O isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 trouxe a necessidade de companhia e afeto dentro de casa. No Distrito Federal, foram nos bichos de estimação que muitas pessoas encontraram refúgio, segundo um levantamento do Clube do Gato, uma organização não-governamental de proteção animal sediada em Brasília.

Dados divulgados pela entidade mostram que os gatos estão sendo cada vez mais desejados. A procura pelos felinos aumentou 75% desde 2020, em comparação com o ano anterior, quando ainda não haviam casos do novo coronavírus na capital. Pensando neste crescimento, a médica-veterinária Priscila Rizelo dá dicas “de ouro” para cuidar desses pets. Confira:

Entenda o comportamento do seu pet

Sabia que os gatos de pelo curto tendem a ser mais magros e fisicamente mais ativos, enquanto os gatos de pelo comprido tendem a ser mais pesados e letárgicos? Sim, entretanto, a maioria dos felinos partilham um mesmo comportamento: são extremamente curiosos! A expert conta que o temperamento de um pet tem tudo a ver com seus os traços comportamentais.

“A personalidade dos gatos é moldada por vários fatores como a genética e a primeira fase de vida do pet – período que vai de duas e nove semanas de idade, momento sensível para ele aprender coisas novas e socializar. Quanto mais positivo for o contato durante o crescimento, mais sociável e adaptado ao dia a dia do tutor será o gatinho quando adulto. Mas, adotar um gatinho já adulto também é uma delícia, afinal eles são inteligentes e podem aprender muito”, destaca.

Por que os gatos têm medo de sair de casa? Como sair com eles quando necessário?

Sair da rotina não é com eles, por isso, o transporte adequado é muito importante. É possível evitar tensões e priorizar o bem-estar do bichano. Como? Ao transportar o gato, nunca o deixe solto no carro. Dê sempre preferência às caixas ou bolsas de transportes de materiais resistentes e que tenham aberturas em cima e na frente.

“É fundamental que o gato esteja familiarizado com aquele espaço, portanto o animal deve ter livre acesso à caixa, mesmo que não vá sair de casa. Para facilitar esse processo, deixe-a sempre confortável, com cobertores macios, brinquedos e itens pessoais”, ressalta a veterinária.

Dica extra: durante o trajeto, entenda o efeito que sua própria ansiedade ou estresse pode exercer sobre seu pet, por isso, mantenha a calma e permaneça positivo. Converse com seu pet em voz baixa e calma, prossiga no ritmo dele, fique atento à sua reação e use recompensas que incentivem os comportamentos desejados (alimentos e brinquedos por exemplo).

Gato pode tomar banho?

Os gatos são seres bem higiênicos e se preocupam muito com a sua própria limpeza, chamada de “autolimpeza”, um processo similar ao banho, em que eles usam lambidas no pelo para retirar impurezas. Eles não precisam tomar banho com constância como os cães, por exemplo. Caso o pet estiver se lambendo demais é bom buscar a ajuda de um médico-veterinário. “Algumas doenças causam incômodos que levam os pets a se lamberem mais que o normal, como pulgas e carrapatos. Diferente dos cães, o recomendável é dar banhos ocasionais e sempre com água morna e produtos específicos para felinos, porque os gatos são sensíveis a fragrâncias muito fortes”, explica Priscila

Segredos para uma alimentação felina saudável

A alimentação correta para o felino é muito importante, pois, além de oferecer mais qualidade de vida ao animal, pode ajudar a prevenir doenças de pele, cardiovasculares e até renais. Os gatos precisam de uma mistura complexa de nutrientes certos, então a escolha da ração é fundamental, adaptando os alimentos conforme a idade do pet. As comidinhas de fácil mastigação são recomendadas para filhotes e gatos idosos; as rações úmidas podem ajudar a manter hidratados os bichanos que não tomam muita água; os pets castrados precisam de um alimento específico para ajudar na regulagem do peso, entre outros.

Para a médica-veterinária é importante estar atento ao peso e nutrição correta do pet, porque “os gatos podem desenvolver obesidade durante a vida, mas na velhice perdem peso. É necessário que os tutores estejam sempre atentos a uma boa alimentação”. Além disso, o tipo de tigela em que o alimento é oferecido pode influenciar na hora da refeição: por causa dos bigodes sensíveis, os gatos preferem se alimentar em recipientes mais profundos.

