Mais um embrólio de uma administração marcada por ações polemicas e questionáveis. Desta feita, o diz que me disse, começou na manhã do último sábado dia 25, quando, após uma reunião entre o pastores, representantes de dezenas de denominações evangélicas e o prefeito Daniel Alonso (PSDB), na Igreja Avivamento da Fé, na Zona Norte, ficou definida a volta da  realização de cultos, mas com algumas medidas sanitárias, como distanciamento de dois metros entre os membros das igrejas, disponibilização de álcool em gel e uso (não obrigatório) de máscaras de proteção facial.

Na reunião, cerca de 80 pastores estavam presentes e ouviram de viva voz o sinal positivo do gestor municipal que, teve a sustentação do vereador Marcos Custódio. Ele participou de parte da reunião e explicou que, como o decreto do Governo do Estado sobre a pandemia não cita igrejas, isso indica que não há impedimento legal da realização de cultos. “Muitas igrejas aderiram às medidas de restrições em forma colaborativa. Mas, óbvio que todas as igrejas tomarão as medidas protetivas”. Grupos de risco, como idosos e pessoas  com doenças crônicas (comorbidades) não devem sair de casa e ir aos cultos. 

Destacando que, em sua fala, o prefeito mais uma vez disse que está submisso ao Decreto Estadual da pandemia do coronavírus e lembrou que recorreu ao STF esta semana para tentar derrubar uma liminar da Justiça Estadual em Marília que o obriga a continuar seguindo as determinações estaduais, sob pena de multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

Ao final do encontro, o prefeito anunciou que procuraria o comando da Polícia Militar e os órgãos de fiscalização da Prefeitura para fazer “recomendações”.

Ele reconheceu que as condições em Marília em termos da pandemia, com baixos números de casos confirmados e suspeitos são favoráveis à flexibilizações. “Não relaxos, mas flexibilizações seguindo as normas preventivas”. 

Como parecer favorável, o pastor da Igreja Avivamento da Fé, Maurício Costa, realizou o culto com live transmitida pela internet e com a presença de cerca de 100 membros que respeitaram todas as regras de precauções e sem a presença de pessoas que integram os grupos de risco.

Igreja onde teria ocorrida a reunião com 80 pastores e o prefeito municipal

No “day afther” a grande surpresa: Prefeito volta atrás e nega ter autorizado a realização dos cultos.

A grande surpresa ocorreu logo no dia seguinte, quando após a repercussão e os questionamentos ocorridos, o mesmo publicou em seu blog e sites patrocinados pela administração que, a noticia era inverídica. Segundo suas palavras, ele apenas autorizou as igrejas ficarem abertas e realizarem pequenas reuniões.

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Ele voltou a citar o decreto estadual e deixou bem claro que a policia está autorizada a dispersar toda e qualquer aglomeração de pessoas e concluiu orientando a todos os pastores realizarem seus cultos “on Line” até que o governo do estado tome outra decisão a respeito.

O novo posicionamento do prefeito causou uma imensa revolta entre os evangélicos e, principalmente com os 80 pastores que estavam presentes na reunião. O Pastor Presidente da Igreja Assembleia de Deus de Marília, Elandi Mariano, chegou a distribuir um documento que foi remetido a todos os membros da igreja tornando publico o teor das decisões ora consolidadas na reunião, e, com entendimento comum de todos. A sua indignação ficou evidente pela postura inconstante da administração, sendo registrada nas redes sociais. Vide abaixo o documento.

A atitude surpreendeu até mesmo o vereador Marcos Custódio que, como evangélico participou da reunião; “Fomos surpreendidos com a notícia de que o prefeito negou tudo o que disse para oitenta homens ontem naquele recinto (Avivamento da Fé)”, afirmou o vereador. 

Ele disse que fez várias ligações para o prefeito no domingo, mas nenhuma foi atendida. “Envei mensagens de whatsapp, ele visualizou, mas não respondeu”. O vereador afirmou nos áudios que “as igrejas não estão desesperadas para abrir e são da paz. Queremos ser da paz, a sociedade olha para as igrejas e tem nelas muito respeito e pelos pastores e precisamos manter esta imagem. Não estamos aqui com nenhum interesse de criar confrontos. Acabamos sendo envolvidos numa contradição que partiu totalmente da autoridade máxima da cidade”, concluiu também de maneira decepcionada o vereador. 

A polêmica tomou conta da internet na tarde ontem e manhã de hoje, sendo um dos fatos principais no jornais apresentados pelas emissoras de radio. Na realidade, não é esta a primeira vez que o prefeito municipal volta atrás em suas decisões. Esta administração esta sendo marcada justamente pelas contradições em seus posicionamentos e decisões, mostrando claramente a falta de um pulso firme na adoção de medidas.

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