Dando sequência ao assunto que iniciamos na edição anterior, vamos destacar a emergencial necessidade dos governantes de Marília reverem seus conceitos juntamente com a sociedade civil organizada, técnicos e especialistas e autoridades constituídas para os primeiros passos rumo a inteligencialização de nossa cidade. Não é possível que a única imagem desenvolvimentista que se apresente para os marilienses seja apenas a construção desordenada de condomínios pelos quatro cantos da cidade.

A MARILIA CENTENÁRIA não abre mão desta discussão. Precisamos pensar a cidade que queremos para o nosso centenário, e assim iremos continuar, mesmo com os entraves e obstáculos da classe politica obcecada apenas pelo poder e sua benesses e “aquele grupinho” altamente interessado em travar a cidade.

Cidades inteligentes: O que é realmente são

No passado, era comum um modelo de desenvolvimento embasado apenas em progredir, não importando quais seriam as consequências. Em outras palavras, a infraestrutura era criada de forma pouco responsável e sem visão, deixando em segundo plano tanto o meio ambiente, quanto as pessoas. Basta circular por algumas artérias de nossa cidade em dias de chuvas torrenciais para comprovar a falta de planejamento.

Com uma metodologia desenvolvimentista totalmente diferente, cidades inteligentes são aquelas que conseguem alinhar avanços tecnológicos com o progresso social e ambiental, com a ajuda de tecnologias digitais e disruptivas. Assim, seus cidadãos têm acesso aos melhores serviços públicos e a uma melhor qualidade de vida.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA…: Depois de reiteradas matérias e cobranças a respeito do assunto, prefeitura realiza encontro REGIONAL.

O ditado é antigo, mas, ainda funciona, mesmo fazendo biquinho e não dando o braço a torcer. Após matérias publicadas pelo JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, através da página MARÍLIA CENTENÁRIA, versando sobre este assunto de relevante importância para o desenvolvimento da cidade, eis que, a prefeitura ligou o desconfiometro e realizou no último dia 10 de março, um Fórum de Cidades Digitais e Inteligentes de cidades aqui da região. Relembre a última matéria publicada neste site em 22 de fevereiro último e publicada no JORNAL DIGITALIZADO em 15 de fevereiro de 2022.

Como detalhe do evento, o prefeito municipal, gestor expertise Daniel Alonso ( segundo suas declarações ), não compareceu e enviou no seu lugar o vice prefeito, Cicero do Ceasa. Das 62 cidades que compõe a nossa região, apenas 19 compareceram com seus prefeitos ou enviando representantes: Adamantina, Assis, Botucatu, Cruzália, Ibirarema, Jaú, Lençóis Paulista, Lins, Maracaí, Marília, Monte Alto, Oscar Bressane, Ourinhos, Platina, São Paulo, Taguaí, Tarumã, Tupã e até Uberlândia (MG).

O evento contou ainda com as presenças do presidente interino da Câmara Municipal, vereador Evandro Galete; do prefeito de Tupã, Caio Aoqui; e do diretor da RCD, José Marinho. Estiveram presentes também os secretários municipais Eduardo Yamamoto (Tecnologia da Informação), Coronel Marcos Boldrin (Administração) e Delegado Wilson Damasceno (Direitos Humanos). No entanto, o que se percebeu, apesar da riqueza na explicação de alguns temas, foi a timidez da cidade em suas ações.

Exemplificando, as principais características das cidades inteligentes são:

Eficiente mobilidade

Centros urbanos inteligentes empregam avançada tecnologia nos seus sistemas de controle de transporte público. Dessa forma, é possível identificar e relacionar alguns padrões, como o fluxo de carros nas vias, número de pessoas que dependem dos meios públicos de locomoção, tempo de espera nos semáforos etc. Tudo isso é feito a partir de informações e dados que vêm da conectividade e do sensoriamento dos indicadores de tráfego.

Gestão de Iluminação Pública moderna

Fundamental entre as características de uma cidade inteligente, é inimaginável pensar hoje em um centro urbano moderno onde não haja uma iluminação pública desenvolvida. Uma cidade inteligente oferece a seus cidadãos uma iluminação pública automatizada, definida basicamente pela integração eficiente entre os sistemas de monitoramento e demandas de manutenção.

Práticas de sustentabilidade

No campo da sustentabilidade, podemos destacar práticas como a reciclagem de materiais que antes eram descartados (entulhos de obras, como gesso e concreto) e o adequado despejo de resíduos industriais (em estações de tratamento designadas pela prefeitura).

Assim, cidades inteligentes são caracterizadas tanto pelas construções realizadas por meio de materiais recicláveis quanto pelo local onde há o processamento do lixo urbano. Dessa forma, é garantida a preservação dos lençóis freáticos e pode-se minimizar a poluição do solo.

Qual é a relação entre planejamento urbano e cidades inteligentes?

Não faz sentido investir em tecnologia para tornar uma cidade inteligente sem o mínimo de planejamento urbano. Esses dois conceitos devem ser aplicados de maneira conjunta, pois o desenvolvimento e a aplicação de técnicas modernas de gestão estão diretamente relacionados ao nível de organização urbana da cidade.

