Minhas saudações a todos os leitores e internautas seguidores do Jornal do Ônibus de Marília !!! Mais uma vez, dou a minha parcela de contribuição nas discussões não só políticas, mas, também de temas que fazem parte do dia a dia de nossa população.


Dia desses, eu estava lendo o livro, aliás o “best seller”, a “A lista de Schindler” e, coincidentemente uma emissora de rádio local colocou no ar uma cidadã que como usuária do SUS fazia sua reclamação sobre as reais condições da sala de espera do HC ( Hospital das Clinicas de Marília ) ou Sala Amarela como intitulam. No dia seguinte sintonizei novamente a emissora e, voltei a ouvir a mesma reclamação onde o apresentador do programa chegou até a se referir a sala amarela como “matadouro de gente”.


Não satisfeito, “dei um Jeitinho” de checar à situação “in loco” e comprovei dezenas de pessoas esperando atendimento ou encaminhamento na tal sala de espera, digo, sala amarela do Hospital do Hospital das Clinicas de Marília, fora a quantidade de pessoas ainda maior que estavam aguardando atendimento médico. Havia pacientes ali há mais de 10 horas na fila. Infelizmente fui convidado a me retirar e não foi possível colher maiores informações.


Esse tipo de procedimento ou atendimentos no H.C deveriam ser tratados como um caso de polícia pela falta de respeito ao cidadão que fica horas e horas nos corredores, nas macas, em cadeiras de rodas e até em pé, esperando por médico ou encaminhamento para um leito de internação que, quase sempre não existe. Há tempos atrás ( Novembro de 2018 ), tivemos inclusive um médico residente que, revoltado com esta situação postou um vídeo relatando os fatos e, acabou sendo dispensado do hospital.


Voltando a minha introdução sobre o que radialista falou ( matadouro de gente ) e sobre o livro de Thoma Keneally ( A lista Schindler ) deixo no ar a pergunta; “ Qual a diferença em se comparando ao cenário da famosa “ Sala Amarela do H.C ?


Se você pesquisar, a palavra Genocídio significa a exterminação sistemática de pessoas tendo como principal motivação as diferenças de nacionalidade, raça, religião e, principalmente, diferenças étnicas. É uma prática que visa eliminar minorias étnicas em determinada região. O genocídio consiste na intenção de eliminar totalmente ou uma parte, um grupo ou comunidade com a mesma característica étnica, racial, religiosa ou social. Também são consideradas como genocídio práticas como: ataque grave à integridade física ou psíquica de elementos desse grupo; forçar essas pessoas a viverem em condições desumanas que podem causar a sua morte. Essas pessoas pertencem a um grupo denominado “ pobres usuários do SUS” e que clamam por um atendimento.


Foram muitos os genocídios ocorridos ao longo da História Mundial e cito Alguns exemplos: Genocídio judeu (Holocausto), Genocídio cambojano, Genocídio em Ruanda, Genocídio na Bósnia. Sem querer acusar ninguém e fique isto bem claro, o que ocorre na sala amarela se compara as pessoas que eram aprisionadas em galpões e celeiros prontas para serem levadas à morte. Ou estou enganado ??? Quantas pessoas que por ali passam e nem chegam a ser transferidas para o quarto, sendo transportadas direto para o necrotério??? Será que estamos prestes a lá no futuro lembrar deste episódio como o genocídio da Sala Amarela do HC de Marília ?


Eu sei que o problema de Marília não é um caso isolado, pois hoje no Brasil o que mais se vê nos hospitais é um quadro de pacientes largados pelos corredores a espera de vaga e atendimento adequados. A questão é uma só; nós temos que se preocupar com o nosso quintal e buscar soluções seja aonde for. Não importa o motivo desta realidade. No meu ponto de vista, o usuário do sistema SUS deve partir para denúncia e instaurar inquérito policial contra os responsáveis pelo hospital.


Além de defender os seus direitos, é uma forma de o usuário contribuir para melhoria do serviço. No caso dos hospitais públicos, por exemplo, uma grande quantidade de ações na Justiça contra o mesmo e contra o diretor-médico responsável pelo hospital servirá como pressão para que seus profissionais reivindiquem melhores condições de trabalho aos superiores.

