Nos últimos 30 anos, a Igreja Católica tem enfrentado vários escândalos de pedofilia, como o que explodiu na Pensilvânia, onde centenas de padres abusaram sexualmente de mais de 1.000 crianças ao longo de décadas.

Outro país foi a França, onde desde 1950, 10 mil crianças e adolescentes podem ter sido vítimas de violências sexuais cometidas por membros da Igreja Católica Francesa, e olhem que essa é a estimativa do presidente da comissão independente que investiga a pedofilia dentro da maior instituição religiosa no país.

Do Chile ao México, a América Latina não ficou imune ao abuso sexual de menores por padres e religiosos dentro da Igreja Católica. E o Brasil obviamente não fica de fora. Recentemente quatro religiosos começaram a ser investigados em um dos maiores escândalos de abuso sexual da Igreja Católica no Brasil, revelado pela reportagem da revista VEJA.

Os crimes cometidos nas sombras nas últimas décadas, com a conivência de superiores religiosos, só começaram a ficar conhecidos nos últimos meses e foram detalhadas em depoimentos das próprias vítimas. A multiplicidade acaba já não desperta a atenção e o comentário de fiéis como antes, tornando-se já um assunto banal, tamanho o número de casos.

Conceituado Blog especialista em assuntos da igreja torna público caso na diocese de Assis.

Rodrigo Viudes, um dos mais renomados jornalistas do interior paulista com o conhecido BLOG DO RODRIGO, que além de matérias gerais e políticas realiza com exclusividade uma cobertura exclusiva dos assuntos relacionados à igreja católica, publicou no final da tarde de ontem, quarta feira (25) mais um escândalo da igreja católica e desta feita na cidade de Assis, à pouco mais de 100 quilômetros de Marília.

Com farta documentação a respeito do assunto, o jornalista informa que a denuncia foi formalizada em 8 de janeiro de 2021 no Tribunal Interdiocesano de Botucatu, sediado em Assis (SP), e se refere a fatos que teriam ocorrido entre outubro de 2002 e o primeiro semestre de 2003. É mais um capitulo que volta a macular a igreja e comprometer o credo dos fiéis.

O fato faz lembrar casos recentes também ocorridos em nossa região e também de outro escândalo ocorrido no ano de 2007, quando seis padres denunciaram um esquema de extorsão e por fechar os olhos para abusos desta natureza na Diocese de Limeira, no interior de São Paulo.

Os casos são tão graves que outros escândalos semelhantes provocaram reforma de código e endurecimento de penas contra clérigos e até leigos. Em 2013, já no papado de Francisco, o Vaticano criou uma comissão especial para proteger os menores vítimas de abusos sexuais e combater os casos de pedofilia no clero.

Em Junho de 2021, uma equipe de special rappourteurs  das Nações Unidas para o Gabinete do Alto Comissário para os Direitos Humanos criticou o Vaticano referindo-se a alegações persistentes de que a Igreja Católica tinha obstruído e não tinha cooperado com os processos judiciais internos, a fim de impedir a responsabilização dos abusadores e a indemnização das vítimas.

Com experiência suficiente para falar sobre o assunto o jornalista Rodrigo ficou bem a vontade para relatar que a Maioria das cúrias diocesanas da região ainda ignora formalização de ‘guichê’ para apresentação de denúncias de crimes sexuais contra vulneráveis.

Com exclusividade e agora sendo reproduzida com autorização pelo JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, segue abaixo um relato verídico de umas das vítimas. No caso, uma ‘declaração do denunciando vítima’, pela qual um ex-seminarista acusa dois padres da Diocese de Assis (SP) por “abuso sexual de menor”. O blog recebeu uma cópia do documento e a identidade dos envolvidos foi preservada por se tratar de acusação sob investigação – inclusive, pela igreja. Confira ;

“Acordei com o padre (…) ofegante, forçando seu corpo sobre o meu (eu estava de bruços), forçando minha cabeça contra o travesseiro com um dos braços, tapando minha boca com a mão e com a outra abaixando minha cueca e logo depois me penetrando com voracidade”. “Ao entrar, ele já foi me conduzindo com falas suaves, me dando um beijo e quando me dei conta estava na cama com ele. O meu mentor que me mostraria o que era a vida sexual saudável”.

