Ainda não existem medicamentos para tratamento da covid-19, doença que já matou mais de 210 mil pessoas no Brasil. Pode até soar repetitivo essa afirmação de profissionais da saúde, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e da OMS (Organização Mundial da Saúde), mas ainda há remédios que são vendidos como a “cura” para o novo coronavírus.

A Anvisa já recebeu 1.009 denúncias ou relatos de queixas relacionadas a produtos e remédios que prometem a prevenção e o tratamento contra a covid-19.

E não são somente medicamentos. Cerca de 10% deste número se refere a casos como de suplementos alimentares que garantem o  fortalecimento da imunidade de quem toma a pílula. Inclusive, são produtos de fácil acesso. A reportagem da Rádio Bandeirantes flagrou um deles, que utiliza “covid” em seu nome, sendo vendido em farmácias da capital paulista.

De acordo com o infectologista Jamal Suleiman, remédios que se aproveitam do nome do vírus passam uma falsa sensação de segurança para quem usa. “O indivíduo toma um suplemento alimentar ou alguma pílula que eventualmente possa fazer uso, ele vai imaginar que está protegido contra uma doença cujo o tratamento não existe. Isso é muito grave”, disse.

A Anvisa afirma que em caso de suplementos alimentares, não é necessária liberação da agência para que o produto seja disponibilizado nas prateleiras.

As denúncias recebidas pela Anvisa também são referentes a chás, produtos de limpeza e até amaciantes que prometem  eliminar o coronavírus. Segundo o Conar (Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária), as propagandas com este teor são julgadas e os responsáveis, multados.

Já no caso do suplemento alimentar, se não tem propaganda, o Conar não pode agir. Portanto, depende da ética e profissionalismo do laboratório responsável pela fabricação do produto.

Anvisa recebe mil denúncias de ‘falsos remédios’ contra covid-19

Sempre bom lembrar

Durante a reunião que aprovou o uso emergencial no das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca no Brasil, a diretora da agência reguladora, Meiruze Freitas, afirmou que “não há alternativa terapêutica” no combate ao coronavírus. Este foi um dos critérios da área técnica da Anvisa para recomendar a autorização dos imunizantes em caráter de urgência.  

“O indivíduo toma um suplemento alimentar ou alguma pílula que eventualmente possa fazer uso, ele vai imaginar que está protegido contra uma doença cujo o tratamento não existe. Isso é muito grave”

Jamal Suleiman, Infectologista

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