Após a publicação da matéria que foi editada nas primeiras horas da manhã de ontem ( 04 ) em nosso site, quando mais de 20.000 acessos foram registrados pelo analítico do google, recebemos centenas de telefonemas questionando sobre o assunto. No entanto, outros sites e páginas da rede social Facebook também complementavam a noticia, porém canalizando para o fechamento da fábrica até o final do ano sem qualquer negociação, o que não foi o nosso caso.

O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, tem como compromisso a imparcialidade e a informação sem vínculos comerciais ou políticos, e como conduta levar ao seu leitor a noticia de forma precisa sem necessitar de sensacionalismo ou explorar de forma maldosa ou politiqueira falsas informações ( FAKES ) para se auto promover ou denegrir a imagem de pessoas físicas ou jurídicas.

Lamentamos profundamente que alguns oportunistas tenham canalizado para exploração politica. Esclarece que, o boato da saída da empresa já não vem de hoje, mas, que não tem nada a ver com a esfera politica.

ENTENDO O CASO

Desde a tarde da ultima quinta feira ( 03 ) uma onda de boatos começou a inundar as redes sociais de Marília e até de cidades vizinhas e principalmente grupos de whatsApp informando a conclusão da negociação entre as empresas NESTLÉ e ARCOR, como parte de um acordo firmado perante o CADE ( Conselho Administrativo de Defesa Econômica ) ainda no mês de setembro do ano de 2017.

A exigência fazia parte deste acordo firmado com o conselho no referido ano para aprovar a fusão com a GAROTO, que, 15 anos depois, ainda estava sob discussão judicial. De acordo com fontes que acompanharam as negociações, a Nestlé teria que repassar um pacote com mais de dez marcas – a lista completa até hoje está sob sigilo-, além de receitas e segredos da produção, para garantir que a mesma qualidade fosse mantida pelo novo fabricante.

Na ocasião, o prazo estipulado para a venda foi até o final do mês de setembro do ano em questão ( 2017 ), mas o conselho adiou a data para o primeiro semestre de 2018. Isso foi feito a pedido da empresa, que requisitou ao CADE mais tempo para a negociação e para a venda dos ativos. O entendimento do CADE era de que, se a venda não fosse efetivada, a fusão da Nestlé com a Garoto teria que ser desfeita.


A Nestlé, maior conglomerado mundial do setor alimentar, anunciou a compra da fábrica brasileira de chocolates GAROTO em 1º de março de 2002 quando a empresa tinha um total de 2.400 funcionários e detinha 22% do mercado brasileiro de chocolates. Já a multinacional suíça dominava até 33% do mercado brasileiro do setor, sendo superada apenas pela Lacta, da multinacional norte-americana Kraft.

A Lacta, cujo bombom mais conhecido é o “Sonho de Valsa” na época era detentora de 34%. Com a aquisição da Garoto, a Nestlé passou a ser absolutamente dominante no setor de bombons e chocolates no Brasil. Por esta razão, a compra teve de ser autorizada pelo Conselho de Defesa Econômica (Cade). O anúncio da compra da Garoto foi feito durante a apresentação do balanço mundial da Nestlé referente a 2001.

Como foi divulgado em setembro daquele ano ( 2017 ), a Nestlé não poderia repassar as marcas para uma concorrente de grande porte, o que excluiu das negociações a Lacta (do grupo Mondelez), hoje vice-líder de mercado, atrás da Nestlé. A tendência então foi que os ativos fossem comprados por concorrentes menores, como Arcor e Hershey’s.

O acordo ainda previa que o nome do comprador obrigatoriamente teria de ser apresentado ao Cade e aprovado antes da operação. Na época, procurada pela grande imprensa do estado de São Paulo e Nacional, a Nestlé não quis comentar o assunto.

