No final da manhã desta quarta feira ( 5 ), a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Marília anunciou a morte de mais uma paciente com Covid-19 na cidade. Agora são 22 marilienses entre as vítimas fatais do novo coronavírus.

Segundo o divulgado, a nova vítima é uma senhora de 86 anos, portadora de comorbidades. Ela começou a ter sintomas da Covid-19 no último dia 12 de julho. O filho da idosa, que também está internado em um leito de UTI, deu início ao quadro anteriormente, junto com a nora, sendo ambos diagnosticados com o novo coronavírus, caracterizando o contágio existente entre familiares.

De acordo com último boletim, a cidade soma 1.155 testes positivos para a doença. Deste total, 115 estão em fase de transmissão do vírus. No momento, há 52 marilienses internados em hospitais, dos quais 37 aguardam exames e 15 já tem o resultado positivo para a Covid-19. Para preocupar ainda mais, 532 pessoas estão aguardando resultado de exames.

A curva de ascensão de Marília está cada vez mais acentuada e um agravante pode comprometer ainda mais a situação da cidade, a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Marília atingiu 70% no dia de ontem, terça-feira (4), o nível mais alto desde o início da pandemia. Atualmente, os três hospitais da cidade contam com um total de 67 leitos de UTI específicos para pacientes com Covid-19 e 47 estão ocupados.

O JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA, desde o inicio da pandemia tem empunhado a BANDEIRA DOS TESTES RÁPIDOS EM MASSA para identificar de uma forma imediata os infectados e, de forma ágil iniciar os tratamentos e implantar as medidas de isolamento para evitar novos contágios e a consequente proliferação.

Infelizmente, a administração municipal sequer chegou a cogitar o assunto ou se atentar para as reportagens com conotação exclusivamente colaboradora e construtiva, sem qualquer cunho politico, tendo como base experiencias realizadas em outros municípios.

A importância de fazer testes em massa.

Pessoas sem sintomas fizeram o teste através da coleta de sangue — Foto: Prefeitura de Bauru/Divulgação

“Testar maciçamente a população”. Esta é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para enfrentar a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2), causador da Covid-19. Para a entidade, a realização em larga escala de exames, combinada com o isolamento social, é o caminho ideal para proteger a população da pandemia.

“Junto com o isolamento social, massificar a testagem para diagnóstico da Covid-19 é a única maneira para ‘achatar’ a curva de disseminação do vírus no país. Somente dessa forma é possível identificar os infectados e isolá-los para evitar a transmissão. Esse é o método mais eficiente, e está sendo usado por países, como Coreia do Sul, que conseguiram achatar a curva”, afirmou o virologista Edison Luiz Durigon, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

Um exemplo disto é a cidade de Bauru que, em sua terceira ação de testagem em massa terminou com um total de 2.410 exames aplicados e com um saldo de 98 pessoas que testaram positivo para a Covid-19. Este número representou um índice de 4,07% de positividade.

O índice foi bem menor do que o registrado na última ação semelhante na cidade, realizada na segunda edição, quando foram aplicados 1.086 testes e um total de 145 pessoas saíram com resultado positivo para coronavírus, o que representou um valor de 13% de positividade.

A ação de testagem foi realizada no Recinto Mello Moraes, na zona oeste da cidade, e contou com duas modalidades, com as pessoas passando pelos postos de exames a pé ou de carro. O evento envolveu mais de 300 servidores da prefeitura, incluindo pessoal de apoio da Emdurb, DAE e Polícia Militar.

Agora Bauru abriu cadastramento para testagem em massa de pessoas que trabalham com carro e moto em ação que acontece no próximo sábado ( 8 ).

Mais uma vez, palco da testagem será o Recinto de Exposições Mello Moraes, na zona oeste da cidade — Foto: Prefeitura de Bauru/Divulgação

Objetivando investir no preventivo, a prefeitura de Bauru passou a trabalhar agora com uma nova estratégia de ação e para isto, abriu o cadastramento para pessoas que trabalham com carros e motocicletas, que são o público-alvo de mais uma ação de testagem em massa para a Covid-19 prevista para este sábado (8), das 8h às 17h, no Recinto de Exposições Mello Moraes.

