O Facebook pode não ter colaborado como deveria com pesquisadores quando compartilhou dados sobre a forma como usuários interagem com informação falsa, dentro da rede social. A empresa de Mark Zuckerberg havia prometido enviar estes dados em 2018, mas aparentemente só concedeu acesso a aproximadamente metade de todo pacote que teria de entregar.

Faz mais de três anos desde que o próprio Facebook disse que iria compartilhar com pesquisadores algumas informações sobre a interação de usuários da plataforma com links, além de postagens. O objetivo deste envio era para entender como a desinformação circula dentro de todo universo da rede social.

O Facebook enviou o que prometeu e pesquisadores já estão trabalhando com os dados nos últimos dois anos, mas agora a empresa americana parece estar envolvida em um grande erro: a rede social entregou apenas metade de todo o montante de usuários dos Estados Unidos, focando apenas nos que já interagem muito com assuntos relacionados com política.

Facebook no Android (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Cody Buntain, um professor assistente e pesquisador de redes sociais no Instituto de Tecnologia de Nova Jersey, afirma que receber metade da informação prometida afeta o resultado da pesquisa e todo trabalho realizado até agora, reduzindo ou quase eliminando a confiança nas conclusões.

“Inicialmente, expressou-se muita preocupação sobre se deveríamos confiar que o Facebook estava fornecendo bons dados para pesquisadores do Social Science One. Agora sabemos que não deveríamos ter confiado tanto no Facebook e deveríamos ter exigido maior esforço para mostrar a validade dos dados”, comentou Buntain.

Facebook promete resolver o problema

Se por um lado a pesquisa parece ter sido perdida, por outro o Facebook demonstra estar empenhado em resolver o problema criado. Mavis Jones, representante da empresa, comentou que o erro aconteceu por problemas técnicos e que a rede social está “avisando proativamente os parceiros afetados e está trabalhando rapidamente para resolver [o problema]”.

A falha nas informações foi descoberta por Fabio Giglietto, pesquisador e professor na Universidade de Urbino, na Itália. Segundo o The New York Times, Giglietto notou divergências ao comparar as informações com dados publicados pelo próprio Facebook no mês passado.

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