Play na diversão! Como brincar com os gatinhos?

Os gatos são seres que adoram um bom descanso e soneca durante o dia (eles chegam a dormir 18h por dia), mas o ideal é estimular brincadeiras para que ele se exercite, mantenha a forma e crie um vínculo com o tutor. Uma ótima opção de brincadeira é aguçar os sentidos felinos chamando eles para um “esconde-esconde” pela casa.

“Eles também adoram ter um espaço separado para se divertir com seus brinquedos e arranhadores, porque gostam de limpar as unhas e retirar partes lascadas que os incomodam. Gatinhos idosos precisam de um cuidado extra durante a brincadeira, os mais velhos costumam não ter tanta energia para pulos altos (e não devem ser estimulados também a pular), além disso precisam ter fácil acesso aos brinquedos e alimentos”, finaliza.

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Os felinos conquistam cada dia mais a preferência dos brasileiros e marcam território como animal de companhia

No último domingo (8/8) foi comemorado o Dia Internacional do Gato. Em todos os anos, a data busca conscientizar sobre os melhores cuidados com os felinos. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), atualmente o Brasil conta com mais de 24,7 milhões de gatos e o número vem crescendo cerca de 3% ao ano, rumo à liderança no universo pet.

E quem tem gato pode confirmar: eles conquistam cada dia mais os humanos! São uma excelente companhia para quem deseja conviver com um pet fascinante e divertido. No entanto, necessitam dedicação e atenção permanente com sua saúde e bem-estar.

“Quem está interessado em ter um gato em seu lar, deve ter em mente que é um compromisso para toda a vida. Os animais sentem dor, medo, saudade, alegria e tristeza, são parte da família e precisam de amor e cuidados”, afirma Flavio Silva, médico-veterinário da PremieRpet. O profissional dá algumas dicas fundamentais para garantir a saúde física e mental, a segurança e o bem-estar dos gatos. Confira:

Castração é essencial

A castração traz muitos benefícios para a vida do pet. Aumenta a expectativa de vida, elimina os cios e a reprodução indesejada, reduz a probabilidade de doenças no sistema reprodutor e ainda torna o comportamento do felino mais amistoso com outros pets e humanos. Com a castração, eles podem parecer mais preguiçosos, por isso é muito importante uma alimentação adequada para evitar que ganhem peso. O tutor deve consultar um médico-veterinário para saber qual o momento certo de castrar.

Lugar de gato é em casa

As famosas “saidinhas” são um verdadeiro perigo para os gatos. Ao ter contato com outros animais, o pet pode contrair várias doenças, não achar o caminho de volta para casa e, no caso das fêmeas não-castradas, engravidar. Uma boa opção para os tutores é investir em um enriquecimento ambiental com arranhadores e brinquedos, por exemplo, para deixar o local em que o animal vive cada vez mais interessante.

Alimentação de alta qualidade

Gatos são carnívoros estritos, por isso um alimento à base de proteína animal é fundamental para o desenvolvimento muscular, de pele e pelos, além do bom funcionamento e harmonia fisiológica. A alimentação também deve levar em conta o estilo de vida do gato, faixa etária, se o animal é ou não castrado e se tem alguma doença. Os alimentos de alta qualidade, e nas quantidades certas, proporcionam uma boa nutrição ao longo de toda a vida. Lembre-se: um gatinho bem alimentado é um gatinho mais saudável e feliz!

Vacinação em dia

A saúde do felino também deve ser levada em conta. Assim como os humanos, os animais de estimação também estão sujeitos a doenças e podem ser protegidos com vacinas e vermífugos. A polivalente e a antirrábica são as principais vacinas e devem ser aplicadas nos gatos, independentemente da idade ou perfil. Porém, alguns pets podem precisar de outras vacinas, dependendo do comportamento e do local onde vivem. Consulte sempre o médico-veterinário.

Espaço adequado e acolhedor

Os animais devem ter um espaço adequado, com abrigo do sol, da chuva e do vento, uma cama quentinha e muito amor. As janelas sempre devem ser teladas! É importante que o local tenha portões e redes de proteção, mas o gato não deve ser preso com correntes, cordas ou similares. Se houver mais pets convivendo na casa, todos devem ter a mesma atenção, mantendo uma convivência em espaço adequado, com acessórios individualizados (caixa de areia, comedouro, bebedouro etc).

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