Olá meus Amores !!! Em meio a este processo de prisão domiciliar em que somos forçados a respeitar por amor a nós e aos nossos familiares não poderia deixar de dar uma nova pincelada no inicio desta estação tão gostosa e que provoca ainda mais a nossa criatividade ao desfilar pelas passarelas da vida, embora esteja tudo fechado..rsrsrsr

Minhas lindas e meus lindos, como já falei eu não sou estilista e tão pouco graduada em moda. Como Cinderella às Avessas, sou completamente fora dos padrões, mas, como tomei gosto pela coisa, acabo por pesquisar, dar uma pitadinha aqui, uma temperada aculá e dito a MINHA OPINIÃO em MODA E TENDÊNCIA. De repente, vai que cola…

No mais, esta coluna é mais um entretenimento que de repente pode ser útil para você. No entanto, estou abrindo minha página para todos os comentários que acharem necessário, seja para críticas construtivas, sugestões ou outros comentários, desde que, não sejam galanteios, pois, estes eu dispenso. O assunto aqui é moda e, como havia prometido na ultima postagem, vamos falar sobre essa delicia chamada outono /inverno.

Acreditem !!! Alfaiatarias e vitrines são invadidas pelo couro nesta temporada outono/inverno 2020.

A jaqueta de couro é presença certa no guarda-roupa de qualquer fashionista. Sua versatilidade permite que a peça seja adequada a todas as estações, adicionando informação de moda tanto nas produções mais elaboradas quanto nas básicas. No entanto, estilistas, celebridades e influenciadoras têm deixado o item de lado nas últimas temporadas para levar a textura animal à alfaiataria, em blazers, sobretudos e trench coats.

Divulgação/Warner

O anúncio do quarto filme da série Matrix trouxe a estética da franquia de volta às ruas

A volta dos blazers de couro tem relação direta com o retorno dos anos 1990 à moda, mas há outros fatores que colaboraram com o ressurgimento da tendência. Culpe o sucesso da série The Deuce, da HBO, a morte da alfaiataria tradicional nos ambientes corporativos, a ascensão da Balenciaga ou até a confirmação de mais um filme da saga Matrix. A questão é que eles estão de volta, e em ótimas companhias.

Divulgação/HBO

Por incrível que pareça o fetichismo ganha força na Temporada de outono/inverno 2020

Desde a revolução sexual iniciada na década de 1960, roupas fetichistas deixaram a marginalidade para se tornarem itens comuns no guarda-roupa feminino. Difundida por Vivienne Westwood, Jean Paul Gaultier, Gianni Versace e Thierry Mugler, a estética foi popularizada no início dos anos 1990, aparecendo, a partir daí, em traços isolados, ora nas botas over the knee, ora nos spikes presentes nas coleções com inspirações rocker. No entanto, nesta temporada, os artifícios ligados à cultura do erotismo surgiram com força total, por meio de várias grifes que investiram em criações de látex, vinil e até no furry fandom. Vem comigo saber mais!

O que é fetichismo?

A palavra fetiche deriva do termo feitiço, que, originalmente, servia para designar objetos dotados com poderes sobrenaturais. O conceito foi criado pelos portugueses para descrever os instrumentos místicos usados nos cultos religiosos africanos, durante a colonização.

“O fetichismo remete, sobretudo, ao período que compreende os séculos 18 e 19, quando, em meio à colonização, os viajantes tinham contato com povos vistos como exóticos, ainda nos primórdios da antropologia. Ali, eles observaram que algumas tribos e comunidades faziam uso do feitiço, objeto inanimado que representava uma relação com o divino”, explica Brunno Almeida Maia, pesquisador em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo, para nossa coluna.


Em 1756, o verbete foi popularizado na Europa pelo escritor francês Charles de Brosses, que inspirou o conterrâneo Alfred Binet na composição do ensaio sociológico O Fetichismo no Amor, lançado em 1887. A partir daí, a palavra passou a ser amplamente utilizada por pesquisadores de desvios sexuais, como o psiquiatra alemão Richard von Krafft-Ebing.

