Presidente fez acenos a partidos de centro em sua filiação e mapeia quem serão seus aliados na disputa do ano que vem…

O jogo está apenas começando, mas com certeza o pontapé inicial já foi lançado à partir do momento de assinatura de filiação partidária. Sem duvida, o que pesou na escolha da legenda foi a liberdade de escolha das indicações para disputas estratégicas em todas as esferas, mesmo porquê, o presidente, caso vença o processo eleitoral, não deseja passarr pelas tribulações que enfrentou neste primeiro mandato, principalmente com governadores.

Frente às derrotas e aos obstáculos que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem acumulado no Senado Federal desde o início do mandato, o chefe do Executivo federal tem investido em nomes que possam se eleger em 2022 e reverter o quadro na Casa em um eventual segundo mandato. A ideia é turbinar a bancada de senadores governistas e garantir uma base mais robusta.

O presidente, chega ao PL (Partido Liberal) com uma lista de indicados para postos-chave nos governos locais e nas vagas para o Senado Federal. O que realmente resta saber é se o presidente Valdemar Costa Neto acatará na integra a extensa lista.

Em 2018, Bolsonaro elegeu muitos deputados federais aliados, mas poucos senadores, e alguns deles acabaram deixando o barco do presidente. Foi o caso do senador Major Olimpio (PSL-SP), que morreu em março deste ano em decorrência da Covid-19, quando vinha fazendo oposição ao governo federal.

Entre os nomes ventilados por Bolsonaro para o próximo pleito, estão estreantes na política, como o empresário catarinense Luciano Hang (sem partido), e nomes já tarimbados, como deputados federais e também senadores aliados que buscam a recondução.

“Queremos compor”, afirmou o presidente na 5ª feira (25.nov.2021) durante sua filiação à legenda. Depois de 2 anos sem partido, o chefe do Executivo fechou a aliança com o 9º partido de sua carreira e fez acenos a outras siglas em seu discurso. Declarou que sua escolha pelo PL “não foi fácil”….

“Eu vim do PP, Partido Progressista, e confesso, prezado Valdemar, a decisão não foi fácil. Até mesmo o Marcos Pereira [presidente nacional do Republicanos], conversei muito com ele, como com outros parlamentares também. E uma filiação é como um casamento. Agora, não seremos marido de mulher. Seremos uma família”, disse Bolsonaro….

Em sua filiação, Bolsonaro disse que “nenhum partido será esquecido” e que tomará decisões junto a Valdemar, o cacique do partido, ouvindo aliados. Em citações a políticos, o presidente declarou mais de uma vez querer “compor” alianças nos Estados. “Pode ter certeza que nenhum partido será esquecido por nós. Nós não temos aqui a virtude de sermos o único certo, muito pelo contrário. Queremos, sim, compor nos Estados, já que não pode haver coligação para federal e estadual. Mas, compor para senador, compor para governador”, disse.

No Senado, os mandatos têm duração de oito anos. Em 2022, apenas um terço das 81 cadeiras será renovada (uma por estado e no DF), o que deixa a disputa mais acirrada.

Levantamento aponta que, dos 27 senadores que encerram seus mandatos no ano que vem, 15 vão disputar a reeleição, quatro estão com a situação indefinida, um é pré-candidato ao governo estadual e uma é pré-candidata ao Palácio do Planalto. Dois não pretendem disputar o pleito e um sairá a deputado federal. Apenas três não responderam aos questionamentos da reportagem.

Com exclusividade, eis a lista de alguns nomes que têm a simpatia de Bolsonaro para se candidatarem ao Senado, aos Executivos locais e os homens de confiança para se assentar no congresso nacional.

Apesar de ainda não ter confirmado o pedido do presidente, Bolsonaristas já contam com a candidatura de Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) ao governo de São Paulo. No evento de filiação de Bolsonaro, o ministro ouviu gritos de apoio. “O Tarcísio não é meu ministro. É ministro do Brasil. E não tem quem não se orgulha do trabalho dele. Uma esperança enorme para o nosso querido estado de São Paulo”, disse o presidente em discurso.

Bolsonaro insiste em lançar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para o governo. A ideia é ter um palanque no estado de João Doria (PSDB), que é pré-candidato à Presidência da República e apoia o também tucano Rodrigo Garcia. Tarcísio, porém, ainda não confirmou a intenção de disputar o governo e pode optar pelo Senado.