O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA, tentou um contato com a assessoria de imprensa da empresa no final da tarde de quinta feira ( 03 ), no entanto, não obteve sucesso, mas, logo no inicio da tarde de ontem ( 04), após a publicação da matéria, os mesmos enviaram uma nota negando a informação de saída da cidade conforme publicamos na sequencia da própria matéria.

Ressaltamos aqui, que jamais iríamos publicar uma noticia baseada apenas em postagens de redes sociais sem qualquer embasamento, mesmo porque, respeitamos a tradição da empresa e principalmente suas raízes que aqui se aprofundaram ao longo de mais de 30 anos.

Por esta razão, buscamos pesquisar todas as movimentações e negociações arbitradas pelo CADE desde o ano 2000 e encontramos sim, uma negociação envolvendo as referidas empresas no ano de 2002 onde o CADE aprova aquisição de segmento da Nestlé pela Arcor … Pelo acordo, a Nestlé transferia alguns itens da sua linha de produção para a referida empresa de origem argentina, que possui 47 fábricas, das quais, 37 na Argentina, 5 no Brasil, 3 no Chile, 1 no México e 1 no Peru.

A GRANDE MÍDIA NACIONAL PUBLICOU

O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA é um orgão de imprensa com penetração apenas local com sua versão impressa e, com o seu SITE que graças a sua excelente equipe técnica acaba por ultrapassar as barreiras regionais, porém sem o poder de penetração de jornais como o ESTADÃO que circula com sua versão impressa em TODO O PAÍS e publicou matérias a respeito do caso nos dias 14 de novembro de 2002 e 20 de setembro de 2017. O mesmo exemplo seguiu o JORNAL DO COMÉRCIO DO RS que publicou a matéria em 05 de outubro de 2017.

Outras publicações a respeito do assunto podem ser encontradas também informando sobre o assunto. Como exemplo, citamos A REVISTA EXAME/EDITORA ABRIL que em 20 de set de 2018 dava a seguinte manchete sobre o caso; ” Julgamento da fusão Nestlé/Garoto é um dos casos mais … (Cade) poderá julgar novamente a compra da Garoto pela Nestlé, … “

Antes, em 27 de junho ainda de 2018, a manchete do JORNAL ESTADÃO e da conceituada revista ÉPOCA destacavam a seguinte manchete; “Nestlé pode ser obrigada a leiloar marcas da Garoto”, e ainda de forma conjunta complementavam; ” É a segunda vez que a empresa não cumpre o tempo estipulado pelo Cade. O primeiro terminou em outubro do ano passado ( 2017)”. Confira abaixo o teor da matéria publicada pelo ESTADÃO E REVISTA ÉPOCA sobre o assunto;

A Nestlé não conseguiu vender no prazo determinado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um pacote de 10 marcas, entre elas Serenata de Amor, Chokito, Lollo e Sensação, e corre o risco de ter de levá-las a leilão, sem estipular um preço mínimo.

A venda do pacote tinha sido negociada com o Cade para garantir, 16 anos depois, a aprovação da compra da Garoto, feita em 2002. O prazo, no entanto, termina nesta sexta-feira, 29. É a segunda vez que a empresa não cumpre o tempo estipulado pelo órgão de defesa da concorrência. O primeiro terminou em outubro do ano passado.

A empresa deverá entrar com pedido para que o Cade dê mais prazo para o negócio. Para isso, no entanto, o órgão pode pedir uma mudança no pacote, para incluir marcas mais “vendáveis”, que sejam mais atraentes para os concorrentes. O Cade pode determinar ainda que a Nestlé leiloe as marcas, sem o estabelecimento de preços mínimos, o que poderia resultar em uma arrecadação muito baixa para a empresa.

Se a Nestlé não cumprir as determinações, o Cade poderá reprovar a compra da Garoto, o que significaria que as duas empresas teriam de ser separadas mesmo tanto tempo depois do negócio ter sido fechado.

