O Real Digital será uma extensão da moeda física e deve permitir contratos inteligentes, mais funcionalidades de Internet das Coisas e facilitar compras internacionais.

Ainda está repercutindo positivamente no mercado financeiro o anuncio realizado na última terça-feira (30), quando o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, oficializou a criação de um laboratório de testes de funcionalidades para a moeda digital, o Lift Challenge — Real Digital.

“Nosso público-alvo são participantes do mercado, reunindo um público qualificado de bancos, instituições de pagamento, fintechs e empresas de tecnologia com interesse em desenvolver um produto minimamente viável com base no Real Digital”, afirmou.

O Lift é um projeto do BC em conjunto com a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) para fomentar a inovação no sistema financeiro. A ideia é selecionar projetos promissores da iniciativa privada e ajudar no seu desenvolvimento.

O anúncio ocorreu no encerramento dos webinários realizados pelo BC para promover a discussão do Real Digital. Até então, a etapa de desenvolvimento era de discussão com o mercado e a academia sobre os riscos e as potencialidades da moeda digital. Agora, passa para os testes práticos.

De acordo com a Fenasbac, o período de inscrições de projetos para o Lift Challenge começa no dia 10 de janeiro de 2022. Os projetos selecionados serão divulgados no dia 4 de março e os trabalhos começam no dia 28 do mesmo mês. A aceleração dos projetos deve durar cerca de quatro meses.

O laboratório permite que pessoas jurídicas apresentem planos de implementação da moeda digital brasileira com segurança, praticidade e com as reais características para pagamentos e transações”, disse a Fenasbac em nota.

Segundo Campos Neto, o objetivo do laboratório será avaliar quais serão os casos de uso do Real Digital e se há viabilidade tecnológica para implementá-lo.

O presidente do BC ressaltou que o foco será em funcionalidades como liquidação de ativos digitais, câmbio entre moedas, internet das coisas e soluções para pagamentos offline. Ele ressaltou que o desenvolvimento avançou muito, mas ainda há um processo pela frente.

“Temos ainda um longo caminho a percorrer e, sempre abertos ao diálogo, tenho certeza de que chegaremos a uma solução que beneficie toda nossa sociedade”, afirmou.

Além disso, Neto ainda pretende avaliar a possível infraestrutura da moeda digital quanto à privacidade das informações, interoperabilidade com outros sistemas de pagamentos, escalabilidade e potências de programabilidade.

O Real Digital será uma extensão da moeda física e deve permitir contratos inteligentes, mais funcionalidades de Internet das Coisas e facilitar compras internacionais.

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