Um integrante da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) que atuou no resgate da tragédia que matou a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas na sexta-feira (5) afirma ter visto uma das vítimas ainda com vida. O policial portava uma câmera acoplada em sua farda, que mostra algumas imagens do início do socorro.

– Dá para ver o braço, só o antebraço ali – afirmou um policial militar ao aproximar-se da aeronave.

Quando o outro agente pergunta se o membro estava mexendo, o primeiro diz que estava “tremendo muito”.

Os agentes utilizaram cordas para chegar com segurança até a aeronave Beechcraft King Air C90A e tiveram muita dificuldade em abrir a porta, bastante amassada em decorrência do impacto nas rochas. No entanto, quando os agentes finalmente conseguiram entrar no avião, as esperanças caíram por terra.

Kleyton Carvalho, diretor-técnico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), descreveu o cenário encontrado, em conversa com a Band News:

– Verifiquei todos os sinais vitais, para ver se contava com vida. Era a nossa esperança, né? Era só isso que nós queríamos naquele momento – disse.

– A aeronave estava bastante danificada, bastante quebrada. Tinham pertences e malas sobre as vítimas. Por fora, realmente parecia que o estrago não foi tão grande. Era muito difícil, pelo estado da aeronave, ter alguém com vida – ressaltou o profissional.

Amadeu Alexandre, dono de uma empresa de guinchos acionada para retirar o avião do Córrego do Lage, local da tragédia, também relatou o cenário de devastação:

– De longe, era uma coisa; de perto, parecia que tinha passado um furacão. O assoalho estava todo destruído, os bancos fora do lugar… Tudo foi arrancado dentro do avião. Não tem como não pensar no que as pessoas passaram. Fiquei atordoado – contou.

O legista responsável informou que as vítimas sofreram politraumatismo, mas a polícia ainda aguarda a finalização dos laudos sobre a causa oficial dos óbitos.

Polícia encontra cabo enrolado em hélice do avião de Marília

A Polícia Civil de Minas Gerais encontrou um cabo enrolado em uma das hélices do avião que transportava a cantora Marília Mendonça e sua equipe. O delegado Ivan Sales disse que ainda não é possível dizer se esse é o cabo de transmissão de energia elétrica com o qual a aeronave teria colidido. De acordo com Sales, só será possível afirmar isto após o laudo da perícia.

Na sexta-feira, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou que a aeronave atingiu o cabo de uma torre de distribuição elétrica antes de cair em uma cachoeira. A colisão deixou cerca de 33 mil pessoas sem energia no dia do acidente.

Os motores da aeronave foram removidos e encaminhados para o Rio de Janeiro na última segunda-feira (8). As peças ainda estão sendo analisadas por equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

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