Mais um capitulo do episódio da suposta carteirada ocorreu no dia de ontem, quarta feira ( 23 ) quando a defesa da vereadora apresentou todos os documentos de alegação de defesa. Em um dos principais motivos a vereadora alega que ligou para a comandante apenas para pedir uma informação sobre a legalidade da apreensão ou não.

Segundo o relatório da documentação, a parlamentar afirmou que a documentação estava vencida há menos de 30 dias e por isso o veículo não poderia ter sido apreendido. Sobre os pneus, ela garantiu que os laudos não mostraram a impossibilidade de rodar.

“O que bem se quer dizer é que o policial de forma maliciosa, para dizer o menos, buscou forjar uma situação inexistente, acredita-se, tão somente para gerar estrepito com o nome da representada”, afirma um parte do trecho em defesa da nobre edil.

De forma surpreendente até a esposa do Policial Allan foi incluída no imbróglio, colocando-a como uma das principais razões do fato, onde a também policial militar estaria figurando como uma pivô da situação. Segunda a defesa da vereadora : “suspeita-se, que sua esposa detinha rixa política no mesmo reduto eleitoral” que a vereadora.

Bombeiros de Marília resgatam ave de rapinaBombeiros de Marília resgatam  ave de rapina

Em outro ponto, a parlamentar através de sua defesa, desqualifica Allan Fabricio e reforça que o policial teria utilizado de “má-fé” e diz novamente que sua esposa “envereda para a área política”.

A esposa de Alan é Gislainne Tunes, cabo do Corpo de Bombeiros, com bom relacionamento com a imprensa local, pois atuou por bastante tempo na interlocução da corporação com os veículos de comunicação. Nossa reportagem, realizou uma pesquisa na Justiça Eleitoral e constatou que ela sequer é filiada a qualquer partido político, e, que realiza um trabalho exemplar junto as crianças de uma conhecida e conceituada igreja evangélica na área central da cidade.

O fato que chama a atenção é o ataque feito por Daniela ao policial militar responsável pela apreensão do veículo em seu nome, que era guiado por sua filha durante a madrugada. O policial é Alan Fabrício Ferreira, que apontou vencimento do licenciamento do veículo e a ocorrência de ‘pneus carecas’.

PM que guinchou carro de vereadora volta às ruas após ameaça de ser  transferido | Bauru e Marília | G1

Vale lembrar que o policial militar de Marília ficou em primeiro lugar em curso de Policiamento de Trânsito promovido pela corporação. O curso e a premiação aconteceram em São Paulo. O sargento Alan Fabrício Ferreira foi homenageado em pé na entrega do troféu.

Durante a apreensão, Daniela ligou para a comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), a tenente-coronel Márcia Cristina Cristal. Em seguida, a militar ligou para seu subordinado que fazia a apreensão e o desautorizou. O áudio foi vazado e Cristal aparece ameaçando punir Alan, que acabou afastado provisoriamente das funções na fiscalização de trânsito.

Entre outras coisas, os advogados da parlamentar questionam o fato de a abertura de CP ter sido “cindida” – ou seja, fatiada em duas votações para abertura do processo, apesar de haver uma única representação.

A Câmara votou de forma unânime favoravelmente à abertura de uma CP por causa do suposto abuso de autoridade da vereadora após a apreensão do veículo, mas negou a abertura do processo em outro tópico que também envolve o prefeito Daniel Alonso (PSDB).

O caso que acabou arquivado tem relação com a nomeação da vereadora para função de assistente de direção enquanto ela exerce mandato na Câmara – o que seria irregular, segundo representação ao Legislativo.

A defesa da Professora Daniela aponta que parecer do próprio departamento jurídico da Casa de Leis indicou não ser possível cindir a votação. De acordo com ela, isso foi feito por iniciativa do presidente Marcos Rezende (PSD) para favorecer o prefeito. Tal medida já seria suficiente para que a abertura da CP fosse considerada ilegal, de acordo com os advogados da vereadora.

A comissão após receber o instrumento de defesa tem “até” cinco dias para se manifestar e entregar o veredito para a presidência da Câmara municipal, no entanto, nos corredores da casa de leis são fortes os comentários de que, o processo poderá ser apreciado já na próxima segunda feira ( 28 ). O processo poderá culminar com a cassação ou não da vereadora que continua exercendo o mandato e, em plena campanha para sua reeleição.

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