Eleições 2020: o novo quebra-cabeça para eleger vereadores em um cenário diferente de 2016.

Olá meus amigos, é com satisfação que retorno a minha cadeira cativa para com muita humildade tecer alguns comentários sobre alguns temas, principalmente na esfera politica e, de uma forma até mais especifica, envolvendo o cotidiano de nossa cidade.

A partir deste ano, os partidos não poderão mais formar coligações para concorrer às eleições proporcionais, com isso aumentará em muito a dificuldade para se conquistar uma cadeira na câmara municipal de Marília. Este é o meu primeiro bate papo neste ano de 2020.

Uma das principais mudanças instituídas pela reforma eleitoral promulgada pelo Congresso Nacional em outubro de 2017 (Proposta de Emenda à Constituição 33/2017) foi o fim das coligações nas eleições para vereadores e deputados, que entra em vigor agora em 2020.

Os partidos sairão sozinhos na disputa para as câmaras municipais de todo o País e, segundo alguns analistas, uma das consequências que essa alteração na legislação pode trazer é um aumento no número de candidatos a prefeito, pois candidaturas majoritárias teriam o poder de puxar votos para as postulações proporcionais, alíás, pelo que tenho observado, esta é a estrategia a ser utilizada aqui na nossa cidade, que já é praticada há décadas favorecendo um determinado grupo politico.

Mas, voltando ao nosso entendimento global, os principais objetivos do Congresso ao aprovar o fim das coligações seriam desestimular a criação e manutenção das chamadas legendas de aluguel – partidos usados no passado por siglas maiores para turbinar seu quociente partidário – e acabar com o “efeito Tiririca”, quando a votação expressiva um candidato ajuda a eleger outros da mesma coligação. Eleito em 2014 com mais de 1 milhão de votos, o deputado federal Tiririca (PL) levou para a Câmara outros cinco candidatos.

As pessoas, inclusive candidatos a vereador, não compreendem que a partir desse ano não haverá coligação proporcional nem o mecanismo da cláusula de barreira. Ele (o candidato) não poderá coligar e, dentro do partido, quem não fizer 10% do quociente eleitoral em sua cidade, mesmo que o partido alcance uma vaga, ele não entra.

Não adianta colocar um candidato Tiririca, que vai ter um milhão de votos, para conquistar 4 ou 5 vagas, se dentro do partido só tiverem dois ou três que atingirem a cláusula de barreira.


Pela experiência que temos, o movimento teórico, o princípio da mudança é para fortalecer partidos mais competitivos, então as pessoas que já têm mandato, que possuem uma carreira política já consolidada, nesse momento estão em vantagem.

Uma pessoa que vai se candidatar pela primeira vez vai ter que calcular muito em qual partido efetivamente deverá entrar para ter chance de ser eleito. Para os estreantes e para os candidatos menores, isso será um desafio a mais.

Nós não podemos desconsiderar, contudo, o contexto atual do País, em que a população tem demonstrado querer uma oxigenação dos quadros políticos. Nesse caso, o efeito inverso não pode ser desconsiderado, portanto creio que até poderemos ter uma ou duas surpresas em nossa cidade.

Bom, de repente você pode me perguntar; “Mas como todas essas alterações podem influenciar no número de prefeitos que concorrerão em 2020? A resposta é obvia, a tendência é que legendas de pequeno porte, que já teriam dificuldade para eleger prefeitos, lancem candidaturas majoritárias para fortalecer postulantes a vagas de vereador e evitar um enfraquecimento ainda maior da sigla no Legislativo.

Em algumas circunstâncias, lançar candidato a prefeito pode ser uma alternativa para tentar dar mais visibilidade aos vereadores. Os partidos grandes e médios participam mais do jogo majoritário e estimulam a votação para vereador, mas os pequenos estão numa situação mais difícil.

Essa mudança afeta muito os pequenos partidos e alguns podem sumir das Câmaras de Vereadores, um exemplo disso será o desaparecimento de pelo menos uns 3 ou 04 partidos que hoje ocupam cadeiras no legislativo mariliense.

As novas regras eleitorais devem fortalecer legendas com maior desenvoltura política e a estratégia a ser adotada por partidos com pedigree para o pleito de 2020 é lançar candidaturas apenas onde há chance real de eleição,ou seja, candidatos com grande potencial de votos. Pelos meus cálculos, para se fazer uma cadeira, será necessário pelo menos 10.000 votos, eu disse uma cadeira.

Outra grande dificuldade será a forma de assediar o eleitor, ou seja, como conquistar o voto. Se em épocas passadas tudo era permitido, neste ano mais do que nunca, o candidato terá que literalmente usar os famosos três “S”s, ou seja, Suor, saliva e solo de sapato, pois as proibições se listam de tal forma que praticamente emudece o candidato.

É proibido fazer propaganda de qualquer natureza (incluindo pinturas, placas, faixas, cavaletes e bonecos) em locais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios e estádios, ainda que de propriedade privada. A proibição se estende a postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes e paradas de ônibus, árvores, muros e cercas.

E não para só por ai. Na campanha eleitoral, é proibido distribuir aos eleitores camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou outros bens. É vedada a propaganda eleitoral em outdoors, inclusive eletrônicos.

Porém, está permitido colocar bandeiras na rua, desde que não atrapalhem o trânsito de pessoas e veículos. Também pode colar adesivo (de 50 cm x 50 cm) em carros, motos, caminhões, bicicletas e janelas residenciais.

Em Sintese, será uma campanha limitada, onde sairá na frente, como já citei, os candidatos com pedigree, ou em outras palavras, com uma carreira já consolidada, onde arrisco a dizer que pelo menos uns dois ex vereadores poderão retornar.

No mais, pode conseguir algum destaque e se tiver muita sorte e apelo popular, aquelas lideranças de entidades ou igrejas que possuam uma grande base conquistada através de um vasto serviço prestado.

Enfim meus amigos, será uma eleição dificílima para todo mundo, afinal de contas, mudou muito o perfil do eleitor. E um recado as velhas raposas da politica local; ” O povo já não está tão bobo como antigamente, hoje as redes sociais estão aí para auxiliar o discernimento do eleitor na hora do voto”. Falei ??? Era isso, eu falo e garanto… Um abraço a todos e até a próxima..

Lourivaldo Carvalho Balieiro é comerciante, Jornalista, Analista politico e colunista do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA.

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