A grande surpresa das eleições 2020 foi a pane no sistema de divulgação dos resultados pelo TSE. Situação inédita para o país desde a adoção do sistema eletrônico de votação, considerado até então um exemplo de modernidade, agilidade e confiabilidade.

Culpa da ação de hackers de diferentes partes do mundo, foi o que alegou o Tribunal. Mas talvez seja o caso de revisar decisão que centralizou a contagem e apuração no TSE. Na melhor das análises, o que aconteceu foi que o sistema não aguentou o volume de dados.

Não foi a única decepção. O aplicativo lançado para facilitar o sistema de justificativa para quem estivesse fora do domicílio eleitoral também deixou milhões de usuários sem acesso ao serviço.

Tudo isso em meio ao anuncio de que o Tribunal já estuda informatizar totalmente o processo de escolha dos candidatos a partir da próxima eleição, majoritária, quando os brasileiros vão eleger presidente da República, deputados, senadores e governadores. Certamente, muitos ajustes precisarão ser feitos.

Desde o resultado das urnas, sobram analistas se colocando na posição de tradutores do tão falado recado das urnas. É intelectualmente saudável que assim seja. Contudo, personalizar fracassos neste momento, soa como mais um combustível na violenta polarização do país. Até porque, a julgar pelas leituras feitas aqui, as gangorras parecem ter quebrado, quando as maiores derrotas são atribuídas ao presidente da republica e ao partido dos trabalhadores.

Ao que tudo indica, o que algumas pesquisas apontaram – que as eleições municipais deste ano evidenciariam o desejo do eleitorado de garantir a continuidade de gestões consideradas positivas no combate à pandemia – se confirmou.

Como já citei reiteradas vezes em rodas de amigos, reafirmo que, no pleito municipal, o problema concreto das cidades assume maior relevância do que as atribuições ideológicas. Tudo se desenrola em uma lógica um tanto diferente, sobretudo, se comparado com 2018, esta também envolvido com elementos circunstanciais.

E é importante que, nos municípios onde o eleitorado optou pelo segundo turno, as propostas continuem a ser dissecadas mais no sentido de desenhar o futuro do que gerar uma fatura politica a ser paga em 2022.

Infelizmente, este fato não ocorre em nossa cidade, e, por esta razão, o debate de ideias e propostas acaba se descambando para a troca de farpas e ofensas generalizadas que nada contribuem para a cidade que está as vésperas de seu centenário.

Em verdade, vos digo que, boa parte dos eleitores está menos interessada em ideologia e mais preocupa com uma gestão eficiente em favor do povo. Nossa realidade é uma só; não venceu o melhor, mas sim, o menos pior em um pleito que foi marcado pela falta de articulação para uma terceira via que pudesse oferecer ao eleitor uma expectativa diferente das mesmices apresentadas.

Entre o sujo e o mal lavado o meu voto de confiança vai para eleitor mariliense que passa a agora a conviver com a expectativa de solução para os inúmeros problemas da cidade que não foram resolvidos em 48 meses de governo e foram maquiados em 48 dias antes da campanha. A grande questão agora é decifrar se este fato é o inicio de uma nova dinastia ou teremos turbulências e dias difíceis pela frente. O tempo é o Senhor da razão…..

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