O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (11) a redução do horário de funcionamento de bares e a ampliação do horário de operação de shoppings como medida para tentar conter o avanço de casos de coronavírus em todo o estado.

Bares, que antes podiam funcionar até as 22h, deverão fechar às 20h. Os restaurantes e lojas de conveniência poderão continuar abertos até 22h, mas deverão parar de servir bebidas alcoólicas às 20h. Shoppings terão o período de funcionamento estendido de 10 horas para 12 horas, para evitar aglomerações nas compras de fim de ano.

As novas regras foram divulgadas em coletiva de imprensa no início da tarde pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn. Elas passam a valer a partir deste sábado (12) e terão período de validade de 30 dias, que poderá ser prorrogados.

O anúncio do governo acontece em momento que o estado de São Paulo apresenta aumento de novas internações, novos casos e mortes pela Covid-19. (Veja mais abaixo)

Apesar das medidas, a gestão João Doria (PSDB) não alterou a classificação de nenhuma região no Plano São Paulo de flexibilização econômica. Desde o dia 30 de novembro, todo o estado está na fase amarela da proposta.

Novas regras

  • Bares passam a operar até as 20h e não mais até 22h
  • Restaurantes podem funcionar até 22h, mas devem parar de servir bebidas alcoólicas às 20h
  • Lojas de conveniência também deverão parar de vender bebidas alcoólicas às 20h
  • Shoppings, que na fase amarela só poderiam funcionar pelo período de 10h, terão autorização para operar durante 12h para evitar aglomerações por conta das compras de Natal

“Nós vimos que era muito importante realizar um ajuste na fase amarela para expansão do funcionamento do comércio de 10 para 12 horas, mantendo a capacidade de 40%. Foi uma decisão técnica entre saúde e comércio para que possamos atender a necessidade de maior espaçamento entre as pessoas, evitar aglomerações, para que todos possam ter suas necessidades agora do fim do ano atendidas, mas com responsabilidade, com segurança”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.

Piora da pandemia

O estado de São Paulo apresenta tendência de alta nas mortes por Covid-19 há sete dias seguidos. Nesta sexta-feira (11), o número total de mortes chegou a 43.802, e o de casos confirmados, a 1.325.162.

A média móvel diária de mortes, que considera o registro dos últimos 7 dias, é de 145 nesta sexta. O valor é 28% maior ao registrado há 14 dias, o que para especialistas indica tendência de alta. Já a média móvel diária de casos é de 7.002, valor 50% maior do que o registrado há 14 dias.

Segundo o governo estadual, as novas internações por suspeita ou confirmação de Covid-19 também continuam aumentando. A taxa de ocupação de leitos de UTI chegou a 64,4% na Grande São Paulo e a 58,4% no estado nesta sexta. No entanto, diversas cidades do estado já registram taxa de ocupação dos leitos de UTI superior a 80%.

O governo afirmou que irá ampliar em 2 mil o número de novos leitos destinados para pacientes diagnosticados com a doença.

“Uma notícia importante é a manutenção, a garantia de 2 mil leitos de UTI do SUS para esse enfrentamento. Lembrando que no momento pré-pandemia, a Secretaria de Saúde contava com 3,5 mil leitos de UTI. Este número foi ampliado para 8,5 mil leitos de UTI, mais 140% de aumento. Sendo que destes 8,5 mil leitos, 2 mil não estão habilitados pelo Ministério da Saúde”, disse Eduardo Ribeiro, secretário-executivo da Saúde.

“Então o anúncio do governo do estado de São Paulo hoje é que ele garantirá o funcionamento desses 2 mil leitos para atendimento dos pacientes Covid”, completou.

Festas de fim de ano

Na semana passada, Medina recomendou à população que evitasse festas de finais de ano que reúnam mais de dez pessoas.

A menos de 20 dias do Natal, milhares de pessoas aglomeravam pelas vias do Brás, no centro de São Paulo, na quarta feira (9).

A região do comércio popular possui uma taxa de 267 mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes, a segunda mais alta da cidade de São Paulo, atrás apenas do Belém, distrito vizinho ao Brás, na Zona Leste (271 mortes para cada grupo de 100 mil pessoas).

Os dados fazem parte de levantamento feito pela GloboNews e pelo G1 com base em dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM), da Secretaria Municipal da Saúde.

Além das filas na porta dos comércios, era possível ver pessoas circulando no local sem máscara ou fazendo uso incorreto dela. Vendedores ambulantes ocupam as calçadas das vias para conseguir comercializar as mercadorias.

Fiscalização

O governo do estado afirma que ampliou o número de agentes para fiscalizar o cumprimento das regras de funcionamento de estabelecimentos e uso de máscara na quarentena.

“A fiscalização sanitária, com certeza ela vai estar intensificando a partir de amanhã, porque nós como fiscais estamos observando o deslocamento grande da população. O estado de São Paulo ampliou pra cerca de mil agentes sanitários, em associação com os municípios, e a gente vai estar atuando nas aglomerações, nos abres, no comércio, restaurantes, conveniências, baladas, festas clandestinas”, disse nesta sexta Maria Cristina Megid, diretora do Centro de Vigilância Sanitária.

Segundo Megid, foram realizadas 110 mil inspeções pela Vigilância Sanitária no estado, com 1,2 mil autuações por aglomerações e não utilização de máscaras.

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