A Prefeitura de São Paulo deve não apenas prorrogar o período de fechamento do comércio não essencial da cidade como ainda bloquear a circulação de carros nos próximos dias, caso a pressão por vagas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) continue nos níveis atuais e o percentual de adesão ao isolamento social se mantenha abaixo dos 50%. As informações foram dadas pelo secretário municipal de Saúde da capital, Edson Aparecido, à TV Globo e confirmadas ao Estado pela Prefeitura. Os detalhes devem ser anunciados na semana que vem.

“Já há uma decisão tomada. Não temos como relaxar as medidas de isolamento a partir do dia 10 de maio. Na capital, é absolutamente impossível fazermos isso”, disse Aparecido. “Ao contrário, estamos iniciando as discussões na Prefeitura para que a gente possa fortalecer algumas dessas medidas para que a gente consiga fazer com o que o isolamento na cidade possa crescer (acima) desse patamar de 48%”.

Bruno Covas, prefeito de São Paulo, durante coletiva de imprensa

Os bloqueios educativos que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) feitos nos corredores viários deverão se tornar bloqueios de vias, segundo Aparecido. O que vem sendo feito até aqui são testes de como adotar essas medidas, inéditas. “Na semana que vem, as medidas apresentadas pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) (deverão ser) de endurecimento e bloqueios nas principais vias.”

O bloqueio não deverá ser total, mas suficiente para criar congestionamentos de forma a desistimular a circulação de veículos. Os alvos das ações serão vias das periferias, onde o crescimento de casos é maior. “Para você ter ideia, a última região a registrar caso confirmado de coronavírus foi a zona leste. Hoje, é a região com mais número de mortes da cidade.”

Aparecido afirmou que, no início da quarentena, quando a taxa de isolamento estava acima dos 50%, havia uma média de 812 notificações de casos suspeitos por dia. Agora, com o isolamento menor, essa média supera as 3.400 notificações por dia. “Você tem ainda 6 milhões de pessoas circulando quase que normalmente pela cidade”, afirmou o secretário. “É um perigo gigantesco. Você não consegue preparar o sistema público de saúde, nem o sistema privado, para poder absorver a quantidade de pessoas que vão precisar de um leito de UTI.”

O secretário afirmou que o reflexo da atual baixa adesão aos pedidos de distanciamento ainda só terá desdobramentos dentro de dez a 15 dias, dado o período de incubação da doença. Assim, a taxa de ocupação dos leitos de UTI devem subir ainda mais. “A pressão virá mais forte ainda. Por isso (é importante) que a população acompanhe o noticiário, veja o que está acontecendo em outras regiões do País em que o sistema de saúde já não dá conta de atender as demandas da população.”

Doria diz que flexibilização vai ocorrer em cidades do interior onde o isolamento for maior que 60%.

O governador de São Paulo, João Doria, se reuniu por teleconferência na última terça-feira, 28 de abril de 2020, com 31 prefeitos de cidades com mais de 200 mil habitantes para debater como deve ser a abertura “gradual e heterogênea” da economia do Estado com a flexibilização da quarentena que será marcada pela “reabertura de estabelecimentos não essenciais por fases e regiões”, como disse nota do Palácio dos Bandeirantes.

Foi um primeiro encontro virtual para explicar aos prefeitos a situação do avanço do novo coronavírus em cada região e as perspectivas das equipes de Saúde do Estado.

Ontem, quarta-feira, 29, houve mais uma reunião de apresentação do “Plano São Paulo”, que prevê a reabertura gradual, com prefeitos da Região Metropolitana de São Paulo, que contempla 39 cidades.

Já nesta quinta -feira, 30, participam os prefeitos de cidades com menos de 200 mil habitantes.

Ao todo, o Estado de São Paulo possui 645 municípios.

Segundo balanço realizado, da esquipe de Saúde do Estado, das 645 cidades paulistas, 305 tiveram pelo menos um caso da doença.

NO DETALHE DA COLETIVA, PREFEITO CITA A NECESSIDADE DO USO DE MÁSCARAS, MAS, NÃO AS UTILIZA COMO EXEMPLO.

O prefeito Daniel Alonso (PSDB) realizou nesta manhã mais uma reunião do comitê gestor de combate ao coronavírus e chegou posteriormente em entrevista coletiva dar a entender pelas suas palavras que Marília tem condições de reabrir o comércio e outras atividades. “Fizemos a lição de casa e temos condições de retomada das atividades essenciais”, disse ele, salientando os baixos índices de contaminação do coronavírus aqui na cidade. O grande detalhe é a submissão da cidade ao decreto do Governador que, é seguido fielmente e, com isso a decisão será tomada somente com o aval do Palácio dos Bandeirantes.

Na coletivo foi apresentado um mapa da Unesp que aponta Marília como um “baixo ponto” de contaminação e coloca a cidade fora da rota da pandemia.

FLUXO NORMAL DE VEÍCULOS EM PLENA PANDEMIA

O Gestor falou em “um suposto poder de convencimento” junto ao governador João Dória para autorizar a reabertura do comércio, já que uma ordem judicial obriga a Prefeitura de Marília a seguir o decreto estadual sobre a quarentena, até o próximo dia 11 de maio, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento. 

O mesmo reforçou a necessidade da quarentena, ao mesmo tempo em que defende a reabertura gradual do comércio. “Vamos propor a reabertura do comércio com planejamento estratégico das 11h às 17h, para evitar o pico”, sugeriu. “E pessoas do grupo de risco e idosos devem ficar em casa, evitar sair”. 

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