A causa da morte não foi divulgada, mas o próprio Olavo afirmou ter se infectado por Covid; escritor estava internado em um hospital da Virgínia, nos Estados Unidos

Morreu o escritor e influenciador bolsonarista, Olavo de Carvalho, aos 74 anos, nos Estados Unidos, onde estava internado. De acordo com a nota oficial divulgada pela família, o óbito ocorreu na noite da última segunda-feira (24). Segundo a postagem no Twitter, o guru da família Bolsonaro estava hospitalizado na região de Richmond, no estado da Virgínia (EUA).

A causa da morte, porém, não foi divulgada oficialmente. O que se sabe é que no último dia 15 o próprio Olavo afirmou a seguidores, que fariam um de seus cursos, que foi infectado pelo novo coronavírus (Covid-19). Ele era antivacina. Olavo de Carvalho havia sido diagnosticado com Covid-19 em 16 de janeiro. Oficialmente, porém, a causa da morte ainda não foi divulgada.

Em julho deste ano, o escritor havia sido internado no Instituto do Coração, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), em São Paulo. Nessa ocasião, foi submetido a um cateterismo. Depois de receber alta, teve novas complicações e passou mais de quatro meses internado na clínica Saint Marie, na Zona Sul da capital paulista.

No dia 9 de novembro, ainda internado, Olavo recebeu uma intimação para depor num inquérito sobre a existência de milícias digitais. Logo depois disso, ele deixou a clínica sem avisar e voltou para os Estados Unidos.

Olavo de Carvalho, que nasceu em Campinas, interior de SP, em 1947, era cardiopata e portador da Doença de Lyme, infecção transmitida por carrapatos. Autointitulado professor de filosofia e apoiador do conservadorismo, o escritor deixa a esposa, Roxane, oito filhos e 18 netos.

 “A família agradece a todos os amigos as mensagens de solidariedade e pede orações pela alma do professor”, diz a publicação feita pela família de Carvalho nas redes sociais, na madrugada desta terça-feira, 25.

Olavo viveu e morreu ao seu gosto, provocando polêmicas. Suas últimas palavras sobre Bolsonaro foram ditas em uma live no dia 20 de dezembro último, da qual participaram em silêncio os ex-ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).

Na ocasião, a propósito das eleições de outubro próximo, Olavo vaticinou que a “briga está perdida”. “O Brasil vai se dar muito mal, não venham com esperanças tolas. Existe uma chance (de ele voltar), mas remota. Só se Bolsonaro acordar, e eu não sei como fazê-lo acordar.” Os três ex-ministros afastaram-se do presidente.

Olavo de Carvalho

O escritor chegou a dizer que o presidente é um “excelente administrador”, mas o comparou a um prefeito de “cidade do interior”, acusando-o de covardia. Descartou a ideia de que Bolsonaro representa a direita brasileira: “No Brasil, ou você é comunista ou é neutro. Não existe direita. Existe bolsonarismo”.

A relação entre os dois foi se tornando mais hostil com a passagem do tempo. Era boa no começo do governo em 2019 quando Olavo emplacou Araújo como ministro das Relações Exteriores e o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez como ministro da Educação. Um ano depois, já era sujeita a chuvas e trovoadas.

Em maio de 2020, por exemplo, em entrevista à BBC Brasil, Olavo disse que era possível chamar Bolsonaro de “burro”. Disse, porém, que ele não seria ladrão. Em junho, acrescentou o adjetivo “fraco”. Escreveu em sua conta no Twitter:: “Se esse pessoal não consegue derrubar o governo, eu derrubo”.

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