Previsão de colapso na saúde, que já anda em estado deplorável no município, está previsto para acontecer à partir da próxima sexta feira de acordo com nota oficial divulgada. “A partir do dia 27 deste mês (próxima sexta-feira) vamos atender exclusivamente urgências e emergências na UPA”, afirmou a superintendente da ABHU (Associação Beneficente Hospital Universitário), Márcia Mesquita Serva Reis em entrevista concedida ao Jornal da Manhã.

Segundo a superintendente, a Administração Municipal deve ao todo cerca de R$ 7,7 milhões à UPA. As dívidas se acumulam desde outubro do ano passado, tornando a situação insustentável. 

De acordo com informações oficiais, a UPA recebe R$ 500 mil mensais do Ministério da Saúde. Por um outro lado, existe a contrapartida municipal de R$ 670 mil e mais R$ 130 mil se as metas de atendimento e qualidade forem cumpridas. O montante equivale ao custo do serviço por mês, atendendo em torno de dez mil pessoas.

Ocorre que, de outubro do ano passado a fevereiro deste ano a Prefeitura não repassou os R$ 130 mil de direito da UPA e desde março parou de pagar até a contrapartida fixa de R$ 670 mil, além dos R$ 130 mil.

Ao que consta , em setembro houve um pagamento do valor fixo, sem o variável, e em novembro, outro pagamento pontual de R$ 150 mil. Em maio deste ano, a Secretaria da Fazenda sugeriu um financiamento à ABHU para custeio da UPA provisoriamente até a quitação municipal, o que foi feito.

A Prefeitura entrou como fiadora, mas, segundo a superintendente da ABHU, não vai arcar com os juros bancários. “O empréstimo foi de R$ 3,7 milhões, mas foi insuficiente. Tivemos que endividar o hospital (HBU) para suprir as contas da UPA e ainda temos juros a serem pagos ao banco”, disse Márcia Mesquita.

Também em maio estava previsto um reajuste orçamentário de 3,5% na contrapartida municipal para a UPA, o que não aconteceu. A Secretaria da Fazenda garantiu quitação de duas parcelas mensais pendentes no início deste mês, o que não cumpriu.

O OUTRO LADO.

A Prefeitura Municipal através de sua assessoria de imprensa questionou a informação e divulgou a seguinte nota :

Pagamentos Hospital Universitário.

A Prefeitura Municipal de Marília informa que a dívida de R$ 7.700.000,00 (sete milhões e setecentos mil reais) informada pelo Hospital Universitário, não corresponde com a verdade. O empréstimo mencionado na reportagem importa no total de R$ 4.573.521,88, sendo que este valor já foi repassado para a instituição. Desta forma o Município tem um débito em aberto no valor de R$ 3.126.478,12 (três milhões, cento e vinte e seis mil, quatrocentos e setenta e oito reais). Ressalta-se ainda que, desta quantia, R$ 1.113.521,88 (um milhão, cento e treze mil e quinhentos e vinte e um reais) corresponde a um parcelamento de dívida de administrações anteriores. Assim, a dívida desta Administração perante ao Hospital Universitário importa no total de R$ 2.012.956,24 (dois milhões, doze mil e novecentos e cinquenta e seis reais).
​Esses valores pendentes foram acordados com a superintendente da Unimar que seriam pagos a partir do dia 10 de janeiro de 2020. A Prefeitura Municipal de Marília lamenta a atitude da superintendente ao afirmar que “a partir do dia 27 deste mês (próxima sexta-feira) irá atender exclusivamente urgências e emergências na UPA”, trazendo prejuízos para a população. Em se confirmando este fato, a Prefeitura tomará mas medidas necessárias e cabíveis para que a população não seja prejudicada.

Diretoria de Divulgação e Comunicação Prefeitura de Marília


Hospital da Unimar recebeu pagamento da Prefeitura com dinheiro que a própria instituição conquistou no Legislativo

DESVENDANDO O CASO…. VERGONHOSO.

Na replica sobre o assunto e após a divulgação da nota pela assessoria de imprensa, a superintendente do HBU (Hospital Beneficente Unimar), Márcia Mesquita Serva Reis, afirmou que conquistou pessoalmente a verba para ampliação de atendimento SUS.

Só que quando o dinheiro chegou, passou pela Prefeitura, que, segundo ela, utilizou as emendas para pagar sua dívida municipal com o hospital. ” Solicitei recurso de custeio para Marília com o objetivo de oferecer mais vagas de atendimento e exames. Só que ficamos sem esse dinheiro”, disse Márcia Mesquita.

A superintendente afirmou que foram duas emendas (federais) de R$ 4,7 milhões e de R$ 1 milhão. O montante foi repassado pela Administração Municipal como pagamento de dívida referente a pendências desde maio com o HBU (que engloba também o AME – Ambulatório Médico de Especialidades).

Em resumo, a Prefeitura manobrou emendas parlamentares do HBU. A Administração Municipal estava inadimplente com o hospital desde maio e neste mês quitou o que devia, só que usou o recurso que o hospital receberia de qualquer jeito, por se tratar de dinheiro que ele próprio conquistou junto a deputados, ou seja, agiu de forma a praticar uma manobra financeira.

É importante lembrar que, na semana passada a Secretaria municipal de Saúde recebeu um documento da UNIMAR/HBU informando sobre a paralisação do serviços de exame com RX agora em dezembro devido aos calotes recebidos. O contrato vence neste mês e não será renovado. Uma nota da prefeitura informa que não haverá prejuízos para a população, visto que, o atendimento será prestado com equipamentos próprios.

É mais um capitulo da novela envolvendo a saúde Marília que agoniza com a falta de medicamentos, fraldas, médicos e, agora aponta um cenário de caos com a restrição no atendimento na UPA Norte.

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