Caso os sintomas reacionais ultrapassem o susto, é aconselhado que o tutor leve o animal ao veterinário para que ele seja orientado de forma correta.

Fogos de artifício em comemorações de fim de ano são tradição em diversos locais do mundo. Se por um lado alguns humanos consideram o barulho do estouro empolgante, o brilho intenso das cores encantador e a magnitude da explosão extraordinária, para os animais de estimação, os fogos podem representar verdadeiros momentos de terror.

A audição dos cães capta sons além da capacidade humana. Enquanto o ser humano identifica frequências entre 16 e 20 mil hertz, o cachorro pode ouvir entre 10 e 40 mil hertz. Por isso, durante a queima de fogos, é comum que os pets se assustem com o estrondo descomedido. O comportamento seguinte do animal é uma incógnita, visto que as reações provocadas dependem da personalidade de cada mascote.

Em Marília foi aprovada uma lei que proíbe a queima de fogos e impõe multas ao infrator, no entanto, seus criadores não se atentaram para eficácia da lei que, só seria respeitada com a constante fiscalização. Conota ser mais uma lei com fins eleitoreiros para discursos inflamados na tribuna, pois, até a própria administração não a respeita com a condenável queima de fogos em eventos.

Segundo a médica veterinária Kássia Vieira, deixar o animal sozinho nesta época do ano oferece riscos à saúde física e mental do pet. Isso se dá pelo fato de ele não compreender o porquê do barulho intenso, o que pode gerar um distúrbio nos mecanismos fisiológicos do bichinho. Por isso, é importante que o tutor tenha um contato de emergência de alguma clínica veterinária de confiança que funcione 24h.

A comunicóloga Carina Vasconcelos, de 29 anos, conta que, desde que Luke, o cachorro dela, nasceu, há quatro anos, enfrenta dificuldades nesta época do ano. De acordo com Carina, o cão “entra em pânico” no momento da queima de fogos e, por vezes, tem crises de convulsão por causa do estresse exagerado.

Para controlar a situação, a tutora buscou atendimento veterinário para o animal e constatou que a melhor escolha, para o caso dele, é medicamento calmante. Além disso, ela acrescentou que o cachorro, quando escuta um som muito alto, tende a correr para um” local seguro e fechado”, a fim de se proteger.

“A gente entende que se trata mesmo de um pânico. Então, quando ele se assusta, procuramos sempre mantê-lo por perto, em um lugar mais silencioso e isolado”, diz Carina. Na avaliação dela, é interessante agir normalmente nessas situações, pois, dessa forma, o animal vai entender que não se trata de uma situação ruim, nem de perigo.


Gatos

Entre os felinos, as reações são, de certo modo, diferente das dos cães. Segundo a presidente do Clube do Gato, Cecília Prado, de 35 anos, a melhor alternativa é deixar o gatinho em um local com possibilidade de esconderijo. Ou seja, recomenda-se que o animal esteja em um ambiente conhecido por ele e que sirva de toca.

Ela diz ainda que não aconselha que o gato seja levado do local em que vive para outro lugar, pois, diferentemente dos cachorros, eles pouco se adaptam a ambientes novos.

No momento em que os fogos de artifício estouram, o animal precisa se sentir protegido. Por isso, é importante que o tutor faça, por todo o tempo, companhia ao pet e, se possível, coloque-o dentro de casa, em um cômodo isolado do barulho. Outra alternativa é tentar distrair o bichinho com atividades interativas e brincadeiras que o cativem.

Terapia

O processo de dessensibilização é também importante para o bem-estar do pet nessa época do ano. Esta atividade consiste em trabalhar, rotineiramente, maneiras de desassociar imagens ruins da mente do animal. Isto é, apresentar para o pet sons gravados de ruídos e mostrar que o barulho não representa um risco à vida dele.

Além disso, o comportamento aflito e desesperado dos tutores pode piorar o ato reacional do cão ou do gato. Por isso, é preferível que a família mantenha as atividades normalmente para que o animal não note diferença no ambiente.

Contudo, caso os sintomas reacionais ultrapassem o susto, é aconselhado que o tutor leve o animal ao veterinário para que ele seja orientado de forma correta.

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