Golpe de renegociação cresce no Brasil e induz vítimas a acreditarem que estão quitando dívidas com descontos

Um novo golpe com boletos foi descoberto por pesquisadores da Axur, empresa especializada em riscos digitais, o que representa um aumento de 785% da prática nos primeiros meses de 2021. Criminosos estão usando o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de vítimas para identificar dívidas e oferecer falsas negociações por meios como o WhatsApp. As fraudes com boletos bancários, que acontecem há anos no Brasil, podem ser repelidas com abordagens cotidianas de segurança digital.

Os criminosos virtuais aprimoraram esse tipo de ataque e, desta vez, estão obtendo informações pessoais de brasileiros por meio de grandes vazamentos de dados na Internet. No golpe da renegociação, como foi nomeado pela Axur, essas informações são utilizadas para acessar sites de instituições financeiras e gerar vias de boletos com os dados da respectiva vítima.

Segundo a Axur, esse tipo de golpe segue em alta no Brasil e, apenas em 2021, teve um aumento acima de 785%. “São muitos golpes novos que vêm chegando na cibersegurança devido a grandes vazamentos de dados […] que estão se reinventando e atormentando a população brasileira por meio das redes sociais”, afirma o chefe de inteligência e distribuição de ameaças cibernéticas da Axur, Thiago Bordini.

Como funciona o golpe da renegociação

Golpe com boleto bancário cresce 785% em 2021 — Foto: Pond5

Na prática mais recente, os golpistas estão utilizando informações divulgadas no grande vazamento de dados de janeiro deste ano. Na ocasião, o dfndr lab, laboratório de segurança da PSafe, descobriu que mais de 220 milhões de brasileiros tiveram seus dados vazados na web. De acordo com o laboratório, o ataque expôs o CPF de grande parte dos brasileiros, além dos dados sensíveis de autoridades e de empresas.

O ataque revelado pela Axur é possível por conta do sistema utilizado por algumas empresas na geração de boletos. Em muitos casos, os criminosos conseguem acessar informações das vítimas e gerar o boleto ao digitar o CPF. A partir daí, é feito o contato por meios como o WhatsApp, utilizando uma conta falsa. O criminoso também pode aplicar técnicas de engenharia social para confundir a vítima.

A renegociação falsa da dívida é oferecida com um desconto promocional. O criminoso, a partir dos dados encontrados, consegue validar informações tanto sobre a dívida quanto sobre a empresa que possui o débito. Caso seja enganado, o usuário recebe um novo boleto, falso, com o valor renegociado.

Como se prevenir e evitar o golpe da renegociação

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A prática desse tipo de ataque sofreu uma baixa após empresas oferecerem procedimentos de pagamentos aprimorados, como Pix, QR codes e links automáticos. No entanto, os boletos ainda correspondem ao método mais utilizado no Brasil — cerca de 75% dos pagamentos, como afirma a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Logo, é interessante saber como se prevenir desse tipo de golpe. Algumas dicas são:

  • trocar senhas periodicamente;
  • usar serviços que geram senhas aleatórias;
  • habilitar a verificação em duas etapas do WhatsApp;
  • confirmar informações por meio de canais oficiais das empresas (telefone, chat e e-mail);
  • dados divergentes em boletos devem ser resolvidos pelas empresas que, em geral, geram novos boletos com valores atualizados;

Caso desconfie de uma promessa de renegociação recebida por telefone, e-mail ou WhatsApp, entre em contato com a instituição financeira e, por precaução, altere suas informações de login no site da empresa. Os procedimentos básicos de proteção podem evitar que o usuário sofra com diferentes golpes que são aplicados por criminosos.

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