Uma das dificuldades para a companhia é que, no acordo, o Cade proibiu que a venda seja feita para um rival de grande porte, o que reduziu a lista de potenciais compradores. Com a proibição, ficou de fora das negociações a Lacta (do grupo Mondelez), hoje vice-líder de mercado, atrás da Nestlé. O comprador terá de ser apresentado ao Cade e aprovado pelo conselho antes de a operação ser fechada.

Outra avaliação do órgão é que simplesmente retirar essas marcas de circulação está “fora de cogitação”, porque isso significaria a saída do mercado de produtos importantes e que podem representar competição para a própria grade da Nestlé.

Em nota, a Nestlé Brasil informou que continua empenhada em realizar “todos os esforços necessários” para resolver a questão antitruste decorrente da aquisição da Chocolates Garoto. “Tendo em vista o caráter confidencial das tratativas com o Cade, a Nestlé está impedida de fazer qualquer comentário adicional a respeito do caso, neste momento.

A empresa disse estar confiante que o caso possa ser resolvido e que desde a aquisição, há 16 anos, sempre demonstrou “disposição e empenho” em encontrar uma solução de consenso para a operação.

Imbróglio
A fusão da Nestlé e Garoto foi firmada em 2002 e, dois anos depois, foi vetada pelo Cade – na época, o órgão julgava as operações depois de já terem sido fechadas, regra que mudou em 2012. A Nestlé recorreu à Justiça, que suspendeu a decisão em 2005. Com isso a Nestlé teve de manter separados os ativos da Garoto e ficou impedida de incorporar totalmente a marca.

Há dois anos, a Nestlé procurou o Cade para apresentar uma proposta de acordo que possibilitasse dar fim ao processo e à longa disputa judicial. O conselho entendeu que as soluções apresentadas pela companhia eram suficientes para manter a concorrência e homologou o acordo em outubro de 2016, dando prazo de um ano para a venda, que foi prorrogado até o 29 de junho.

Na época da fusão, a Nestlé tinha 34% de participação no mercado de chocolate do País – ao comprar a Garoto sua fatia chegaria a 58%, contra 33% da Lacta. Mesmo com a entrada de concorrentes, o mercado continuou sendo dominado pelas três empresas 15 anos depois.

NÃO INVENTAMOS NOTICIAS.

Como se vê, O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA não inventou nenhuma noticia ou FAKE NEWS como queiram, e buscou diversas fontes sobre o assunto antes da publicação da matéria. Lamentamos profundamente os comentários maldosos de algumas pessoas e, até de outros profissionais de jornalismo que, na ânsia de popularizar a questão acabam por tentar denegrir a imagem de outros colegas de profissão.

Como demonstramos, o nosso trabalho é sério e com responsabilidade buscando apenas publicar informações com históricos e procedências. Registramos total respeito a unidade NESTLÉ de Marília e ficamos felizes com o posicionamento, tanto é que, assim que recebemos a nota oficial, a publicamos na sequencia da matéria de ontem.

No entanto, em nenhum momento foi mencionado o cancelamento da compra da Garoto ou um novo acordo com o CADE no que diz respeito a prazo de negociações, o que ao nosso ver deixa em aberto uma transação que já está com o prazo vencido, isto segundo informações do próprio CADE.

FATOS NOVOS

Somos gratos a outros profissionais de imprensa que foram solidários ao nosso trabalho, como por exemplo, um ex companheiro de serviço em uma empresa de rádio local e, que hoje desempenha suas funções em um grande canal de TV aberta de alcance nacional e, que nos lembrou do caso MONTELEZ em Bauru que anunciou o fechamento da fábrica em março do ano passado ( 2018 ) mas, que até 06 meses antes, negava categoricamente esta possibilidade. Não estamos querendo dizer que isto vá ocorrer em Marília, mas, é perfeitamente compreensível que as empresas sempre mantenham sigilo sobre suas negociações.

