INÉRCIA. Esta é a palavra que define a falta de ação da administração municipal, câmara de vereadores e ministério público em defesa do trabalhadores e usuários do transporte coletivo de Marília.

A redação do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA recebe diariamente dezenas de telefonemas e mensagens com fotos e áudios via redes sociais com reclamações diversas a respeito do tratamento oferecido pelas empresas grande Marília e sorriso de Marília.

Os usuários do transporte coletivo das mais diversas regiões da cidade reclamam em sua maioria da falta de ônibus devido a redução que ocorreu no período da pandemia e não voltou ao normal mesmo com a reabertura do comércio. Os novos itinerários que acabaram por sepultar algumas linhas e principalmente a falta de álcool gel e as constantes aglomerações sem qualquer fiscalização de nenhum órgão da cidade são uma constante.

Com o novo horário de atendimento do comércio devido as festas de fim de ano que, se estende até as 20Hs, os comerciários mantiveram contato com a nossa reportagem e relataram o descaso das empresas que mantiveram os mesmos horários de antes, ou seja, a maioria das linhas com ônibus de hora em hora, sem qualquer preocupação com os trabalhadores que deixam o trabalho estafados e são obrigados a se acumular em filas enormes no terminal urbano. Posteriormente já no interior do ônibus, se submetem aos riscos do coronavírus com o excesso de passageiros.

A comerciária C.J.L de 42 anos, além de reclamar do descaso, ainda denunciou o deboche de um cidadão que se identificou como Alexandre e se apresentou como representante de uma das empresas. “Ele simplesmente riu na nossa cara e falou claramente para todos ouvirem…-eu quero que vocês se f……, o prejuízo da empresa nesta pandemia foi muito grande, se virem”. citou ela.

Ainda sobre a reclamação, ela relatou; ” O comércio fecha 20H da noite, e até chegarmos aqui demora um pouco. O pior de tudo isso é ainda aguardar cerca de 45 minutos à uma hora para passar um ônibus com destino a uma das linhas mais movimentadas que é a Nova Marília. É um absurdo a aglomeração que cria na fila e dentro do ônibus que ainda nem tem mais álcool gel a disposição e nenhuma fiscalização. Você encontra fiscal até dentro de loja fazendo compra, mas, nunca fiscalizando”, desabafou C.J.L que faz uso do ônibus diariamente.

Outra comerciária, L.D.A. de 34 anos, visivelmente nervosa desabafou; ” É inadmissível uma cidade deste tamanho, onde a maioria faz uso de ônibus para retornar para sua casa e, ao chegar no terminal não encontrarmos sequer um carro que possa nos levar. É vergonhoso não ver o prefeito nos defendendo, nenhum vereador faz nada. Estamos abandonados sem ninguém para nos defender. As empresas deitam e rolam”, declarou.

Vale lembrar que em matérias anteriores, destacamos por exemplo o que ocorreu em Maringá (PR), onde, uma ação conjunta da prefeitura municipal e o PROCON daquela cidade multaram a empresa responsável pelo transporte coletivo por duas vezes, por estarem com aglomeração de passageiros. A primeira multa chegou a R$ 444 mil e a segunda, devido a reincidência, custou aos cofres da empresa R$ 462 mil reais.

Greve dos ônibus (III) – Opiniões

OPINIÃO : Falta sensibilidade aos governantes da cidade para com os trabalhadores que fazem uso do transporte coletivo. Embora as empresas tenham sido contratadas pela administração anterior, há claras brechas de descumprimento de contrato que, poderiam facilmente serem exploradas em um eventual rompimento. Falta pulso para abrir uma nova licitação ou de uma maneira mais ousada, municipalizar o transporte publico na cidade com tarifas populares, linhas inteligentes e a implantação de inter modais em pelo menos em três regiões consideradas populares. Falta um sistema eficiente de fiscalização com seus componentes representando de fato os trabalhadores e um departamento responsável somente por este setor. Estas são providencias que nem de longe passam perto dos confortáveis gabinetes da rua Bahia ou Bandeirantes. Afinal de contas, nenhum deles faz uso de ônibus de transporte coletivo, optam na pior da hipóteses por um luxuoso carro com motorista particular e ar condicionado.

No final da tarde desta sexta feira (11) a AMTU, através de sua assessoria de imprensa, emitiu nota contestando as informações e reclamações prestadas pelas comerciárias. Como já citamos por reiteradas vezes, o JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA pratica um jornalismo com imparcialidade e, em questões como esta, procura sempre ouvir as duas partes, dentro do espirito democrático, respeitando a liberdade de expressão, mas, compreendendo também os direitos da imprensa e da parte citada. Para tanto, publica na íntegra a nota divulgada:

A Associação Mariliense de Transporte Urbano (AMTU) esclarece que as empresas vem acompanhando a evolução da demanda e ajustando mediante necessidade e solicitação da Emdurb desde o começo da pandemia e inclusive neste mês de dezembro. Em relação à declaração de uma possível cliente conforme relatado na reportagem acima, a empresa reitera que presa pelo cordialidade e civilidade e que jamais qualquer representante “com nome de Alexandre” debochou, declarou ou conversou com a cliente citada a respeito de qualquer ocorrência.
Entretanto, a AMTU agradece o espaço dado para sua manifestação e se desculpa a todo e qualquer cliente que se sinta prejudicado, enfatizando que a tanto a associação como as empresas Grande Marília e Sorriso de
Marília estão sempre abertas às sugestões e às reclamações registradas através dos nossos canais, seja pela Internet, através do site amtumarilia.com.br, seja através do telefone, no Fale Conosco, pelo 0800-777-8181.

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