Alguns costumam dizer que política é apaixonante, outros comentam que a mesma dá azia e má digestão. Por incrível que pareça, ambas pelo mesmo motivo, as mudanças que ocorrem normalmente na calada da noite e as constantes metamorfoses que contaminam o posicionamento político de seus principais atores.
Esta semana, o destaque foi para o martelo final, quer dizer, quase final, onde o vereador Rogério das Graças, o Rogerinho (PP), confirmou que não irá mais assumir a direção do DAEM ( Departamento de Água e Esgoto de Marília ), continuando então as suas atividades como parlamentar na Câmara Municipal de Marília.
O verdadeiro motivo foi alertado pelo JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA em edição publicada no dia 11/09 considerando o que diz a a lei orgânica do município e mais acima a Constituição Estadual, que veta a nomeação de parlamentares para autarquias. Só existiria uma possibilidade para o vereador Rogerinho (PP) assumir a direção do mesmo, renunciando ao cargo. Tal possibilidade só é possível em uma secretaria municipal, o que está fora de cogitação de acordo com o nobre edil que foi eleito com quase 3 mil votos.
No entanto, o “jeitinho mariliense” de fazer política, ainda tentou uma manobra e foi apresentado na Câmara, o Projeto do Executivo alterando a Lei Orgânica, que por sinal, foi aprovado em 1ª discussão na última sessão camarária e será submetido a 2ª votação nesta segunda feira, dia 27. Mesmo assim, o entendimento jurídico é de que isso não oferece a segurança necessária para que Rogerinho venha a assumir o DAEM, pois, qualquer cidadão poderia entrar com uma ação se baseando na carta magna para cassar o seu mandato.
E olha que foi dada uma brecha para que isto ocorresse, pois, ele chegou a assumir o cargo em ato publicado em Diário Oficial do Município. Se mergulharmos de forma profunda na lei, o prefeito Daniel Alonso (PSBD) também poderia ser responsabilizado pela mudança com consequências seríssimas no seu futuro político. Uma falha grotesca da assessoria.
E o futuro do DAEM ???
Como o ex diretor Marcelo de Macedo já assumiu a pasta de Assuntos Estratégicos da Prefeitura, momentaneamente, não resta outra alternativa ao prefeito municipal, manter o engenheiro João Augusto Oliveira Filho de forma interina na presidência do DAEM. O mesmo era vice-presidente na gestão anterior e possuí conhecimento técnico na área.
Ocorre que, por trás da cortina, a negociata já foi fechada, tanto é que o próprio vereador Rogerinho (PP) declarou em recente entrevista ao site Marília Noticias; “Sigo na Câmara e vou ajudar o Daniel a trazer recursos de Brasília (DF) para finalizar as interligações do esgoto e os poços profundos”. Em outras palavras, fica claro que; ele foi, não vai mais, mas está com a chave da porta de entrada da autarquia.
Para quem ainda não entendeu; o DAEM agora está nas mãos do PP (Partido Progressista) e sob a supervisão do vereador em supra. Cabe a ele, decidir quem irá ocupar o cargo e como será conduzida a autarquia. Na política, neste tipo de negociação, que foi não volta. Mantem-se a palavra e, à partir de agora, Rogerinho passa a votar juntamente com os outros vereadores da base do prefeito, bem às vésperas de votações importantes e polêmicas, onde, normalmente o edil “daria” um certo trabalho na tribuna e principalmente no placar do votos. Nessa, a assessoria agiu rápido.
DIRETO DA REDAÇÃO
