Jorge, Capitão Guimarães, com pena de 47 anos, 3 meses e 28 vinte dias de prisão, e Antônio Petrus Kalil, o Turcão, condenado a 47 anos, 1 mês e 27 vinte dias de prisão. Turcão morreu em janeiro deste ano.
Após o julgamento desse recurso, os réus podem ser presos. As defesas terão prazo para entrar com novos recursos, mas os desembargadores do TRF2 já poderão determinar a execução provisória da pena com base em entendimento do Supremo Tribunal Federal. Os mandados de prisão poderão ser expedidos logo após o prazo para os recursos. A decisão abre precedente para outros processos em tramitação pelo País.
A sentença é resultante da Operação Furacão, deflagrada em 2007. Os desembargadores da 1ª Turma analisarão 24 contestações preliminares dos réus, como a alegação da ilicitude de provas, suposta falta de exercício da ampla defesa e de falta de fundamentação do cálculo das penas.
Os contraventores foram condenados pelo pagamento de propina a agentes públicos para manter o funcionamento do jogo ilegal. Além dos bicheiros, foram condenados magistrados, um procurador da República, policiais federais e civis, advogados e empresários.