Os motivos ainda são ignorados e não nos convém tecer algum tipo de comentário a respeito, mas, verdade é que; a cada dia que passa mais aumenta o número de pessoas que, por razões diversas se sentem desencorajadas a continuar a caminhada da vida e, com isso, acabam partindo para uma atitude extrema como o suicídio.

Não é rotina deste Jornal publicar os inúmeros casos de tentativa de suicídio, no entanto, este chamou a nossa atenção pelo ato de bravura e por que não dizer de heroísmo de um policial que estava em seu dia de folga e, acabou evitando mais um suicídio consumado na cidade na tarde de ontem, sábado ( 13).

O HISTÓRICO DA OCORRÊNCIA.

Segundo consta, o policial Helder Luiz Francisco, estava em seu dia de folga e como tal, estava desfrutando de um passeio com a esposa, quando ao passar pela Rodovia do contorno nas proximidades do viaduto do Hospital das Clinicas (HC ) que dá acesso ao próprio hospital, se deparou com uma aglomeração de pessoas que aparentavam estar aflitas.

“Primeiro eu pensei que fosse um roubo, mas, logo percebi que era uma outra situação, também mais grave, ou seja: uma mulher estava tentando o suicídio”, relatou o militar a imprensa.

Prosseguindo o relato, ele disse que não pensou duas vezes e partiu para ação na tentativa de impedir o ímpeto da mulher desconhecida. Em um primeiro momento, ela já havia tentado pular do viaduto, no entanto, abortou da ideia e resolver se arremessar contra os veículos que passavam pela rodovia.

Ela teria descido por uma das canaletas de escoamento de águas e partiu para a pista com o objetivo de ser atropelada. Foi neste momento, que o policial com muita agilidade conseguiu agarra-la e convencê-la a desistir do ato. A mesma estava emocionalmente descontrolada e chorava muito.

A mulher de identidade não revelada, aparentava em torno de 35 a 40 anos e mesmo após a situação controlada, foi solicitada a presença da Policia Militar e uma ambulância do concessionária Eixo que, de imediato fez o transporte da mesma até o HC ( Hospital das Clínicas ) para os procedimentos deste tipo de ocorrência.

É mais uma vida que foi salva em um momento de desespero em que, muitas vezes uma palavra amiga pode inibir a ação.

O QUE POSSO FAZER PARA AJUDAR QUEM PENSA EM SUICÍDIO?

O que posso fazer para ajudar quem pensa em suicídio?

Pode ser que, em algum momento de nossas vidas, desconfiemos de que alguém próximo está pensando em suicidar-se em decorrência de um grande sofrimento. Diante dessa situação, o sentimento de impotência pode se fazer presente, fazendo-nos acreditar que não há como intervir, uma vez que a pessoa parece já ter decidido encerrar a própria vida. Entretanto, ao contrário do que o senso comum tende a reproduzir, existem diversas maneiras de auxiliar essa pessoa.

Se há uma desconfiança, é importante que se converse diretamente com a pessoa que está sofrendo. Um diálogo aberto, respeitoso, empático e compreensivo pode fazer a diferença. Procurar saber como a pessoa está, o que tem feito ultimamente, como está se sentindo. O foco da conversa deve ser o outro, portanto, não é recomendável: falar muito sobre si mesmo, oferecer soluções simples para os problemas que a pessoa relatar e desmerecer o que ela sente.

Essa conversa pode obter melhores resultados se for feita em um lugar tranquilo, sem pressa, respeitando o tempo da pessoa para se abrir. Caso a pessoa se sinta à vontade para compartilhar o seu sofrimento, não é indicado: rechaçar (“Credo, isso é pecado!”), esboçar expressões de choque (“Não acredito que você tá pensando nisso!”) e reprimir, caso o choro venha (“Pra que chorar? Você sempre teve tudo do bom e do melhor!”).

A escuta ativa deve sempre estar presente nesses diálogos. Uma escuta ativa consiste em realmente ouvir e compreender o que o outro diz, não apenas esperar uma pausa para poder respondê-lo. Isso não significa, no entanto, deixar a pessoa falando sozinha. Algumas pontuações que podem ser feitas consistem em: fazer perguntas abertas; fazer um breve resumo do que a pessoa falou, de tempos em tempos, para que ela saiba que você está atento ao que ela diz; retornar a algum ponto que não tenha ficado claro e tentar, ao máximo, escutá-la sem julgamentos.

Oferecer suporte emocional e informar sobre a ajuda profissional, bem como se mostrar à disposição, caso ela queira conversar novamente, são pontos importantes. Se a pessoa falar claramente sobre os seus planos de se matar e parece estar decidida quanto a isso, é primordial que ela não seja deixada sozinha. Podem ser contatados os serviços de saúde mental e familiares/amigos da pessoa. Pode ser necessário que ela fique em um ambiente seguro, sendo auxiliada por um profissional.

Se você perceber que a pessoa não se sente à vontade para se abrir, deixe claro que você estará disponível para conversar em outras oportunidades. Você também pode indicar os serviços oferecidos pelo CVV, disponível em www.cvv.org.br, que trabalha para promover o bem estar das pessoas e prevenir o suicídio, em total sigilo, 24h por dia. 

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