Já parecia estar esquecido, mas, eis que, na última sexta feira ( 4) foi aberto oficialmente o CONSELHO DE DISCIPLINA em desfavor do sargento Alan Fabrício Ferreira envolvido diretamente no famoso escândalo da carteirada com repercussão na imprensa de todo o país.

Normalmente, o conselho de disciplina é convocado para avaliar a compatibilidade de um militar praça, permanecer ou não no cargo mediante a gravidade dos fatos ocorridos que justificaram a convocação do ato punitivo. Em síntese, o sargento Allan pode até perder o cargo, após mais de duas décadas de serviços prestados a corporação.

Nossa reportagem manteve um contato com o DrºMarcos Manteiga que atua na defesa do sargento que ficou conhecido por guinchar o carro da vereadora professora Daniela, que, na ocasião estava sendo dirigido pela sua filha.

O BRASIL DE OLHO EM MARÍLIA: Nesta segunda, a votação do pedido de CP em  desfavor da vereadora professora Daniela será acompanhada pelos principais  veículos de comunicação do país. | Jornal do

Segundo o Drº Marcos Manteiga estaria havendo uma vingança contra o seu cliente; “Isto não passa de um ato vingativo da Coronel Cristal, do Coronel Hudson e do Coronel Fernando Bigeschi contra o sargento Allan. O próprio Ministério Público declarou que não houve crime por parte do meu cliente e enviou o processo ao arquivo, no entanto, eles entraram com uma representação criminal no TJM ( Tribunal de Justiça Militar ). Já contra minha pessoa, entraram com um ação na OAB por denuncia caluniosa e danos morais. Isto é completamente descabido”, declarou ele.

Em forma de desabafo ele ainda questionou; “É no mínimo estranho os procedimentos que ocorrem de forma completamente distintas. Para se ter uma ideia o processo que abriria também um conselho de justificação para a então Tenente Coronel Cristal está parado na corregedoria e, enquanto isso ela foi graduada a Coronel Full e conseguiu garantir sua aposentadoria escapando da punição”, relatou Drº Marcos Manteiga.

Envolvida na polêmica “carteirada”, Coronel Cristal se aposenta na PM |  Polícia | Jornal da Manhã

A informação sobre a aposentadoria da ex-comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPMI), com sede em Marília, Márcia Cristina Cristal Gomes foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 10 de abril deste ano. A coronel foi promovida – de tenente-coronel para coronel – e aposentada no mesmo dia.

As mudanças não pararam por aí. Após apenas quatro meses na função de comandante do 9º BPMI, o coronel Hudson Covolan foi designado para a chefia do Comando de Policiamento do Interior (CPI-4), em Bauru.

Relembrando alguma etapas do caso que repercutiu em toda a imprensa nacional.

Vereadores de Marília arquivam processo contra a vereadora que foi acusada  de dar "carteirada" | Passando a Régua

Tudo começou quando o policial estava em uma operação na Avenida Cascata e acabou fazendo a autuação de um veículo conduzido pela filha da vereadora Daniela que passou pelo local.

Depois de consultar no sistema, o policial constatou que o carro não tinha licenciamento e abordou a filha da vereadora na Rua Carlos Botelho. O policial informou, no áudio, que deu a oportunidade para que ela fizesse o pagamento via aplicativo, mas a jovem e o pai, que chegou ao local mais tarde, teriam dito que não tinham condições.

A situação se agravou depois que a vereadora Daniela D’Avila Alves, conhecida como Professora Daniela (PL), ligou para a tenente-coronel Márcia Crystal pedindo para que o policial não guinchasse o seu carro, que estava com a filha dela no momento da apreensão.

Em seguida, a oficial da PM ligou para o policial que guinchou o veículo e disse que ele deveria ter “bom senso” ao exercer suas funções ou seria transferido. O mesmo chegou mesmo a ser transferido, mas, segundo uma nota divulgada, teria sido para a realização de um curso na qual ele se classificou em primeiro lugar.

PM punido após polêmica é premiado em curso de trânsito • Marília Notícia

Na nota, a PM informa que “o militar envolvido na ocorrência reassumiu a mesma função em que se encontrava” e que seu afastamento após a polêmica se deu para que ele pudesse frequentar um curso de especialização para o qual já estava matriculado.

À partir daí, uma sequência de um audio que foi divulgado amplamente para a imprensa pode ter sido o principal fato desencadeante que pode culminar com a expulsão das fileiras do sargento Allan.

Nossa reportagem resgatou um dos trechos mais polêmicos da gravação realizada, onde a Tenente Coronel citava; “Porque você pura e simplesmente está fazendo algo que era desnecessário, infelizmente a gente tem esse tipo de contato dessa forma, você não ouviu as orientações que foram dadas, tá? Quem trabalha no trânsito tem que ter jogo de cintura e bom senso”, continua a tenente-coronel.

“Olha o que você tá causando, porque politicamente ela é vereadora. Não teve nem uma conversa, o que você está achando que você é?”, questiona no áudio.

Já a vereadora foi submetido a uma CP ( Comissão Processante ) e acabou absolvida e reeleita para o cargo. Na ocasião a mesma se manifestou por meio de nota esclarecendo que, “em nenhum momento seu telefonema para a comandante tenente-coronel Márcia Crystal teve o objetivo de praticar tráfico de influência” e que foi apenas para ver se havia a possibilidade de não ter o veículo apreendido.

Marília: Ex-policiais protestam em frente ao Batalhão da PM | Marco Antonio  na Notícia

Ainda na oportunidade, a Associação Coração Cinza Bandeirante esteve em frente do 9º Batalhão da Polícia Militar do Interior, em Marília, protestando a favor do sargento Alan Fabrício Ferreira. A associação é formada por ex-policiais militares que foram expulsos ou demitidos da corporação. Integrantes de todo o Estado estiveram presentes no protesto. Nas redes sociais diversas manifestações também ocorreram em apoio ao policial.

O caso tem um prazo de 90 ( noventa ) dias para o seu conclusivo, podendo no entanto ser prorrogado por 180 dias, de acordo com os precatórios. Ao final o Drº Marcos Manteiga disse; “É lamentável o que está ocorrendo com um policial que cumpriu sua função. É o poder político contra o poder militar. Quero que fique registrado nos anais da história que estão maculando uma das mais importantes instituições levando este julgamento pelo lado pessoal, pela vingança e pelo desejo político, mas, de uma coisa eu tenho certeza, a Coronel Cristal não tem coragem de andar de cabeça erguida na cidade de Marília”, concluiu.

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