Outro possível nome a ser apoiado pelo chefe do Executivo federal em São Paulo é o do empresário Paulo Skaf (MDB), presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Em sua chegada ao evento de filiação do presidente ao PL, o chefe do ministério disse que ainda não decidiu pela candidatura do governo de SP para 2022. Ele é a grande aposta de Bolsonaro. A agência de noticia conveniada com o JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA apurou que Tarcísio está mais propenso à ideia e, se for candidato, deve ser mesmo pelo Partido Liberal.

A chegada da ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo) ao evento também foi comemorada. No partido, ela é uma das aliadas de 1ª hora de Bolsonaro. Ao final da cerimônia, coube ao senador Jorginho Mello (PL-SC) e a Jorge Seif, secretário da Pesca, a tarefa de falar com a imprensa.

“Todos os quadros apresentados pelo presidente Bolsonaro serão avaliados e terá o apoiamento do nosso partido. O Tarcísio é um grande ministro que o Brasil conhece e pode ser candidato e o major Vitor Hugo e tantas outras lideranças, que agora nós vamos começar a fazer a avaliação e construir um projeto nacional”, disse o senador….

O ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, e o senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente, também se filiaram na 3ª feira. Marinho é um dos nomes cotados para concorrer ao governo do Rio Grande do Norte….

Temos aqui o Rogério Marinho, que com toda a certeza vai chegar a bons termos sobre o Rio Grande do Norte com Fábio Faria [ministro das Comunicações]. Não vamos ter problema […] Não podemos ter 2 Romários no Rio Grande do Norte. Só 1 estava resolvido, 2 fica difícil”, disse Bolsonaro. Outro possível postulante citado por ele no discurso foi o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), ex-líder do Governo na Câmara….

“Temos o Vitor Hugo, uma nova esperança que aparece também em Goiás. O [ministro da Cidadania] João Roma, na Bahia. Velhos colegas como Ricardo Barros [líder do Governo na Câmara] no Paraná. Eduardo Gomes [líder do Governo no Congresso] aqui de Tocantins. [O senador Márcio] Bittar no Acre. Todos são importantes para nós, todos sem exceção”, declarou Bolsonaro….

Auxiliares e aliados do presidente também sonham debutar na disputa eleitoral pela Câmara dos Deputados. É o caso de 3 assessores especiais da Presidência que acompanham Bolsonaro de perto em compromissos e viagens. Saiba quem são no infográfico abaixo:…

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, chamada por opositores de “Capitã Cloroquina”, também disse estar pronta para pleitear uma vaga no Legislativo se for da vontade do presidente. Não será a 1ª vez. Recebeu 882.019 votos em 2018 na disputa pelo Senado….

A recepção do PL para Bolsonaro

Bolsonaro se filia ao PL em evento em Brasília - Notícias - R7 Brasília

Apesar do pedido de Bolsonaro por uma filiação “simples”, o PL investiu na divulgação do evento. Foram colocadas, do lado de fora do local do evento, faixas e banners com a frase: “Presidente Bolsonaro, bem-vindo ao PL”.  Outras faixas remetiam ao crescimento do agronegócio e ao Auxílio Brasil, programa social do governo que substituiu o Bolsa Família….

O benefício social e o crescimento da produção no campo também foram mencionados no discurso de Valdemar. “Desde sempre sabíamos que ainda faltava um nome que representasse o nosso projeto para o Brasil. É nesse momento em que o PL recebe a grande figura política do país, é fundamental ressaltarmos as grandes conquistas que este governo já garantiu para o nosso povo”, disse….

Um trio elétrico com a frase “o PL recebe o presidente Jair Bolsonaro de braços abertos” foi estacionado próximo ao lugar da filiação. Ao final, Bolsonaro fez breve discurso em cima do trio. Um público de cerca de 200 pessoas acompanhou o pronunciamento….

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou que a reeleição de Bolsonaro é o “foco principal” do partido. “É muito clara a nossa política. Vamos trabalhar com todos aqueles com política de centro-direita. Temos a oferecer a nossa organização, nossa unidade e, principalmente, toda experiência que o PL tem no Congresso Nacional”, disse o senador.

Congressistas aliados que chegaram ao evento afirmaram depender da janela partidária, a partir de março, para mudarem para a sigla. “Nós teremos [vindos] do União Brasil 25 [congressistas] tranquilamente. Do DEM e PSL. Vai fazer a maior bancada. A maior bancada vai ser o PL”, disse Bibo Nunes (PSL-RS)….

O deputado afirma querer ser o primeiro a mudar de partido. “Eu sou parceiro do presidente nas horas difíceis e nas horas boas também tem que ser parceiro. O TSE aprovando o União Brasil, me dá direito de sair, agora em dezembro.” A deputada Caroline de Toni (PSL-SC) também planeja mudar de sigla.

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