A situação já é caótica até mesmo para os jovens quanto mais para os idosos que, muitas vezes se deprimem em um sedentarismo que se avoluma a cada dia, inclusive prejudicando seu próprio organismo que necessita de mobilidade, em um recomendação dos próprios médicos geriatras.

Aquilo que muitos psicólogos e especialistas já previam e alertavam já começou a acontecer em Marília. Direto do plantão policial, as informações confirmam que um idoso de 87 anos, de origem japonesa, cometeu suicido no início da tarde de ontem, domingo (5) no Jardim Portal do Sol, na Zona Sul de Marília.

Segundo o boletim de ocorrência, ele foi encontrado pela filha sentado em uma cadeira na varanda dos fundos da casa, já sem vida e no chão, havia um revólver Taurus calibre 38 com cinco cartuchos intactos.

Ainda pelas informações do relato da filha da vítima aos policiais, o aposentado não apresentava sintomas do coronavírus, mas estava muito impaciente por causa da pandemia e por não poder sair de casa, o que ele fazia com frequência.

Convém lembrar que na semana passada, houve o registro de mais dois suicídios, embora sem relação com o confinamento.

No Brasil o suicídio arrebata números cada vez maiores, com atenção maior a população idosa, segundo o que aponta estudos voltados para obtenção de dados e formação de uma dimensão geográfica nacional sobre suicídio entre idosos .

Compreender o impacto social do suicídio na sociedade atual é uma forma de sanar dores que perpassam ao ato e acompanham as pessoas envoltas aos indivíduos suicidas. Desta forma, salienta-se os poucos estudos encontrados nacionalmente, que apontam para um estado de alerta sobre a necessidade que hajam mais pesquisas, a vista de estudos sem achados de referências na literatura nacional que versam sobre suicídio em idosos, que acabam por contribuir para uma propagação de ideias estereotipadas sobre o tema.

A ação de profissionais diversos que em contato com idosos envoltos da intenção a efetivação do ato suicida pode ser facilitado através de estudos, quando torna-se possível a procura por métodos e intervenções de cuidado à pessoa idosa desde os primeiros indícios de suicídio.

Fortalecer os programas sociais e psicológicos entre os familiares; Capacitar profissionais em todos os níveis de atenção, principalmente, atenção básica, para dar suporte aos idosos e suas famílias; Desvelar o mito do suicídio entre os diversos atores que mantém vínculo com o idoso.

K.W tinha 87 anos, era hipertenso, tinha labirintite, mas, nenhuma sintomatologia de coronavírus e tinha como costume caminhar pelas manhãs. O medico atestou a morte como ferimento de arma de fogo no cranio. A filha alegou a policia não ter ouvido o disparo pois, ele morava nos fundos da casa por uma opção de privacidade.

Os idosos representam a faixa etária com o maior risco de morte por suicídio. A forma de suicídio na população idosa se dá por enforcamento, estrangulamento, sufocação, armas de fogo, salto de altura e outras. A presença de doenças físicas contribui para uma maior letalidade de suicídio nessa faixa etária. 

Pessoas que obtiveram êxito no suicídio geralmente evitaram intervenções e esconderam a intenção de cometer o ato. Estudos apontaram que mais de 70% das vítimas idosas por suicídio visitaram seu médico no mês em que o cometeram.

Como o comportamento suicida em idosos é mais planejado e os métodos são mais letais, deve haver grande esforço na identificação e tratamento das condições predisponentes. É importante questionar e reconhecer os pacientes com maior risco, avaliar os aspectos psicossociais e médicos associados.

Há algumas evidências de que pacientes idosos suicidas não expressam seus pensamentos ou sentimentos espontaneamente, mas tendem a admitir suas ideações suicidas quando questionados por um médico. Um exame cuidadoso das condições médicas em geral, questionar sobre tentativas anteriores, episódios passados de depressão, transtorno bipolar, psicoses, abuso de substâncias ou eventos estressores recentes é  muito importante. Os pacientes idosos devem ser questionados também sobre alterações de humor, perda do prazer, angústia, alterações de sono e apetite, falta de interesse, sentimentos de desesperança, desejo de morte, pensamentos de suicídio, intenção de se machucar e o acesso aos meios.

  Estratégias devem ser mais efetivas na prevenção do ato do que intervenções que somente identificam indivíduos com comportamento ou ideação suicida. O fato de que a maioria dos idosos que se suicida passa por consulta médica no mês anterior a sua morte e ao achado de que a maioria das vítimas de suicídio em idade avançada teve episódios depressivos, sugere que a detecção e o tratamento adequado da depressão podem constituir um modo de prevenção.

Entre as condutas de alerta estão o cuidado com a própria medicação e objetos pessoais, o desinteresse pelas coisas da vida, busca súbita de alguma religião ou igreja, falta de higiene pessoal e compra recente de arma de fogo.

 A avaliação médica tem um papel fundamental na prevenção, no sentido de ajudar a diminuir os sofrimentos, as dores, as dependências funcionais, tratando  os transtornos mentais associados e se necessário, internação hospitalar.

Na atual conjuntura econômica, O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA conscientiza de que no momento, se faz necessário que os familiares procurem dar uma atenção maior ou pelo menos observar algumas atitudes que fogem do cotidiano.

As medidas de confinamento solicitadas pelo Governador João Dória, se por um lado poupam vidas do coronavírus, pelo outro, poderá levar outras ao suicídio justamente pela solidão e depressão.

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