Para melhor compreensão, imagine que um centro urbano passe a programar no seu controle de tráfego de veículos as técnicas de monitoramento de uma cidade inteligente, com a implantação de sensores nas vias, semáforos e o aperfeiçoamento da coleta de dados. Se esse aparato estiver aplicado em uma cidade que ainda apresenta problemas estruturais, não há tecnologia que consiga melhorar o trânsito.

Quais são as principais vantagens das cidades inteligentes?

São várias as vantagens proporcionadas por uma cidade inteligente, desde a disponibilização de Wi-Fi público de alta velocidade para a população até a integração dos sistemas de controle e monitoramento da iluminação pública.

Como benefícios, também podemos citar:

  • modernização do transporte público (desde a integração eficiente entre modais até o desenvolvimento de meios de transportes menos poluentes);
  • agilidade para a execução dos serviços de emergência, essencialmente devido a uma melhor gestão de processamento de informação, gerando assim um curto tempo de resposta;
  • aumento na eficiência do uso de recursos naturais (água, petróleo, carvão mineral etc.), uma vez que há a reciclagem;
  • melhoria nos meios de comunicação, com a disponibilização para a população de mais canais de troca de informações;
  • redução do uso de papéis, já que o arquivamento de documentos é feito principalmente de forma digital.

Como construir uma cidade inteligente: Tomada de decisão e modelação

É importante incluir um pouco de tudo o que foi dito acima. A fim de optimizar as cidades e informar a tomada de decisões, são necessários dados. Para recolher dados, é necessário um backbone digital apropriado com sensores e conectividade de baixa latência de alta largura de banda.

O governo municipal está em boa posição para planear e executar projetos de infraestrutura. Pode fornecer não só infraestruturas físicas, mas também a espinha dorsal digital necessária para tornar uma cidade inteligente (por exemplo, conectividade 5G, vários tipos de tecnologias de detecção, etc.).

Portanto, muitas cidades em todo o mundo disponibilizam os seus conjuntos de dados históricos e em tempo real ao público através de APIs abertas. Isto permite a um ecossistema de empresários, académicos, start-ups, e empresas tecnológicas inovar e fornecer serviços inovadores utilizando esses conjuntos de dados.

Desta forma, um cidadão pode ser um consumidor de serviços, mas também um produtor de novos serviços, e um ponto de dados em alguns dos conjuntos de dados.

Tomada de decisões dos cidadãos

Nas cidades com um ecossistema saudável de alimentação de dados e de serviços de dados disponíveis abertamente, os cidadãos têm as ferramentas para ajudá-los a navegar nas cidades, a procurar oportunidades, etc. Além disso, os cidadãos aprendem gradualmente com as suas decisões anteriores e aperfeiçoam as suas competências para se tornarem “espertos de rua” através do uso de heurísticas simples (regras de polegar) para guiá-los na sua tomada de decisão diária.

Tomada de decisões governamentais

A fim de planear e conceber para o futuro, os governos utilizam muitos dos mesmos conjuntos de dados para informar as suas próprias decisões e políticas. Contudo, existe um enigma – deverá um governo avaliar a procura de um serviço ou utilidade e depois conceber para satisfazer essa procura (por exemplo, se as estradas estiverem congestionadas, deverão construir mais estradas?), ou deverão ter uma visão do que querem que seja a sua futura cidade (por exemplo, neutra em termos de carbono) e utilizar políticas que afetem os cidadãos para os levar gradualmente a esse resultado pretendido (por exemplo, desencorajar o uso de carros a gasolina)?

É necessário um pouco de ambos, uma vez que as cidades precisam funcionar corretamente no intervalo até que uma visão futura da cidade possa ser realizada. Ao contrário dos cidadãos, porém, quando o governo toma uma decisão errada, os custos podem ser elevados. Portanto, faz sentido investir tempo e dinheiro na recolha dos dados necessários e em modelos de construção para testar cenários potenciais, políticas hipotéticas, investimentos em infra-estruturas, etc.

Em verdade vos digo :

Fato é que; uma simples reunião ou encontro com algumas palestras para simplesmente constar no curriculum ou estampar nas manchetes do jornais patrocinados de forma direta ou indireta não irá resolver simplesmente nada. Reiteramos aqui; “O que falta em Marília é ousadia, envolvimento participativo, soluções democráticas e planejamento de ações.

Se a cidade não possui sequer um projeto amplo de mobilidade urbana, de habitação de interesse social e com situação questionável na gestão do sistema de saúde, fica difícil construir um projeto de cidade inteligente, porém não impossível. Se faz necessário sair dos holofotes marqueteiros para as ações realizadoras que contribuam de uma forma efetiva para impulsionar a cidade para a posição que realmente merece como destaque no cenário nacional. Como um veículo de imprensa sério, independente e comprometido com a cidade, fica o recado; ESTAMOS DE OLHO.

DIRETO DA REDAÇÃO.

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