Tem algum dinheiro para investir e não sabe por onde começar? A recomendação da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) é simples: “Não deixe o dinheiro parado em depósitos com taxas de quase zero por cento”. Se gerir o dinheiro é, para si, uma complicação, saiba que há algumas dicas que podem ajudar. 

Nesta senda, a DECO dá 10 dicas para aplicar as poupanças. Tome nota: 

1. Antes de investir, elimine as dívidas – “Enquanto não se libertar das dívidas a taxas elevadas, não adianta estar a poupar, pois a sua poupança caminhará sempre a um ritmo mais lento. Não nos referimos a empréstimos de longo prazo (compra de casa), mas sim aos pequenos créditos (cartão de crédito), que penalizam o orçamento das famílias.”

2. Atenção à fonte de informação –  “Cuidado com os conselhos dos amigos, ou mesmo do gestor de conta. Ainda que não sejam mal-intencionados, não são a fonte mais credível e isenta, nem conhecedora do mercado. Muitos esquemas piramidais são promovidos pelos amigos. Atenção também a um número cada vez maior de influenciadores digitais que, também na área das finanças, dão conselhos. Os analistas financeiros independentes devem ser credenciados pela CMVM e, infelizmente, há cada vez mais pessoas não habilitadas a dar aconselhamento financeiro online.”

3. Inicie a poupança para a reforma quanto antes – “O ideal seria subscrever um PPR assim que começa a trabalhar, na casa dos 20 anos, ainda que as quantias sejam pequenas. Não apenas porque tem mais anos de poupança e beneficia do efeito de capitalização, mas porque pode aplicar em produtos com maior percentagem de ações (mais risco) e potencialmente mais rentáveis.”

4. Encare a poupança como um encargo regular – “Não poupe apenas o que sobra no final do mês, pois corre o risco de não fazer qualquer poupança de forma disciplinada e regular. Por exemplo, pode programar transferências automáticas para evitar o “esquecimento”. É preferível encarar a quantia que põe de lado como um investimento pessoal, de que usufruirá no futuro.”

5. Crie um fundo de emergência – “Antes de pensar em qualquer investimento, sobretudo de risco, é importante criar o que designamos de “fundo de emergência”. Na prática, é uma almofada financeira (de, pelo menos, seis salários) que permite, a qualquer momento, fazer face a imprevistos e evitar ter de recorrer ao cartão de crédito, suportando taxas de juro elevadas, em regra, de dois dígitos.”

6. Tenha a inflação como referência de rendimento – “A inflação é a subida dos preços na economia. Se a sua poupança valorizar menos do que a taxa de inflação significa que o seu dinheiro está a perder valor, o que, a longo prazo, repetindo-se anualmente esse cenário, pode ser muito prejudicial à carteira. Por isso ouvimos muitas vezes dizer “o dinheiro vale cada vez menos”. Ter muito dinheiro à ordem é uma má estratégia.” 

7. Não invista em produtos estranhos – “Cuidado com o investimento em produtos que não conhece ou não entende. Por exemplo, produtos estruturados têm regras que podem ser complexas e, por norma, são criados de forma a apresentar um rendimento potencial interessante, mas que raramente se verifica, porque estão dependentes da concretização de um conjunto de várias condições. Evite esses produtos.”

8. Diversifique por vários bancos e produtos – “Não coloque todas as poupanças no mesmo banco, nem no mesmo produto. De preferência, deposite em cada instituição apenas o montante que fica ao abrigo do Fundo de Garantia de Depósitos (100 mil euros por depositante) e Sistema de Indemnização aos Investidores (25 mil euros). É uma forma de diminuir o risco.”

9. Arrisque, mas apenas com o dinheiro de que não necessite – “Aplique nos produtos com maior risco apenas o montante que tem a certeza de que não vai necessitar a curto ou médio prazo. Produtos que não tenham o capital garantido, como fundos de investimento ou ações, só mesmo para prazos superiores a cinco anos, pois corre o risco de atravessar um período menos bom, com quedas das bolsas, e deverá ter tempo para recuperar e não resgatar numa altura menos favorável.”

10. Escolha os produtos de acordo com o seu perfil – “Não há duas pessoas iguais, mesmo em termos financeiros. Cada um tem necessidades e património distintos, bem como um perfil de risco diferente. Há quem lide bem com o risco, há quem abomine. Conheça o seu perfil de risco, o seu grau de aceitação, os conhecimentos e tempo disponível para procurar informação sobre produtos e mercados mais complexos. Adeque os produtos financeiros que subscreve ao perfil.”

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