Em entrevista após ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) elencou quatro prioridades para serem alinhadas entre ele e o novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para votação nos próximos meses.

Lira, que discursou pregando uma “pauta emergencial” para mitigar os efeitos da Covid-19, afirmou que defende que seja tocada a aprovação do orçamento de 2021, a chamada “PEC Emergencial” (que prevê medidas para redução emergencial de gastos), a reforma administrativa e a reforma tributária.

O novo presidente da Câmara afirmou que nos primeiros dias do seu mandato pretende aprovar medidas que viabilizem o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e do teto dos gastos públicos. “Neste ano, não temos orçamento de guerra”, afirmou.

Apesar da preocupação com as contas públicas, Arthur Lira afirmou que trabalhará pela criação de um “novo programa social”. Ele elogiou o auxílio emergencial, “mas o Brasil não aguenta o pagamento de milhões de pessoas com aquele valor”.

O deputado do PP defendeu a busca por “vacinas e insumos” para imunizar todos os brasileiros “no menor tempo possível”.

Pacheco: Vamos buscar ‘conciliação matemática’ entre teto e auxílio emergencial

O presidente eleito do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em entrevista à CNN

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou ainda ontem,  na noite desta segunda-feira (1º) que vai buscar “uma conciliação matemática” entre o teto dos gastos públicos e a necessidade de uma medida de assistência social após o fim do auxílio emergencial.

“O que eu busco é uma conciliação matemática, com fundamentos econômicos e fundamentos sociais, juntamente com a equipe de governo do Ministério da Economia, para que possamos encontrar um caminho de assistir essas pessoas realmente necessitadas”, disse Pacheco.

Essa solução, diz Pacheco, pode ser a reedição do auxílio emergencial, pode ser “um programa de renda básica análogo” ou um “incremento no Bolsa Família”.

O novo presidente do Senado defendeu a continuidade do teto de gastos, mas falou em “situação excepcional” diante da pandemia da Covid-19. 

“A observância do teto de gastos e da responsabilidade fiscal deve fazer parte da nossa pauta do Senado Federal, em alinhamento com o governo federal. Agora, obviamente vivemos uma situação excepcional no Brasil”, prosseguiu o senador do DEM de Minas Gerais.

Rodrigo Pacheco defendeu a ampliação da vacinação contra o novo coronavírus como medida de saúde pública e de proteção da economia. O senador afirmou que o Legislativo apoiará a implementação de qualquer vacina que seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Escolheram bons candidatos”, diz Bolsonaro sobre eleição no Congresso

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comemorou, nesta terça-feira (2/2), o resultado das eleições para as presidências da Câmara e do Senado. O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e o deputado Arthur Lira (PP-AL) foram escolhidos na segunda-feira (1º/2) pelos colegas com ampla margem de votos.

Eles vão comandas as Casas pelos próximos dois anos. Ambos eram apoiados publicamente pelo presidente.

O mandatário avaliou que os parlamentares escolheram bons candidatos e negou interferência no pleito. Em troca do apoio ao governo, o Centrão foi contemplado com emendas para obras e negocia cargos na estrutura administrativa.

“Parlamentares, no meu entender, escolheram bons candidatos. Hoje, continua. Eu apenas fiquei na torcida”, disse Bolsonaro a apoiadores reunidos no Palácio da Alvorada.

Os simpatizantes do presidente o parabenizaram pelo resultado positivo nas eleições e disseram que agora ele poderá governar. Bolsonaro tem dito que, com presidentes alinhados no Congresso, as pautas do governo avançarão.

Está prevista para as próximas semanas uma mini reforma ministerial para acomodar melhor a base que foi conquistada, mas precisa ser mantida.

Entre os cargos de primeiro escalão que devem ser oferecidos a políticos, segundo negociações das últimas semanas, está o Ministério da Educação, que pode ser comandado pelo deputado federal João Roma (Republicanos-BA), também cotado para a pasta da Cidadania.

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