O entendimento e propagação da Covid-19 intriga médicos e pesquisadores. A curiosidade também ocorre quando o assunto é cannabis medicinal. Nesse contexto, os efeitos colaterais do coronavírus estão sendo descobertos ao longo da pandemia, o que pode dificultar tratamentos e também o próprio diagnóstico.

Mesmo após receberem alta, algumas pessoas continuam com complicações em diversos órgãos e funções corporais e precisam de acompanhamento contínuo, a chamada Covid longa. Mas como a cannabis medicinal pode ajudar contra o vírus?

Uma pesquisa que investiga os efeitos do uso de canabidiol (CBD – cannabis medicinal – em pacientes que estão prestes a iniciar a fase 3, com testes em voluntários humanos. Segundo o coordenador, Edimar Bocchi, professor da Pós-Graduação da Faculdade de Medicina (FM) da USP e cardiologista do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas, o foco era pacientes com insuficiência cardíaca.

“Com o estudo das propriedades dessa medicação, nós também tivemos interesse em testar em várias outras circunstâncias cardiológicas”, afirmou Bocchi ao Jornal da USP.

O avanço dos testes estão em fase de análise nas comissões de ética, sendo que o estudo avaliará a resposta do canabidiol na comparação com placebo em cerca de 300 pacientes ao longo de três meses, com previsão de que essas pessoas sejam selecionadas a partir de novembro.

“Os pacientes selecionados terão que apresentar um comprometimento importante da qualidade de vida pelos sintomas pós Covid ou um comprometimento da capacidade de exercício”, disse.

Segundo Bocchi, o medicamento já foi testado – e com sucesso – em outras condições que apresentam semelhanças com a infecção, como dor crônica e pós câncer. Por isso, as expectativas dos especialistas para a eficácia do tratamento são altas.

Como funciona a cannabis medicinal?

Princípio ativo da maconha será testado contra 'covid longa' - ACidadeON

O canabidiol é um dos ativos da Cannabis sativa, o qual é estudado pela medicina por terem evidências que já comprovaram sua eficácia contra diversas doenças, como esclerose múltipla, dores crônicas, epilepsia e até depressão.

Ademais, a planta age contra quadros inflamatórios graves e é por isso que a equipe da USP quer usar em quem sofre com a Covid longa. De acordo com o levantamento da Folha de S. Paulo, 38 países já regularam de alguma forma a Cannabis medicinal, incluindo o Brasil, além de exemplos como a Alemanha, a França, o Canadá e os Estados Unidos.

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