Especialista em perversões, o criador dos vocábulos sadismo – proveniente do Marquês de Sade – e masoquismo, instituído a partir das vivências de Leopold von Sacher-Masoch, definiu o fetichismo como “a associação da luxúria com determinadas partes ou objetos femininos”. Inicialmente, esse tipo de desejo era visto como uma patologia, em que o culto a roupas, membros e situações específicas superava os prazeres do sexo.

Fetichismo no século 19

Mais tarde, Karl Marx empregou o jargão na sociologia para designar a forma como o capitalismo hipervaloriza os produtos. “Na análise que fez sobre o capitalismo, Marx usou essa noção de feitiço para ler o fetichismo da mercadoria. A mercadoria aparece nas sociedades capitalistas como algo dotado de poderes, encantos e aspectos sagrados, como se tal objeto não tivesse sido produzido pelos homens, algo ligado à ordem do sobrenatural”, destrincha Brunno. Gente, por favor, eu não sou marxista hein !!!!

Walter Benjamim, filósofo de descendência judaica, foi o primeiro a conectar tal concepção à moda. Ao analisar o surgimento do capitalismo cultural na cidade de Paris, ele deslocou o conceito de Marx para descrever o sex appeal do inorgânico, no qual a relação erótica entre amado e amante passa a pertencer, também, àquilo que não está fadado às transformações da natureza.

“Ele traz a ideia de que a modernidade rompera com qualquer tipo de dualismo. Se na filosofia antiga a cultura europeia tinha uma distinção entre valores como bem e mal, justiça e injustiça, liberdade e servidão, natureza e cultura, a modernidade rompe, por uma série de questões políticas, econômicas, filosóficas, artísticas e religiosas, essas dicotomias. Trata-se de pensar como a modernidade vai justapor e confundir, ao ponto de deixar indiscernível, o que é da natureza e o que é da cultura”, destaca o pesquisador.

Nesse contexto, a moda começa a ser enxergada como um artifício que renega o tempo. “A roupa, ligada à moda, é uma promessa de juventude. Um corpo envelhecido vestido em uma tendência engana a morte, a velhice e a natureza. Algumas prostitutas que viviam na cidade de Paris no século 19 tinham entre 60 e 70 anos e, mesmo chegando ao final da vida, se vestiam com a última moda para enganarem o perecer e a ordem da natureza”, lembra Almeida Maia.

Do submundo para as passarelas

Até os anos 1960, a moda fetichista era restrita às publicações de cunho erótico, como High Heel e Bizarre, cujo nome ressalta o modo como o segmento era visto na época. No entanto, o tradicionalismo cristão começou a ruir diante da revolução sexual iniciada naquela década.

A aceitação da luxúria como desejo inerente à raça humana, junto à popularização do seriado Os Vingadores, no qual a heroína Emma Peel usava botas na altura dos joelhos, ajudou os calçados over the knee a se transformarem na primeira tendência libertina socialmente aceita. Até então, as botas bizarras, como eram chamadas, eram apenas associadas às prostitutas.

No guarda-roupa masculino, o rock contribuiu para visuais mais reveladores e fetichistas. Vários nomes do estilo musical passaram a ostentar roupas de couro e tatuagens, ainda nos primeiros esboços da cultura punk.

Capa da High Heel
Capa da revista Bizarre
Sex Pistols

O movimento punk levou o fetichismo à moda masculina

“Fetiche é uma fantasia pessoal. Se um designer coloca uma modelo vestida de leiteira na passarela, isso pode ser excitante para algumas pessoas, mas não para o mainstream. O que nós entendemos como fetiche tem ligação direta com a cultura do sadomasoquismo”, detalha Katie Rex, criadora da festa Bound, à Marie Claire.

Nos anos 1970, a revolução sexual avançou, o que enfraqueceu a censura e democratizou o comércio de itens lascivos. Botas de cano alto, espartilhos e meias arrastão passaram a ser vendidos em lojas de departamento, enquanto psiquiatras começaram a entender os desejos peculiares como algo aceitável.

