Cintra foi demitido por tentar recriar CPMF, diz Bolsonaro pelas redes sociais.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que Marcos Cintra foi demitida da Receita Federal foi foi tentar recriar um imposto nos moldes da antiga CPMF . Em uma rede social, Bolsonaro escreveu que a demissão ocorreu por “divergências no projeto da reforma tributária”. O presidente também ressaltou que a recriação da CPMF ou um aumento da carga tributária estão, por determinação sua, descartadas do projeto de reforma tributária que está sendo elaborado pelo governo.

Bolsonaro disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, demitiu Cintra “a pedido”, mas sem deixar claro se o pedido foi seu ou do próprio Cintra. Uma nota divulgada pelo Ministério da Economia antes da publicação de Bolsonaro diz que o pedido de exoneração partiu do secretário.

O presidente ainda escreveu que a proposta de emenda tributária (PEC) do governo “só deveria ter sido divulgada após o aval do Presidente da República e do Ministro da Economia”. Na terça-feira, o adjunto de Cintra, Marcelo de Sousa Silva, divulgou detalhes do projeto da reforma em um seminário.

TENTATIVA DE RECRIAR CPMF DERRUBA CHEFE DA RECEITA. Paulo Guedes exonerou, a pedido, o chefe da Receita Federal por divergências no projeto da reforma tributária. A recriação da CPMF ou aumento da carga tributária estão fora da reforma tributária por determinação do Presidente.— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 11 de setembro de 2019

Segundo a nota do Ministério da Economia, o secretário será substituído interinamente por José de Assis Ferraz Neto. Marcelo Silva, considerado o pivô da crise, ficará no cargo, no entanto.

Além da defesa da “nova CPMF”, segundo interlocutores  também pesou contra Cintra o clima tenso com os técnicos da Receita. Em agosto, ele demitiu o subsecretário-geral do órgão, João Paulo Fachada, após pressões por uma troca de comando no primeiro escalão do Fisco, manifestadas por autoridades dos Três Poderes insatisfeitas com os procedimentos de fiscalização de auditores.

Na nota em que anunciou a exoneração do secretário, o Ministério da Economia destacou “que não há um projeto de reforma tributária finalizado” e que a equipe econômica “trabalha na formulação de um novo regime tributário para corrigir distorções, simplificar normas, reduzir custos, aliviar a carga tributária sobre as famílias e desonerar a folha de pagamento”.

Bolsonaro segue internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde foi submetido a uma cirurgia para correção de uma hérnia incisional. O procedimento é parte do tratamento relacionado ao ferimento de faca sofrido pelo presidente há um ano, durante um ato de campanha eleitoral.

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