Marília aos poucos vai entrando no cenário nacional como a cidade que mais registra ocorrências jurídicas envolvendo emissoras radiofônicas por questões políticas. Se voltarmos no tempo, poderemos citar os casos das Rádios Diário FM e Dirceu AM que foram lacradas pela policia federal e, recentemente as emissoras Itaipú FM e Rádio Clube que ficaram temporariamente fora do ar para averiguações.

O caso mais recente, coloca na berlinda a Rádio 950 AM que, não teve o seus direitos de transmissão alterados, mas, acaba de perder o seu prédio para a justiça. A 3ª Vara Cível de Marília considerou a arrematação do imóvel “perfeita, acabada e irretratável”. Trata-se de parte do resultado de um processo iniciado há 17 anos. O prédio no Centro de Marília, foi leiloado pelo valor de R$ 555 mil na execução de uma ação por improbidade administrativa contra o ex-prefeito Abelardo Camarinha. Ele alega não ser o proprietário.

ENTENDA O CASO

O imóvel estava em nome de sua oficial de gabinete na época, Marildes Lavagne, e do marido dela, Walter Miosi. O casal seria “laranja” do ex-prefeito na época da locação (ano 2000), conforme acusação da promotoria.

Em sua defesa prévia, o ex-prefeito alegou que a locação do apartamento com dispensa de licitação era uma necessidade imediata de sua administração.

Na primeira instância, em 2007, o juiz Olavo de Oliveira Neto entendeu que não se tratava de um caso de improbidade e julgou a ação improcedente. O magistrado considerou na época que o valor da locação estava compatível com o do mercado e a situação não provocou prejuízos aos cofres públicos.

Posteriormente, em 2013, Abelardo foi condenado por dano ao erário pelas instâncias superiores e condenado a devolver o valor para a Prefeitura de Marília R$ 112 mil.

Ele também teve seu nome incluído no Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Ato de Improbidade Administrativa e Inelegibilidade.

Em 2016, quando o caso já havia transitado em julgado, na ação de execução da sentença constava o valor atualizado de R$ 352 mil como débito em nome de Abelardo Camarinha.

Antes disso, Marildes e Walter chegaram a ter seus salários e aposentadorias congelados por conta da mesma ação.

Na fase final a Justiça mandou levantar os imóveis em nome de Camarinha para o pagamento do débito, entre eles o prédio da Rádio Clube de Vera Cruz com o nome fantasia de Rádio 950.

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