À época, diz o denunciante, ele havia acabado de ingressar no seminário e já acompanhava os padres em diversas celebrações. Os supostos crimes teriam acontecido durante suas estadias em casas paroquiais.

Ainda segundo o blog, em depoimento, o ex-seminarista disse ter sido atraído pelo suposto primeiro padre abusador por sua “maior abertura de pastoral” – na prática, a permissão ao uso de camisa clerical e da proclamação do Evangelho nas missas.

Quanto ao outro, disse tê-lo procurado para uma “direção espiritual” com sacramento da confissão que acabaria na cama. “Hoje, mais maduro, sei que eu era nada menos, nada mais, que o seu brinquedo sexual, fazendo uso do respeito e do carinho que tinha por ele”, declarou na denúncia.

O jornalista responsável pelo blog, procurou o ex-seminarista que embora com vergonha, confirmou todas as denúncias formalizadas ao tribunal eclesiástico. E argumentou porque demorou quase duas décadas para fazê-las, a tempo de que suas acusações fossem tragadas pela prescrição.

“Foram muitos anos de vergonha por tudo que me aconteceu. Mas chegou um momento em que decidi falar para que seja feita justiça por tudo o que me aconteceu. Eu não poderia mais ficar calado”, afirmou.

Em virtude dos abusos que afirmou ter sofrido, o ex-seminarista diz ter recorrido a terapias e a tratamento psiquiátrico para superar os traumas. “Quase me suicidei, por várias vezes. Tomo remédios para controlar minha depressão”.

Atualmente casado, o outrora garoto que um diz quis ser padre diz ter encontrado no matrimônio a força que tem precisado para conduzir sua vida. “Vou seguindo um dia de cada vez, na esperança de dias melhores”.

Suposta tentativa do famoso “cala-boca” ( suborno )

Silhouette Of A Person Refusing To Take Bribe

Como já é característica do profissional responsável pelo blog que pratica um jornalismo investigativo inquestionável, o mesmo conseguiu ainda um acesso a um áudio em que o ex-seminarista denunciante acusa um dos padres que o teria abusado sexualmente de suposta tentativa de suborno.

Pelos motivos já expostos no post, o arquivo não foi divulgado. Trata-se da gravação de um telefonema de retorno feito ao denunciante. A duração é de 26min4s. O tratamento entre ambos é cordial, apesar da gravidade da denúncia. Em outras palavras, significa dizer que, caso venha a público pelo referido blog, o escândalo pode ser ainda maior, devido ao seu teor comprometedor.

Ainda no início da conversa, o padre sugere um encontro pessoal – negado pelo ex-seminarista – para “tentar fazer alguma proposta concreta”. “A iniciativa da conversa era ver se eu tinha como ajuda-lo a não sofrer mais”, diz o padre.

Em nenhum momento da gravação o acusado questiona ou nega a denúncia apresentada pelo ex-seminarista. “Para mim foi uma tentativa velada de tentar oferecer algum dinheiro para me calar”, desabafou o denunciante.

O outro lado – a palavra dos envolvidos.

Nossa reportagem foi informada que o blog procurou os padres denunciados. Ambos retornaram. Um afirmou desconhecer as acusações. Questionado sobre o áudio, no entanto, disse entender não ter havido nenhuma tentativa de suborno.

Quanto ao outro, justificou seu silêncio diante das acusações por estar “sob sigilo” diante da investigação iniciada pela igreja, ainda em 2021. O blog apurou que os acusados e as testemunhas do denunciante já foram ouvidos pelo tribunal.

Juntadas as oitivas, o processo tramita desde então no Vaticano. A decisão pode ser divulgada a qualquer tempo – nos próximos dias ou meses. Enquanto isso, os padres seguem suas rotinas paroquiais normalmente. Procurada, a Diocese de Assis não se manifestou. O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA passa a acompanhar o caso.

DIRETO DA REDAÇÃO COM INFORMAÇÕES DO BLOG DO RODRIGO

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