A população dos bairros São Miguel, Jardim Ohara, Paulista, Thomaz Mascaro, Bassan, América 1, América 3, parte do Lorenzetti, Cecap Polon, Jardim Francisco e ainda Aquarius, Maria Martha, Riviera, São Domingos e Marajá que foram incluídos posteriormente, estão de luto. Uma das Unidades Básicas de Saúde mais antigas da cidade funcionará somente até a próxima quarta feira ( 8 ).

O prejuízo para o atendimento aos usuários é incalculável de levarmos em consideração que desde a sua fundação já há quase 2 décadas, a UBS São Miguel era utilizada por 11 bairros de Marília, com uma população estimada de atendimento de 14 mil pessoas. Com inclusão dos bairros em torno do Marília Shopping, este numero saltou para 16 mil moradores. O DETALHE ´QUE A USF tem um LIMITE DE ATENDIMENTO DE APENAS 4 mil usuários, OU SEJA; 12 MIL MORADORES TERÃO QUE LITERALMENTE SE VIRAR OU CONTRATAR UM PLANO DE SAÚDE.

Marília contava com uma REDE MODELO de atendimento a saúde que continha 12 UBS’s e 40 PSF’s que aliás começarão a ser implantados na gestão do então secretário Drº José Ênio Sevilha Duarte servindo de referência para outros municípios. Com o desmonte ordenado pelo prefeito Daniel Alonso, as UBS’s estão sendo transformadas gradativamente em Unidades de Saúde da Família, mesmo contra a vontade da população.

A primeira a ser desativada mesmo após duas assembleias com moradores que foram contrários a transformação, foi a UBSs Bandeirantes (zona oeste) que contou apenas com uma estranha reviravolta de posicionamento da associação de moradores local em reunião à portas fechadas com o secretário Cássio Luis Pinto Junior e que hoje conta com centenas de reclamações dos usuários.

UBS Bandeirantes, a primeira a ser desativada e transformada em PSF gerando inúmeras reclamações dos usuários.

Logo após, vieram as desativações da UBS JK ( zona norte), UBS Costa e Silva, na zona sul e agora a UBS São Miguel, na zona oeste que seguiu o mesmo rito, aonde a secretaria sempre deixa bem claro, que, o que vale é a decisão e o interesse do gestor “expertise” local. A administração municipal, através de sua secretaria municipal de saúde, deixou bem claro QUE O PLANO É FAZER A TRANSFORMAÇÃO EM TODA A REDE EXTERMINANDO TODAS AS UBS’S.

A exemplo do jardim Bandeirantes, os moradores do bairro São Miguel chegaram a fazer um abaixo-assinado e acionaram o Ministério Público para tentar evitar a medida, no entanto, não adiantou. A UBS São Miguel (Unidade Básica de Saúde) fecha suas portas na próxima quinta-feira (9) e reabre o serviço como USF (Unidade de Saúde da Família) na segunda-feira (dia 13), com uma diferença, enquanto a falecida UBS contava com clínico geral, pediatra e ginecologista, entre outros profissionais de saúde; a USF irá se apresentar de forma “enxuta”: composta APENAS por um único médico de Saúde da Família, além do enfermeiro generalista e agentes de saúde. Pior que isto é ver uma imensa estrutura que será praticamente sucateada.

É mais um discurso do prefeito Daniel Alonso que se esvazia, pois em campanha eleitoral, o mesmo chegou a distribuir material de campanha PROMETENDO SAÚDE DE 1º MUNDO, e se FALTASSE MÉDICOS, O MESMO CONTRATARIA. Infelizmente era somente um discurso político para se ganhar uma eleição como os velhos políticos sempre fazem..

Um negócio da China, para a terceirização

Se para a população a decisão é prejudicial pela eliminação de medicos especialistas e pelo limite no atendimento das famílias que é reduzido pela estratégia de ação do próprio programa, por um outro, é altamente interessante para a prefeitura que deixa de tirar dinheiro de seus cofres para aguardar o dinheiro carimbado do governo federal. Em outras palavras sobra mais dinheiro em caixa para o gestor, que apenas tem o “difícil trabalho” de terceirizar.

Nas justificativas, o discurso vazio que também foi levado no Jardim Bandeirantes, Bairro JK e Núcleo Costa e Silva. Segundo o secretário, será 1 médico generalista para atender 8 horas,  preparado para atender a todas as necessidades desde o adulto, até o recém nascido, da mulher da gestante. Isto é incrível. Só esqueceu de falar que caso precise não terá mais ginecologista e tampouco pediatra. Caso seja necessário, será encaminhado para a fila das especialidades…..É o caos generalizado ou em outras palavras, o sucateamento do sistema de saúde que funcionou por décadas na cidade.