Botas over-the-knee anos 1960

Apelidados de botas bizarras, os modelos over the knee passaram a ser aceitos socialmente nos anos 1960

A estilista britânica Vivienne Westwood, considerada mãe do movimento punk, trouxe para a indústria têxtil as subculturas isoladas no cenário underground, como uma resposta ao tradicionalismo. A loja Sex, criada por ela em parceria com Malcolm McLaren, oferecia produções em látex e couro que reverenciavam o sadomasoquismo.

Por lá, também eram vendidos alguns espartilhos que, pelas mãos de Jean Paul Gaultier e Madonna, ganharam status de item fashionista. Quando a rainha do pop investiu na peça para a turnê Blonde Ambition Tour, o visual caiu no gosto da moda.

Madonna Blond Ambition World Tour

A dupla se beneficiou do sucesso obtido pelo fotógrafo Helmut Newton, que deu visão elegante ao fetichismo. Por meio de ensaios como o editorial Woman of Superwoman?, publicado na Vogue América, em 1977, o artista transformou a figura da dominatrix em uma amazona moderna.

Mulher em ensaio fetichista

Helmut Newton foi um dos precursores da estética fetichista na moda

Conhecido por trabalhar o rompimento de padrões, o artista também reverberou as fantasias sexuais. “Já que não existe mais a distinção entre natural e cultural, a moda vai, nos anos 1970, se apropriar dessa questão durante a segunda onda do movimento feminista, que reivindicou o direito ao corpo, ao aborto, ao uso da pílula anticoncepcional e ao mercado de trabalho”, conta Brunno.

Yves Saint Laurent, na coleção Le Smoking, apropria-se do guarda-roupa dos homens para criar terno feminino, demanda que surgiu com a inserção das mulheres em ambientes corporativos. Na campanha do compilado, fotografada por Helmut Newton, duas mulheres contracenam em uma rua parisiense, uma usando a peça tipificada como masculina e outra nua.

Campanha da coleção Le Smoking, de Yves Saint Laurent

Campanha da coleção Le Smoking, de Yves Saint Laurent

“Essa imagem traduz a contradição ligada ao fetichismo. Ali, os papéis já estão invertidos. Não se sabe o que é da ordem do masculino e feminino. Não há mais binarismos e conceituações. Como membro do modernismo, o estilista percebe a desestabilização das noções clássicas do corpo. A moda, ao retomar esse assunto, em meio ao imaginário contemporâneo, discute essa questão das inversões de papéis ou das expressões de gêneros”, analisa o professor da Unifesp.

Mulher Gato em Batman: O Retorno

A interpretação forte e poderosa de Newton transformou para sempre o modo como o fetichismo era visto. Desde então, a estética é adotada para transmitir um lado mais agressivo ou imprimir uma personalidade de garota má, como a Mulher Gato de Michelle Pfeiffer, em Batman – O Retorno.

Ao passo que Madonna continuou a difundir o debate sexual em seu álbum Erotica e no livro Sex, lançado junto ao CD de 1992, Thierry Mugler e Gianni Versace levaram o fetichismo às passarelas, com coleções norteadas por itens de couro, vinil e bondage.

“Os estilistas dos anos 1990 retomam imagens arquétipas do século 19, como a lésbica, a mulher vampiresca, a atomata e a androide, enfatizando o fim dessa separação entre o que é da natureza e o que é da cultura. Isso, no contemporâneo, reflete uma espécie de indecisão do indivíduo e da sociedade em relação ao que é da ordem da cultura e da natureza. Não conseguimos mais distinguir o que é orgânico e inorgânico. Neste período, vemos também o cerne do que, hoje, consideramos como moda agênero”, comenta Brunno.

Naomi Campbell no desfile de outono/inverno 1992 da Versace

Outono/inverno 1992 da Versace

Em uma cena do seriado American Crime Story- O Assassino de Gianni Versace, o estilista aparece amarrando um cinto no pescoço de sua irmã Donatella. “Eu quero que o mundo a veja de um jeito que nunca viram antes”, ressalta o italiano, ensaiando o que seria seu flerte com a cultura BDSM.

O momento, protagonizado por Édgar Ramírez e Penélope Cruz, ilustra a introdução da era mais icônica do designer italiano. Inspirado pelo universo sadomasoquista, o etilista abusou de amarras, fendas e metais para a coleção Miss S&M, desfilada na temporada de outono/inverno 1992.


