O impacto do novo coronavírus sobre o mercado de trabalho já mostra números alarmantes, em todo o Brasil, incluindo a nossa cidade de Marília. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que desde janeiro não eram divulgados pelo Ministério da Economia, mostram que em abril do ano passado, o Caged teve saldo de +129.601 postos de trabalho com carteira assinada, resultado de 1.374.628 admissões e 1.245.071 demissões.

No mesmo mês de 2020, as contratações ficaram em 598.596 e número de desligamentos chegou a 1.459.099, gerando um resultado de -860.503 empregos.. Ou seja, enquanto as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na comparação abril de 2019 com o mesmo mês deste ano. Em valores nominais, São Paulo teve o pior desempenho, com -260.902.

De janeiro a abril de 2020, houve 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões no país, com resultado de -763.232. No primeiro quadrimestre de 2019, o Caged registrou 5.529.457 admissões e 5.215.622 demissões, com um saldo positivo de 313.835. Ou seja, as admissões caíram 9,6% e as demissões subiram 10,5% no intervalo de um ano.

Apenas em abril, o saldo negativo de postos de trabalho chegou a 860.503 empregos, pior resultado da série histórica do Caged, iniciada em 1992.
Na comparação mês a mês, o salário médio real de admissão no Brasil cresceu. Passou de R$ 1.496,92 em abril de 2019 para R$ 1.814,62 no mês passado.

No entanto, neste período de isolamento social devido à pandemia, as medidas adotadas pelo governo para preservar os empregos tiveram algum efeito positivo, minimizando um pouco as estatísticas de desemprego. No Brasil, 8 milhões de vagas foram asseguradas com a suspensão temporária de contratos e a redução de jornadas e salários.

Olhando para as ruas e avenidas da capital nacional do alimento, o cenário não é diferente, basta dar uma checada na fila de pessoas atrás do coronavoucher na CEF ou de pastinha na mão atrás de um oportunidade de trabalho. Os números oficias ainda não foram divulgados mas, algumas fontes garantem que, pelo menos uma centena de empresários encerram as suas atividades e mais de mil postos de trabalho foram fechados sem perpectiva para este final de ano.

Os efeitos negativos do novo coronavírus estão castigando a economia de uma forma geral. A própria Moodys Analytics já previu uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro superior a 6% neste ano. Já para a América Latina como um todo, o encolhimento deve ficar um pouco menor, na casa dos 5,5%.

Neste momento de instabilidade e incertezas, a injeção de recursos na economia como o “coronavoucher” tem papel fundamental para amenizar o grave quadro de desemprego, propiciando inclusive a movimentação de pequenos negócios informais.

No entanto, especialistas afirmam ainda que é necessário que os bancos também facilitem a liberação de crédito barato para garantir maior liquidez no mercado. Os que ainda estão na ativa, precisaram de “ajuda extra” para se manter e quem sabe no final do ano gerar no mínimo vagas para empregos temporários. A realidade nua e crua dos efeitos do Covid-19.

José Carlos Venâncio-KAÍTO JRº é Radialista, Jornalista, Teólogo, Ativista Social, líder comunitário e editor do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA.

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