Como já citamos, A UBS SÃO MIGUEL, atende uma área de abrangência com um número de aproximadamente 16 mil moradores,, sem dúvida uma área extensa, que começa na rua Joaquim de Abreu Sampaio Vidal  e vai até o Marília Shopping, e da avenida Dr Calim Gadia, se extentendo até a rua Antônio Prado ( rua da Pista de Skate) e hoje com uma demanda que até há uns 3 anos atrás não era atendida, pois população até tinha convênio, mas que, com a crise e o desemprego, passaram também a atender ou seja; estamos falando de uma população idosa muito grande dos bairros Aquários, Maria Martha,Riviera, São Domingos e adjacências.

A sensibilidade não consta no dicionário desta administração que parece não conhecer um dos bairros mais antigos da cidade. O bairro São Miguel tem em sua maioria uma população idosa, muito acostumada com os profissionais que atuam no atendimento da unidade. Para se ter uma noção, o clínico e a ginecologista, atuam há quase 20 anos na UBS São Miguel, quase a idade do posto, que foi inaugurado há quase 2 décadas. Sequer consideram que com tanto tempo se criou até um vínculo entre os médicos e os pacientes. Um tratamento frio e calculista que almeja apenas a terceirização da saúde no município.

NA CONTRA MÃO : Governo Federal lança campanha de fortalecimento das UBS’s com programa para atuação de médicos pediatras e ginecologistas-obstetras em postos de saúde.

A atuação de Marília e este verdadeiro desmonte para o atendimento generalista é no mínimo contraditória. Voltando apenas um pouquinho no tempo,  recordamos uma ação importantíssima do governo federal que, para garantir mais acesso e cuidado às mulheres e crianças no Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde lançou, no dia 6 de janeiro deste ano, o programa CUIDA MAIS BRASIL. O Governo Federal irá repassar, no primeiro ano do programa, R$ 194 milhões para atuação de médicos pediatras e ginecologistas-obstetras junto a Atenção Primária. Assim, esse atendimento ficará mais perto das Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todo Brasil.

Atualmente, 5,7 mil pediatras e 5,3 mil ginecologistas-obstetras estão vinculados diretamente a 1.311 e 1.364 equipes, respectivamente, sem incentivo financeiro federal. O Cuida Mais Brasil vai incentivar a inclusão desses profissionais na Atenção Primária, aumentando a capacidade de atendimentos nas UBSs. Com o programa, o número de equipes com médico pediatra pode chegar a mais de 8 mil e 7 mil com ginecologistas-obstetras em todo país, MENOS EM MARÍLIA, claro……

Ministério lança campanha para valorizar unidades básicas de saúde

A incógnita aumenta ainda mais sobre o que realmente estaria por trás do que está acontecendo em Marília, quando retornamos no tempo, um pouco mais e relembramos que O Ministério da Saúde lançou no dia 17 de novembro de 2021, em João Pessoa, uma campanha de promoção da atenção primária à saúde. A iniciativa tem como foco a valorização das unidades básicas de saúde (UBS), também conhecidas como postos de saúde. POR QUE SÓ EM MARÍLIA NÃO ESTÁ HAVENDO ESTA VALORIZAÇÃO ?

A atenção primária é a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS), abarcando ações tanto para indivíduos quanto para coletivos de prevenção, diagnóstico, tratamento e redução de danos. É a partir das unidades básicas que os indivíduos com demandas de saúde podem ser atendidos e encaminhados, se necessário, para outros locais, como hospitais.

Durante a cerimônia de lançamento, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou sobre essa modalidade de política pública, destacando que o governo federal já aumentou os recursos para a área de R$ 17 bilhões para R$ 24 bilhões.

O questionamento é como toda a mudança está sendo feita, priorizando o modelo de terceirização total do sistema de saúde do munícipio, ao invés de buscar a melhoria no atendimento. Se tínhamos 12 UBS’s e 40 PSF’s, ao nosso ver, tudo ficaria mais prático se a gestão expertise optasse pela administração humanitária,  aumentasse para 48 PSF’s sendo que cada UBS poderia coordenar 4 PSF’s, se transformando em MINI-AMES com os médicos especialistas. Outra sugestão era justamente instalar em cada UBS uma farmácia como antes para facilitar o acesso da população. PRECISAMOS DE MAIS HUMANIZAÇÃO E MENOS GANÂNCIA.

Enfim, meus amigos e amigas, que faziam uso da UBS SÃO MIGUEL, servidoras que por anos se dedicaram ao atendimento com excelência de toda a população e que agora tomaram rumo ignorado, muitas vezes distantes de suas residências. Como já comentamos em uma outra matéria a respeito do assunto, a história foi rasgada e todos foram vencidos por um modelo de gestão que não negocia, apenas impõe seus desejos e vontades de acordo com seus interesses. Discursos que criticam quem se opõe, mas, não apontam soluções para ajudar o povo, apenas criam ações para sacrifica-los ainda mais. ESTE É O RETRATO DE UMA CIDADE QUE SÓ AVANÇA PARA CONDOMINIOS, E O RESTANTE DO POVO QUE SE LASQUE, OU CONTRATE UM PLANO DE SAÚDE.

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