Isso vale também para os hospitais privados. O atendimento hospitalar é um serviço essencial, portanto, deve ser prestado de maneira adequada, segura, eficiente e contínua. Essa obrigatoriedade vale para os hospitais públicos e também particulares, por serem permissionários na área de saúde (Amparo Legal: artigos 3º; 22, parágrafo 1º; 75;76, inciso IV, alínea a, e inciso V, do CPDC).


É um posicionamento meu e da direção deste jornal. “As vítimas da má qualidade no atendimento devem procurar uma Delegacia de Polícia, fazer um Boletim de Ocorrência e pedir instauração de inquérito”. Quando apurada a falha, os responsáveis deverão responder civilmente pelo ressarcimento de perdas e danos. (Amparo Legal: artigo 1.545 do Código
Civil; artigo 14, parágrafo 4º, do CPDC).

Se a vítima ficou lesada corporalmente, o responsável vai ver com a justiça (Amparo Legal: artigo 129 do Código Penal). Em caso de morte, o profissional responde por homicídio culposo (Amparo Legal: artigo 121, parágrafo 3º, do Código Penal).

Agora, vou entrar na parte política que é a minha área. Vocês já acompanharam o quanto de recursos “dizem destinar para o HC?” O que realmente tem sido feito para melhor o atendimento a nossa população ??

Para quem ainda não sabe, Marília é a porta de atendimento de toda região, no entanto, as cidades vizinhas recebem os recursos e simplesmente compram ônibus para transportar pacientes para a nossa cidade.


E o que Marília ganha isso?? Resposta simples; dinheiro. Pelo chamado efeito “guarda chuva”, quanto mais pacientes atendidos desses municípios, mais recursos entrando e fica um novo questionamento; Mas, e a sofrida população de Marília ?


Sabemos que as dezenas de unidades básicas de saúde PSF’s é insuficiente para a demanda e a implantação de apenas uma UPA na cidade enquanto outros de menor porte chegam a ter duas ou três unidades acabam por deteriorar ainda mais a área da saúde na cidade que respira por aparelhos.


E ai sim chega ao meu alvo; CADÊ OS DEPUTADOS DE MARÍLIA que, inflamam discursos de inúmeras conquistas para o HC e nada alteram no atendimento??? Cadê a classe política de Marília que se diz tão afinada com o governo do PSDB e não consegue alterar este cenário ??? Cadê a tão atuante classe política de Marília que não é capaz de implantar uma comissão parlamentar de luta em pról do usuário do SUS que precisa do HC e não pode ficar na loteria da sala amarela do HC ?? Cadê o Ministério Público que não investiga ainda mais os mistérios da Saúde em Marília ??? Quem lucra com o sofrimento dessas pessoas ???


Em minha opinião, Marília não merece isso, e digo mais, está na hora do HC parar de ser apenas INSTRUMENTO DA POLITICALHA nojenta que assola esta cidade, principalmente em ano eleitoral.


A emergência representa uma situação ameaçadora, brusca e que requer medidas imediatas de correção e de defesa. Também significa acidente e necessidade urgente. A urgência no dicionário médico consta como um estado patológico que se instala bruscamente em um paciente, causado por acidente ou moléstia e que exige terapêutica médica ou cirúrgica urgente. Que urge, que deve ser feito com rapidez. A Sala Amarela do HC não condiz com essa exigência. Porque nunca há leitos disponíveis ??? Não pode enviar para outros hospitais ??? O que há por trás disso ???


Em todas as cidades existem serviços denominados de emergência ou de urgência ou como é comumente falado “prontos socorros”. Uma questão que de inicio exige uma reflexão é que muitos dos chamados prontos-socorros não poderiam nem assim ser denominados, porque não apresentam as mínimas condições de prestação dos serviços que seriam obrigados a prestar, e isto estaria muito mais na esfera da justiça comum do que na discussão ética, que é mais profunda.

E não vamos perder tempo, está na hora de acordarmos e lutar por aquilo que é direito nosso, como descrito na constituição ; “ Saúde um direito de todos”. Um abraço a todos, e obrigado pela leitura. Se Vc gostou compartilhe e vamos lutar para que nossos políticos e autoridades tomem uma iniciativa em pról daqueles que são encaminhados para o matadouro, digo para a SALA AMARELA DO HC.

Lourivaldo C. Balieiro é comerciante, empreendedor social e influenciador digital. Atua neste jornal como colunista colaborando sempre que possível com comentários sobre assuntos políticos e do cotidiano das pessoas.
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