O brasileiro está entre os dois primeiros no ranking da população que fica mais tempo nas redes sociais, sendo em média mais de 3h30 por dia.

Da busca por referências à selfie lacradora, a juventude brasileira escolheu o Instagram como a rede social do momento. De acordo com um levantamento realizado pela Cuponation, jovens de classe média, entre 17 e 25 anos, passam em média 1h e 32 minutos conectados à rede social por dia.


O brasileiro está entre os dois primeiros no ranking da população que fica mais tempo nas redes sociais, sendo em média mais de 3h30 por dia. Levando em consideração essa estatística, além do tempo que estes jovens passam no Instagram, ainda temos mais 1h28 dedicados a atualizar a timeline do Facebook, assistir a alguns vídeos no YouTube, uma risada entre um tweet e outro e assim por diante, afinal de contas, redes sociais são algo que não faltam por aí.


Aliás, o Instagram ocupa o 4º lugar no ranking das redes mais usadas no Brasil (Statista-2019), com mais de 55 milhões de usuários e, ainda assim, é a rede social preferida do brasileiro mensalmente ativo, ficando na frente do Facebook, que é a principal mídia social do país, com mais de 130 milhões de usuários, segundo a Rock Content.


Outro dado interessante, apesar de defasado, pois o levantamento data de 2016, revela que o brasileiro lê em média 2,43 livros por ano. Agora imagine se 1h por dia dedicada ao Instagram se convertesse em 1h por dia dedicada a leitura de um livro, o que aconteceria? Fazendo um cálculo rápido, levando em consideração que seria possível ler até 10 páginas de um livro de 200 páginas por dia, em um ano, teríamos lido 18,25 livros.


Para o ensaísta Davi Lago, em publicação ao blog do G1, “o baixo índice de leitura é uma de nossas mazelas históricas e aponta para o empobrecimento dos debates brasileiros. Por óbvio, o repertório amplo de leituras contribui para o amadurecimento do espírito crítico do cidadão.”
Não, infelizmente, eu não dedico uma hora do meu dia para a leitura de um livro, mas também não passo três delas em redes sociais. Dados como estes levantados pela Cuponation, no entanto, servem para alertar sobre o tipo de sociedade que estamos construindo.


Em fevereiro deste ano, uma pesquisa realizada pela empresa Hello, revelou que sete em cada dez brasileiros se informam pelas redes sociais. Para tanto, as ferramentas mais importantes nesse cenário seriam o WhatsApp, para 95% dos participantes da pesquisa, e o Facebook, para 89%.


Se considerarmos o excesso de informações e notícias falsas constantemente disseminadas nessas plataformas, é possível avaliar que grande parte destas pessoas está mal informada. As consequências disso foram vistas nas Eleições de 2018, quando uma série de mentiras foram espalhadas durante a campanha. Os executivos do Facebook, empresa dona do WhatsApp, já estão comprometidas a lidar de forma mais efetiva com a questão, porém, as ações ainda estão em curso.


Como bem observado por Lago, aquilo que consumimos acaba contribuindo ou não para o amadurecimento do nosso espírito crítico. Logo, qual seria o tipo de espírito crítico sendo construído pela atual geração Instagram?

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