Anúncio de novo lote de ingressos foi feio em coletiva, mas governo ainda não crava data do GP

O governador de São Paulo João Dória (PSDB), em coletiva nesta segunda-feira (16), anunciou que o Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1 de 2021 – uma versão rebatizada do antigo Grande Prêmio do Brasil – terá até 100% da ocupação presencial das arquibancadas do Autódromo de Interlagos liberada.

Apesar das mudanças anunciadas, a previsão de que o GP ocorra entre 5 e 7 de novembro ainda poderá sofrer alterações, disse o governador, que tenta negociar com a Fórmula 1 uma emenda da corrida com o feriado da Proclamação da República em 15 de novembro, uma segunda-feira.

A confirmação final das datas deve sair até o dia 26 de agosto. No dia seguinte, 27 de agosto, um novo lote de ingressos deve ser disponibilizado para o público. Uma lista de espera para a aquisição está disponível no site da Fórmula 1.

A realização do evento em meio à pandemia de coronavírus foi um dos principais tópicos abordados pelas autoridades. Segundo o prefeito da capital paulista Ricardo Nunes (MDB), só poderá entrar em Interlagos quem estiver vacinado contra a Covid-19.

“Obviamente, só poderá participar quem estiver vacinado. A vacina, além de ser um passaporte para salvar a vida das pessoas e da coletividade, é também para poder participar das atividades aqui na cidade de São Paulo”, declarou Nunes.

“Temos 46% de ocupação nas UTIs e 23% nos leitos de enfermaria. É uma situação que ainda requer atenção, mas de muito mais tranquilidade do que era dois meses atrás”, complementou. Ricardo Nunes também mencionou que a cidade monitora índices da variante Delta e que, até o momento, os números mostram uma situação mais favorável do que outras cidades do mundo.

Tanto o prefeito quanto o governador ainda ressaltaram que medidas sanitárias previstas para a realização do evento serão tomadas, como a obrigatoriedade do uso de máscaras, medição de temperatura e disponibilização de álcool gel em todos os locais. Possíveis mudanças em decorrência da situação da epidemia de coronavírus poderão ser feitas até o evento, disse Doria.

Entre as explicações, o governador disse “afirmar” que toda a população de São Paulo estará vacinada com a 2ª dose até o fim de outubro, comentário que foi complementado com uma critica ao Ministério da Saúde.

Nas últimas semanas, Doria tem acusado a pasta federal de não distribuir as vacinas para São Paulo da maneira como deveria e acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso.

“Se o Ministério da Saude continuar sendo ineficiente e incapaz de fornecer vacinas pra São Paulo, nós vamos comprar mais vacinas e imunizar toda a população”, disse Doria. “Independente de Marcelo Queiroga, de governo negacionista, de governo que esconde e que não entrega vacina, vamos vacinar todos até o fim de outubro, incluindo os jovens de até 12 anos”, declarou.

Apesar das declarações sobre a segurança dos espectadores, o secretário estadual de Saúde Jean Gorinchteyn declarou que os protocolos finais para o acesso à corrida ainda estão em discussão. Entre eles, avalia-se a necessidade de apresentar um teste negativo para a Covid-19 feito até 48h antes do evento.

Sprint race e mudança de nome

O anúncio desta segunda-feira também trouxe a notícia de que a corrida classificatória extra do grid de largada feita antes do Grande Prêmio, chamada de “sprint race”, será realizada pela primeira vez em Interlagos na corrida de 2021.

Na “sprint”, os pilotos disputam a segunda sessão de treinos livres da sexta-feira no mesmo formato dos treinos de classificação de sábado. Esta sessão de sexta define então a ordem de largada para a sprint do sábado – uma corrida curta de cerca de 100 quilômetros, sem a necessidade de troca de pneus.

Com a presença do CEO da Fórmula 1 no Brasil, o ex-atleta Alan Adler, Doria também anunciou que o nome oficial do evento será Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1. Segundo ele, a mudança do antigo Grande Prêmio do Brasil segue uma tendência internacional de dar destaque à cidade que sedia o evento, e não ao país.

Além disso, há também a promoção do local em termos turísticos, outro fator destacado pelos membros do governo estadual presentes na coletiva. Segundo indicativos de um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas e apresentado nesta segunda, a expectativa é que a corrida movimente R$ 670 milhões neste ano e gere 8700 empregos temporários na capital.

Segundo Alan Adler, foram vendidos cerca de 40 mil ingressos em 6 horas na última vez que os lotes foram liberados, o que demonstraria a viabilidade econômica da realização do evento em conjunto com os índices de vacinação no estado. “O programa de vacinação que vai permitir [a realização da corrida] e deu essa garantia para a Formula 1 confirmar o evento”, disse.

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