BASTA. Esta é a palavra que resume a atitude do COMUS (Conselho Municipal da Saúde de Marília ) que, após reunião realizada na última quarta feira (4) por video conferência aprovou por 14 votos favoráveis e 3 abstenções, a ingressar no M.P ( Ministério Público ) com uma ação em desfavor a secretaria municipal de saúde e a prefeitura municipal de Marília por descaso e relaxo na conservação e armazenamento de insumos, medicamentos e outros materiais em barracão alugado na avenida Santo Antonio, antigas instalações da Plastimar.

A situação já se arrasta há mais de dois anos e cansados de frustradas tentativas para se solucionar o problema, cujo a única resposta foi a lentidão dos processos que envolvem a maquina publica, não restou outra alternativa a este que é um dos mais importantes conselhos municipais da cidade pela sua atuação fiscalizadora e deliberativa.

A reportagem do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA, conseguiu com exclusividade uma entrevista com o atual presidente do COMUS, senhor Darci Bueno da Silva, conhecido no município pela sua luta histórica no movimento comunitário e em prol da melhoria na qualidade de vida da população principalmente nos bairros periféricos, com uma atuação destacável na área da saúde. Confira;

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : De acordo com o deliberado na última reunião ordinária do COMUS, a diretoria executiva respaldada pela ampla maioria dos conselheiros deverá acionar o MP em uma ação em desfavor a prefeitura municipal e a secretaria municipal de Saúde. Qual o motivo da ação e o quê levou a esta decisão ?

DARCI BUENO DA SILVA ( COMUS ): O motivo dessa atitude deliberada pela plenária do COMUS é pela demora e por falta de comprometimento da Administração Municipal em atender as recomendações do Conselho, que visam à tomada de providências necessárias e urgente para a solução dos graves problemas. Também a resposta encaminhada ao Conselho no dia 19/07/2021, depois da 3ª visita realizada pelo Conselho no dia 18 de junho de 2021, foi muito evasiva e sem prazos ou cronograma de providências.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Foi tentado um acordo com a secretaria da saúde ou com o poder executivo para solucionar o problema ??

DARCI BUENO DA SILVA ( COMUS ) : Não, o Conselho não faz acordo, apenas levanta a questão e requer a sua solução, foi encaminhado um Relatório de Avaliação do Sub Almoxarifado para a Secretaria Municipal de Saúde, expondo as situações, inclusive com fotos dos locais, no dia 24/06/2019.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Qual a real situação do local e o que é armazenado em suas dependências ??

DARCI BUENO DA SILVA ( COMUS ) : A situação encontrada em 2019 foi: A estrutura do prédio em péssimo estado sem ventilação, sem condições de armazenamento, um barracão com paredes sujas, com bolor, sem forro, infiltração de água de chuvas alagando todo o prédio e não tem ralos para escoação da água, presença de pombos no salão. Sem saída de emergência (existe somente a porta de entrada, que por sinal é muito estreita), sendo que dentro do mesmo se encontra material inflamável. O que coloca em risco a segurança dos funcionários, dos materiais estocados, as residências no entorno do prédio, além de prejuízos financeiros.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Foi cogitado a mudança para o bloco 10 da UNIMAR que antes pertencia ao município. A razão seria pelas melhores condições do prédio e para se economizar aluguel. Isto acabou não acontecendo. VC sabe explicar porquê isto não ocorreu e qual o valor pago mensalmente pelas instalações precárias do local ??

DARCI BUENO DA SILVA ( COMUS ) : Foi informado por um conselheiro na última reunião ordinária do COMUS, que a Administração há alguns anos atrás, apresentou um projeto ao Conselho que haveria a utilização do Bloco 10 na Unimar, para abrigar todos os Sub Almoxarifados Municipais existentes, com o intuito de centralização, facilitar a organização e economia financeira. Hoje são 12 Sub Almoxarifados espalhados pela cidade, quando poderia ser no Bloco 10 pagando somente o aluguel de um
único local.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Quais os principais problemas e irregularidades encontradas no local ??

DARCI BUENO DA SILVA ( COMUS ) : Infelizmente a última vistoria realizada pelo Conselho no dia 18 de junho de 2021, encontrou o retrato da 1ª em 2019, nada de concreto foi feito para a solução, tudo se encontra nas mesmas condições, inclusive infiltração no telhado e na parede, materiais e insumos empilhados nos corredores, empilhadeira quebrada há 6 anos, piso deteriorado, a presença constante de pombos, enfim tudo como estava há 2 anos atrás. Na fiscalização em 2019, o Conselho recomendou:
“OBSERVAÇÃO DA COMISSÃO: Devido às condições da estrutura do prédio, das condições de proteções dos estoques, da falta de segurança para os funcionários, nossa avaliação é que seja providenciada urgente a transferência do Almoxarifado para um local mais adequado e seguro, tanto para os materiais como para os funcionários, evitando talvez um acidente previsto com antecedência.”

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Nossa reportagem tentou um contato com o secretário da saúde, Cássio Luis Pinto Junior, mas, infelizmente não obteve sucesso, no entanto, na citada reunião ordinária realizada pelo COMUS, na qual o JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA foi gentilmente convidado a participar, o nobre secretário se manifestou sobre o assunto com as seguinte declarações;

” Nós já acionamos o proprietário do prédio e também solicitamos uma vistoria e laudo do corpo de bombeiros, no entanto, uma coisa tem que ficar bem clara, os processos privados são mais rápidos que os processos que envolvem a máquina pública. Nós estamos tomamos as providências, mas, isto demanda tempo”, declarou.

Infelizmente o problema é crônico e já vem desde a gestão anterior. A polêmica da locação do prédio é outro fator a ser questionado. Alias, já é modus operandi das administrações municipais fomentarem a indústria de locação de imóveis a preços altíssimos para acomodar repartições municipais. Recentemente o bloco X da Unimar que pertencia ao município foi vendido para uma empresa de factoring de Bauru, com alegação de se utilizar os recursos para cobrir o famoso rombo do IPREMM. Cabe aos nobres edis, o levantamento e fiscalização a respeito do assunto.

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