O que nossa redação ficou alarmada foi a publicação em uma página no facebook aventando o possibilidade de fechamento da empresa até o final do ano devido a problemas na linha de produção de um determinado produto. O JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA não compactua com este tipo de jornalismo que busca e se preocupa apenas com a quantidade de curtidas ou no numero de seguidores, sem sem preocupar com as consequências da informação para muitos pais de família.

Não conseguimos contato com nenhum funcionário da empresa, mas, parabenizamos um dos mais antigos SITES de noticia da cidade na qual respeitamos também pela sua seriedade na publicação de informações, que afirma ter conseguido as declarações de um colaborador da empresa NESTLÉ que, por medo de represálias preferiu não se identificar, mas proferiu as seguintes declarações:

“Há alguns meses mudanças estão ocorrendo. Aos poucos, mas estão ocorrendo. O pessoal lá dentro está apreensivo demais com a situação. Hoje mesmo fizeram algumas reuniões importantes lá dentro. Entre os funcionários o boato é de que a unidade de Marília não passa do ano que vem”, disse.

Esperamos que o ditado “onde há fumaça, há fogo”, seja simplesmente um dito da crendice popular, e aliás, esteja errado em relação ao assunto.

PARA FINALIZAR

Reiteramos o objetivo desse SITE DE NOTICIAS E JORNAL IMPRESSO como um elemento que possa contribuir para o desenvolvimento de nossa cidade e pelo nosso desejo, a NESTLÉ não deveria sair da cidade, mas a ARCOR implantar uma unidade na capital nacional do alimento, no entanto, não podemos omitir algumas publicações que envolvem o CADE, um Conselho Nacional sério e, que norteia todas as negociações envolvendo grandes empresas conforme divulgado pelos grandes veículos de comunicação.

Jamais iremos compactuar com a prática do jornalismo aventureiro e sensacionalista e continuaremos sempre na busca dos fatos com transparência e verdade, afinal, o nosso compromisso é com o nosso leitor seja da versão impressa ou do SITE.

Portanto, desqualificamos todo e qualquer comentário que venha atribuir a nós o fato de ter inventado uma noticia ou falsificado uma informação ( fake ).  As provas sobre a tramitação de um processo no referido orgão com as devidas fontes estão a mostra.

Se as negociações tomaram outros caminhos após a última audiência de conciliação, pensamos que faltou uma certa divulgação para se evitar as especulações, visto que, os comentários estão sendo circulando na cidade por reiteradas vezes desde o meados do ano passado.

Ao nosso ver, talvez um pronunciamento oficial do CADE poderia muito bem esclarecer melhor o caso e colocar um fim a questão e principalmente, tranquilizar os funcionários e a população mariliense.

Encerrando a questão, a ARCOR também divulgou nota desconhecendo o assunto e o sindicato da alimentação também classificou a noticia como FAKE NEWS. repetimos abaixo a nota divulgada pela empresa;

“Tendo em vista notícias falsas que têm circulado em canais locais sobre o fechamento de sua fábrica de Marília, a Nestlé informa que a unidade é estratégica para os negócios da companhia e não há planos de a empresa sair da categoria de Biscoitos.  A Nestlé reforça que tem investido fortemente em inovação para esse segmento, com lançamentos tanto em formatos quanto em sabores. A fábrica de Marília ganhou, no último ano, uma linha nova e somente em 2019 já entregou mais de 20 produtos novos.A companhia reforça ainda a importância desse mercado, sendo que o Brasil já é o 3º país consumidor de biscoitos no mundo. Em 2018, esse mercado faturou R$ 17 bilhões em vendas e cresceu pouco mais de 7% comparado ao ano anterior.A Nestlé Brasil destaca que atua na categoria de Biscoitos desde 1967 e estamos em Marília há mais de 30 anos. A empresa tem uma relação muito forte com a cidade e com o país, ajudando a construir marcas fortes e queridas pelos consumidores.”    Denise Teixeira

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