Campanha “Doe suas tranças, Rapunzel!”, realizada nos dias 13, 14 e 15 de outubro pelo HOU (Hospital Oncológico Unimar) em parceria com a Unimar (Universidade de Marília), Paschoalotto, Instituto Embelleze e a ONG Rapunzel Solidária teve mais de 120 doações de cabelos, somando um total de mais de 250 mechas para confecção de perucas. Montante arrecada pode resultar em ao menos 15 perucas.

Equipe do Instituto Embelleze fez o corte dos cabelos, assim como a esmaltação (sem retirada de cutículas, devido as medidas de higiene) e sobrancelhas das doadoras interessadas.

Entre os doadores, destaque para uma menina de 9 anos e o gerente de uma construtora, que resolveu cortar os cabelos que “cultivava” a sete anos. A pequena Ana Júlia Moura da Paz, de apenas 9 anos, tomou a iniciativa após ver uma reportagem na televisão. “Eu vi no jornal e minha mãe me chamou para fazer a doação. É uma iniciativa importante, que vai ajudar muitas pessoas que estão precisando”, afirmou.

A história é parecida com a do gerente Valter Rogério Saia, 49 anos, que mantinha os cabelos longos por sete anos. “Eu não cortava os cabelos desde que meu pai (radialista Walter Saia) morreu. Ele era meu barbeiro. Quando eu vi a reportagem entendi o chamado e resolvi doar. Vaidade não faz mais sentido na minha vida. É uma satisfação colaborar”, destacou.

No segundo dia, uma família chamou a atenção da equipe que fazia a coleta de cabelos. A aposentada Noemi Aparecida de Freitas Schiavi Santos estava acompanhada da nora, a dona de casa Viviane Ramalho de Freitas Moro e dos netos Miguel e Gabriel. Residentes no bairro Montana, na zona Norte de Marília, Viviane disse que soube da campanha pelos grupos de WhatsApp do bairro.

Ela compartilhou a informação com a sogra e os netos, que já vinham mantendo o cabelo grande, para fazer a doação. “Não sabíamos onde poderíamos fazer a doação e quando vimos a campanha do Hospital Oncológico Unimar, decidimos vir”, ressaltou Viviane.

Noemi falou, emocionada, que já havia doado os cabelos a cerca de três anos, quando precisou fazer uma cirurgia no HC (Hospital das Clínicas) em São Paulo. “Levei os cabelos cortados na mochila e a equipe de oncologia do HC foi lá buscar. O cabelo cresce. A única coisa que não se desfaz, quando a gente morre, é o cabelo. Porque não ajudar as pessoas?”, questionou.

AUTORIDADES / Campanha também mobilizou autoridades do município, como a vereadora Vânia Ramos (Republicanos), que levou as filhas para entregar as mechas dos cabelos que cortaram no cabeleireiro. A própria parlamentar fez questão de doar suas mechas. “A campanha é maravilhosa e vai beneficiar muitas pessoas. Não podemos ser egoístas e com uma atitude simples conseguimos ajudar quem está precisando”, ressaltou.

A pró-reitora de ação comunitária e pós-graduação da Unimar, Fernanda Mesquita Serva, também aproveitou a campanha para doar as mechas de seu cabelo. “Iniciativa foi extraordinária e um simples gesto pode ter uma repercussão significativa na vida das pessoas que precisam de uma prótese”, relatou.

Júlia Mesquita Serva Reis, filha da superintendente da ABHU (Associação Beneficente Hospital Universitário), Márcia Mesquita Serva Reis, mantenedora do HOU, também doou as mechas de seu cabelo, no local de arrecadação.

CALENDÁRIO / Márcia destacou que a ação de solidariedade será integrada ao calendário oficial do hospital, alusiva ao Outubro Rosa. “A partir de agora, todos os anos vamos realizar essa campanha, com parceiros da cidade ou da região. A população se mostrou bastante solidária e engajada no propósito de promover bem estar e melhor qualidade de vida aos pacientes em tratamento de câncer”, ressaltou.

Ao todo, mais de 120 pessoas passaram pelo HOU para doar as mechas ou fazer o corte dos cabelos nos três dias de campanha. As pessoas ainda podem doar suas mechas, deixando na recepção do Hospital Oncológico Unimar, na rua Oswaldo Florindo Coelho, 79 – Jardim São Gabriel, na zona Oeste de Marília.

Após a arrecadação, as mechas serão enviadas para a ONG (Organização Não Governamental) Rapunzel Solidária, que vai confeccionar as perucas e enviar de volta ao hospital. As perucas serão doadas às pacientes sendo que, dependendo da quantidade, também poderão ser entregues para a ACC ou outras entidades que cuidam de pacientes com câncer.

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