Decisão surpreendente foi divulgada ontem, terça feira (25) pelo Comando Geral da Policia Militar do Estado de São Paulo no episódio que ficou conhecido nacionalmente como o “CASO DA CARTEIRADA”, envolvendo o sargento Alan Fabrício e a vereadora Daniela em agosto de 2020.

A vereadora Daniela foi considerada inocente em CP ( Comissão processante ) criada e designada para apurar os fatos e, que poderia culminar com a cassação da mesma. Pelo outro lado, a aposentadoria da ex-comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPMI), com sede em Marília, Márcia Cristina Cristal Gomes foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 10 de abril do ano passado.

As mudanças não pararam por aí. Após apenas quatro meses na função de comandante do 9º BPMI, o coronel Hudson Covolan foi designado para a chefia do Comando de Policiamento do Interior (CPI-4), em Bauru, mas, para o sargento Alan Fabrício sobrou um processo no conselho de disciplina pela repercussão do áudio amplamente divulgado nos veículos de comunicação.

Normalmente, o conselho de disciplina é convocado para avaliar a compatibilidade de um militar praça, permanecer ou não no cargo mediante a gravidade dos fatos ocorridos que justificaram a convocação do ato punitivo. Em síntese, o sargento Allan poderia sim, de acordo com o antigo RDPM, até perder o cargo, após mais de duas décadas de serviços prestados a corporação.

Segundo o documento oficial da Policia Militar, “a transgressão disciplinar praticada é natureza média” e ainda lembra que, por força de lei federal nº 13.967/19 foram revogadas todas as sanções disciplinares restritivas de liberdade ( permanência disciplinar e detenção ) previstas originalmente no RDPM ( Regime de Disciplina da Policia Militar ).

Em outras palavras, ficou determinada a sanção não exclusória, ou seja; contrariando a expectativa negativa até mesmo de alguns integrantes experientes da corporação, o mesmo não será expulso da policia militar, como se aguardava.

O comandante apenas advertiu para o aguardo da publicação do novo código de ética e disciplina para se deliberar quanto a nova punição cabível nesta situação e aplicável neste caso específico. O advogado de defesa do Sargento Alan Fabrício, advogado paulistano Marcos Manteiga publicou nas suas redes sociais uma nota a respeito do assunto;

“Muito repercutiu nas redes sociais. Covardes, fizeram o Sargento PM quase pedir demissão. Acreditei que o mesmo não seria demitido da PMESP”, concluiu o mesmo.

Apenas para recordar

Tudo começou quando o policial  estava em uma operação na Avenida Cascata e acabou  fazendo a autuação de um veículo conduzido pela filha da vereadora Daniela que passou pelo local.

Depois de consultar no sistema, o policial constatou que o carro não tinha licenciamento e abordou a filha da vereadora na Rua Carlos Botelho. O policial informou, no áudio, que deu a oportunidade para que ela fizesse o pagamento via aplicativo, mas a jovem e o pai, que chegou ao local mais tarde, teriam dito que não tinham condições.

A situação se agravou depois que a vereadora Daniela D’Avila Alves, conhecida como Professora Daniela (PL), ligou para a tenente-coronel Márcia Crystal pedindo para que o policial não guinchasse o seu carro, que estava com a filha dela no momento da apreensão.

Em seguida, a oficial da PM ligou para o policial que guinchou o veículo e disse que ele deveria ter “bom senso” ao exercer suas funções ou seria transferido. O mesmo chegou mesmo a ser transferido, mas, segundo uma nota divulgada, teria sido para a realização de um curso na qual ele se classificou em primeiro lugar.

À partir daí, uma sequência de um audio que foi divulgado amplamente para a imprensa pode ter sido o principal fato desencadeante que pode culminar com a expulsão das fileiras do sargento Allan.

Nossa reportagem resgatou um dos trechos mais polêmicos da gravação realizada, onde a Tenente Coronel citava; “Porque você pura e simplesmente está fazendo algo que era desnecessário, infelizmente a gente tem esse tipo de contato dessa forma, você não ouviu as orientações que foram dadas, tá? Quem trabalha no trânsito tem que ter jogo de cintura e bom senso”, continua a tenente-coronel.

Olha o que você tá causando, porque politicamente ela é vereadora. Não teve nem uma conversa, o que você está achando que você é?”, questiona no áudio.

Já a vereadora foi submetido a uma CP ( Comissão Processante ) e acabou absolvida e reeleita para o cargo. Na ocasião a mesma se manifestou por meio de nota esclarecendo que, “em nenhum momento seu telefonema para a comandante tenente-coronel Márcia Crystal teve o objetivo de praticar tráfico de influência” e que foi apenas para ver se havia a possibilidade de não ter o veículo apreendido.

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