A economia brasileira poderá ter a pior década em, pelo menos, 120 anos, segundo um estudo publicado hoje pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Entre 2011 e 2018, a economia brasileira cresceu, em média, 0,6% ao ano, de acordo com o estudo, que considerou dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Se for considerada a previsão de economistas para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2019 (2,01%) e 2020 (2,8%), o Brasil chegará ao final desta década com crescimento médio de 0,9% ao ano. Esse resultado é o pior pelo menos desde 1901, ano em que a FGV começou a medir o PIB brasileiro.

O desempenho do país entre 2011 e 2020 pode ficar abaixo, inclusive, do registrado nos anos 1980, a chamada “década perdida”. Na década de 1980, a economia cresceu, em média, 1,6% ao ano. Para a década atual não ser a pior em termos de crescimento econômico, 2019 e 2020 deve ter crescimento somado de, pelo menos, 5,7%, “o que parece bastante improvável”, diz o estudo. “Então podemos concluir que os anos 2011-20 foram mais ‘perdidos’ do que a chamada ‘década perdida’ dos anos 1980”, afirmou a FGV.

Últimos 4 anos foram os piores O desempenho da economia brasileira nesta década foi pior nos últimos quatro anos (de 2015 a 2018), período em que estiveram na Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Segundo o estudo, o PIB médio nesse período foi de -1,2% ao ano. Só nos anos de 2015 e 2016 o PIB brasileiro recuou 3,5% e 3,3%, respectivamente. A única vez em que o país havia apresentado dois anos seguidos de taxa real de PIB negativo foi em 1930 e 1931, logo após a grande crise de 1929.

Ainda assim, o desempenho médio da economia foi de -2,7% ao ano (-2,1% em 1930 e -3,3% em 1931), resultado melhor do que o registrado entre 2015 e 2016 (-3,4% ao ano, em média). “O biênio 2015-2016 foi o pior da história brasileira”, diz o estudo. Tanto em 2017 como em 2018, a economia brasileira teve crescimento de 1,1%, considerado modesto pela FGV. “Além de uma recessão bem forte, a recuperação da economia tem sido bastante lenta e gradual.”

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