Outra peça da coleção Miss S&M, inspirada no universo BDSM

O trabalho foi tão marcante que Donatella revisitou o estilo em 2019, em uma reinterpretação moderna associada a seu irmão. Na mesma temporada, Alessandro Michele incluiu coleiras de spikes na passarela da Gucci; a Givenchy investiu em roupas de látex; e a Schiaparelli colocou modelos usando cabeças de animais em seu show de alta-costura, em referência à subcultura do furry fandom.

Versace Outono inverno 2019/20
Kardashians, Hadids e o fetichismo na cultura pop

Entre 2009 e 2010, as cantoras Britney Spears e Rihanna trouxeram as referências sadomasoquistas de volta à música. Enquanto a primeira investiu no conceito para a turnê do álbum Circus, a segunda apostou na música S&M, na qual cantava sobre chicotes e corrente em um videoclipe bem ilustrativo.

Britney Spears na turnê Circus

O fenômeno da série literária 50 Tons de Cinza, lançada em 2011, também contribuiu para a popularização da cultura BDSM. O best seller, que ganhou versões cinematográficas entre 2015 e 2018, fez milhões de pessoas descobrirem o universo envolto em dor e prazer, acentuando a aceitação da estética na moda.


A saga 50 Tons de Cinza popularizou o fetichismo ao redor do mundo

O clã Kardashian-Jenner, as irmãs Hadid e a cantora Beyoncé foram responsáveis por disseminar os espartilhos e as criações látex no Instagram e nos tapetes vermelhos. Enquanto o material emborrachado começou a ser democratizado pela designer Atsulo Kudo, os corsets ganharam nova chance na moda após a cintura de ampulheta se tornar uma fixação entre as mulheres.

Outono/Inverno 2020

Desde que os traços do fetichismo se tornaram comuns na moda, nos anos 1990, é normal que características dessa estética surjam nas passarelas. No outono/inverno 2020, um cardápio de inspirações sexuais tomou as semanas de moda internacionais.

Ao passo que a Saint Laurent norteou todo seu compilado pelo látex, Balmain e Balenciaga utilizaram a matéria-prima em pelo menos três looks. O couro, grande estrela da temporada, apareceu massivamente em botas over the knee e na alfaiataria.

“Atualmente, o fetichismo diz respeito, sobretudo, à retomada da noção de prazer. Neste momento político e social que vivemos, tudo converge para que o amor não se realize, para que o sexo com prazer não se realize. Temos uma sociedade que ama sem amar e goza sem prazer. A retomada da estética está ligada a essa reivindicação por uma sexualidade menos opressiva e mais liberta. É uma resposta à onda conservadora”, salienta o especialista Brunno Almeida Maia.

Para completar o leque fetichista dos compilados voltados às estações mais frias, as cabeças e roupas de animais, o mote do movimento furry fandom, cruzaram os desfile da Marni, Thom Browne e Stella McCartney.

Enfim meus amores, era isso. Lembro que assumi este compromisso de dar uma pincelada no que seria destaque neste outono/ inverno 2020 e por esta razão, procurei colher as melhores informações para compartilhar com vocês. Mais uma vez, reitero o meu respeito às principais estilistas e modelos que fomentam e ditam as regras da moda. Porém, como sempre frisei, minha coluna é um conjunto de pesquisas que mesclam com minha visão sobre moda, estilo e tendência, que não obedece padrões.

No mais, espero ter contribuído com o seu palpite sobre o que vestir nestes dias com um pouco de friozinho sem sair da moda e ainda se destacar. O que você achou da matéria ??? Se gostou, curta e compartilhe e se você quiser, entre em contato com a redação do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA e faça a sua sugestão de Matéria. De repente, não é que você pode estar sendo destaque aqui ?!?! Até a próxima gente……..

Cinderella às Avessas é universitária, Blogueira e influenciadora digital, e, colabora com o JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA como colunista esporadicamente, comentando e nos trazendo matérias que versam exclusivamente sobre MODA, ESTILO E TENDÊNCIAS.

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