Esta será a quarta atividade do tipo na cidade, mas, desta vez, terá um público específico, formado por mototaxistas, motoboys e motogirls, taxistas e motoristas de aplicativos. A previsão é realizar 2 mil testes nestes trabalhadores, com ou sem sintomas.

quem deve fazer teste para coronavirus

Apesar de ter uma população maior que Marília ( 376 818 hab ), a situação de Bauru, não é nada confortável se levarmos em consideração o último informe confirmando mais cinco óbitos pelo novo coronavírus no município, totalizando 82 vítimas fatais da Covid-19. Todos os óbitos tiveram a investigação finalizada nesta terça-feira (4), pela Vigilância Epidemiológica. Cidade ainda tem duas mortes suspeitas.

Até o momento, Bauru contabiliza 4.400 casos confirmados da doença. O número de pacientes recuperados totaliza 3.100. Na fila à espera de resultados de exames estão 724 pessoas. No entanto, se não houvesse a realização dos testes rápidos, a situação poderia estar ainda pior. É neste ponto preventivo que manifestamos a nossa preocupação.

NOSSA OPINIÃO:

O ato de fazer testes em massa é essencial, não só do ponto de vista epidemiológico – para saber o número e a distribuição dos casos -, mas também para adotar ações de combate ao novo coronavírus na cidade. 

Pelo que acompanhamos todos os dias em contato com as mais diversas agencias de noticia do Brasil e do mundo, se a gente testa em massa, tem o real valor do crescimento diário de casos. Mas não é só isso, a testagem em massa é o fundamento de tudo o que se faz. Ela é essencial para encontrar todas as soluções nortear planos de ação junto a população.

Não adianta testar só quem chega no hospital ou nas unidade de saúde que estão abertas para o atendimento porque os assintomáticos são os que serão sintomáticos e, uma parte destes, vai ser internada nas próximas semanas. Podemos até pecar pelo zelo preventivo, mas, pelo nosso entendimento não testar leva a fazer todas as coisas em cima da hora, e o resultado infelizmente pode não ser positivo.

Marília já perdeu duas profissionais da área de saúde e, da linha de frente do combate ao coronavírus na cidade. Já existe mais de uma dezena de profissionais que estão afastados por estarem com suspeitas e a bola de neve começa a descer a ladeira.

O caso ocorrido em um supermercado da cidade e, uma casa de repouso não são casos isolados, se levarmos em consideração que, estas pessoas em estado de contágio, estiverem em contato com outras pessoas em supermercados, lojas e no transporte coletivo, que, sequer é fiscalizado com os constantes excessos de lotação.

Enfim, uma realidade que nos preocupa como jornalista e como cidadão que sente mais uma vez, a falta de ações estratégicas eficientes para se coibir a proliferação do coronavírus na cidade. A prova disso é o feriadão decretado pelo governador para a cidade de São Paulo por 4 dias ocorrido no mês de abril, quando pelo menos 7 ônibus por dia chegavam da capital paulista em nossa cidade sem qualquer fiscalização de abordagem.

Se esquecem que, a cidade é uma cidade industrial e, que conta com a entrada e saída de diversos vendedores, transportadores e outros e, enquanto outras cidades realizavam barreiras sanitárias, infelizmente aqui em Marília nenhuma iniciativa foi tomada nos feriados que se passaram.

Nos resta orar, e torcer para que o sinal de alerta chegue ao mais rápido possível para que providências imediatas sejam tomadas, afinal, a dinheirama enviada para a cidade é mais do que suficiente para a compra de testes, contratação de um laboratório da própria cidade para agilizar a entrega dos resultados e, no mínimo comprar medidores de temperatura. A sorte está lançada.

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